quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Num pulinho

Passo só para dizer que não morri nem do frio nem do calor que já passei aqui na lusitânia e que é difícil manter o estaminé quando não se está em casa muito mais de 2 horas de seguida, sem contar com as que se passa a dormir. Para a semana já estou de volta ao frio (correm boatos de mínimas entre os -6ºC e os -15ºC, estou a considerar ficar por cá mais dois ou três mesinhos) e à escrita regular. Aos portugueses tenho a dizer: irra, minha gente, eu sei que chove a potes e têm os putos em casa por causa das férias mas saiam do centro comercial! É que aqui a emigrante quer aproveitar os preços um pouco mais baixos aqui do país para abastecer a sapateira e o armário e assim torna-se difícil. Hoje à noite terá lugar mais uma tentativa, como ainda não sei em que antro do consumismo irei aterrar, libertem-me o Fórum Almada, as Amoreiras e o Dolce Vita apartir das 19h30, sff. Ah, e o Allegro também, por precaução. Muito agradecida!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Nuns lados...

... treme, noutros neva! Caiu esta noite o maior "nevão" que já tive o prazer de ver a cobrir Amsterdão. Está tudo branco, com uma camada de uns bons 5 cm e tenho a dizer que a Luna não aprecia a neve. Se eu não usasse sapatos também não apreciaria, de certeza. E que a máquina, no meio de tanto branco, não a consegue focar, apesar de pretinha*. O próximo post já será Made in Lisbon. Vaga de frio, aqui vou eu!

* desculpas de mau pagador (aka mau fotógrafo)...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

E quando A'dam cheira às escadinhas da Regina?

Quem não se lembra dos chocolates da Regina? Embalagem sobrecomprida, vermelha com laivos dourados, chocolate de leite? Mais do que o paladar, a Regina faz disparar o meu olfato. Fui à fábrica por duas vezes, em visita de estudo com a escola primária. Lembro-me do calor que fazia lá dentro e de oferecerem um saco gigantesco de chocolates, bombons variados e autocolantes. Mas, além dessas visitas, passava lá ao pé muitas, muitas vezes, toda a minha infância e adolescência. Andávamos tanto a pé naquela altura que não sei como não gastámos as pedras da calçada. O cheiro do chocolate a ser feito... entranhou-se-me na memória e continua a enviar-me num instante para aquelas escadinhas (não faço ideia porque é que toda a gente usa o diminutivo, de pequenas não têm nada) onde terminava o edifício da fábrica da Regina e onde estavam as gigantescas turbinhas que faziam circular o ar dentro da fábrica e salivar os passantes... O resultado é que já estive nas escadinhas da Regina quando estive Bruxelas, à procura do Mannekin Pis, ou em Bruges ou, por duas ou três vezes, em Amsterdão. Sempre que o ar cheira a chocolate. Nos outros locais, a culpa é das fontes de chocolate derretido que é costume terem nas montras das chocolaterias. Em Amsterdão, não sei. Mas há dias em que o ar cheira a chocolate. E cheira tão bem... cheira a tempos felizes.


Foto roubada daqui, depois de uma pesquisa no Google. Estão a ver o prédio à direita com janelas quadradas pequeninas? Era aí a Regina, hoje é um condomínio privado com preços acima do aconselhado. E estas são as escadinhas da Regina. Não sei o seu verdadeiro nome. Os carros que se vêem a meio da foto estão numa rua que fica a meio das escadinhas - como podem ver pela fileira central de candeeiros, elas continuam até lá acima, à Rua Gil Vicente. Se calhar começou-se a chamar-lhes "escadinhas" como piada.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Piada de emigrante

É preciso regressar a Portugal para passar frio... dentro da minha própria casa!

Peço desculpas à tecla "faz frio" por não a deixar em paz mas é que não consigo pensar noutra coisa. E pensar no gelo que vai estar no meu quarto de Lisboa na 5ª-feira quando chegar também me causa arrepios, e muitos. Não há comparação possível - aqui faz muito mais frio; o sol deixa de se sentir na pele a partir de Outubro; as ruas estão à sombra mesmo a meio do dia porque o sol em vez de se levantar bem alto no céu passeia pelo horizonte sem forças para mais; a relva à sombra mantém a geada congelada (que belo duo) até mesmo à hora de almoço. Em Portugal, sofre-se dentro de casa. E ainda se ouve pessoas que defendem que o quentinho dentro de casa não é bom porque depois está muito frio lá fora e o choque térmico faz mal e tal e coisa. Bullshit. Se isto fosse verdade toda a Europa para lá da Península Ibérica (e já estou a lançar-me em adivinhações porque não conheço a realidade espanhola) passava a vida doente devido aos choques térmicos. Sim, porque aqui faz muito mais frio e as casas estão muito mais aquecidas. E não tenho sofrido nem ouvido queixas sobre choques térmicos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vaga de frio? Onde?

Não fosse esta a última aula do Cervantes e ia já a correr para a rua, ia. E chegar a casa às 23h, quando devem estar uns -5ºC, pois claro que ia. Irra, que até sinto a pela da cara a repuxar. Daqui a três dias estou a pousar em Portugal, espero aguentar as temperaturas polares que por lá se estão a fazer sentir...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Rituais

Há quem tome banho antes de ir dormir. Há quem não saia de casa sem rímel. Há quem escove o cabelo antes de se deitar. Eu, passeio a princesa cá de casa antes de irmos para a cama. E é um ritual elaborado: pôr a coleira na bicha; vestir-lhe a capa para o frio*; pegar num saco, abri-lo** e atá-lo à alça da trela; prender as calças dentro das peúgas para calçar as patas de mamute; calçar as luvas e de seguida vestir o casaco; fechá-lo bem até acima; enrolar o cachecol à volta do pescoço, o mais para cima possível, de preferência a tapar o queixo; soltar o cabelo e pôr o gorro na cabeça, cuidado para não deixar orelhas de fora; pegar nas chaves e guardá-las no bolso. Demorou quase 10 minutos mas estamos prontas a sair.

* feels like -2ºC lá fora, não brinquemos
** experimentem abrir um saco novo com luvas***
*** é preciso relembrar? feels like -2ºC lá fora, acham que ia tirar as luvas!?

sábado, 12 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Raio dos espanhóis

Devem andar com poucos alunos no Cervantes e vai daí resolvem que a melhor maneira de resolver o problema é diminuirem as horas lectivas de cada curso consoante o número de alunos inscritos. Eu sei que quanto menor o número de alunos mais fácil é a aquisição de conhecimentos, mas passarem cursos de 39h para 36h (se a turma tiver 6-7 alunos) ou para 30h (4 ou 5 alunos) parece-me um bocadinho desproporcional!*

* Será que pagam aos professores à hora? É que não estou a ver outra justificação para este corte!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vai-t'embora, ó melga!

A Luna, princesa como é desta casa, tem direito a três passeios diários. O matinal é com o dono, antes de ir para o emprego, o que, em linguagem mariduncho significa cedo, bastante cedo... E o "cedo", agora, é de noite! Ora, de noite, o que é que se faz? Dorme-se, pois claro! A Luna concorda e assina por baixo. Já são duas manhãs que não quer sair. Ontem, não se levantava da caminha dela, nem abria os olhos. Cardíaco, o mariduncho já estava a lançar um lamento tipo "Mas o que se passa, a cadela não acorda, estará doente?" quando se dignou a abrir a pestana. Hoje abriu os olhos, lá isso abriu. E até se levantou... para dar uma voltinha no mesmo lugar e deitar-se de novo mas de costas para o dono! Se a vida da Luna desse um filme Disney, já tenho título: A Princesa Vira-lata.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Blog novo!

É interessante como as coisas se passam. Num dia recebo uma corrente culinária via e-mail de uma blogger com quem falo por causa aqui do aquário. Como pedia para avisar caso não se pudesse dar continuidade e eu não podia, avisei. Conversa puxa conversa via Gmail e, depois de passarmos pela transformação da corrente culinária em desafio para blog, chegámos à conclusão que o melhor mesmo era arranjarmos outro blog. Um blog culinário. Não é que haja poucos – há imensos. Não é que os existentes sejam maus – de modo nenhum, há coisas espectaculares. Mas este tem uma particulariedade: não é um blog nosso, mas de todos. De todos os que decidirem partilhar uma, duas ou mais das suas receitas, aquelas mesmo boas, originais, que fazem lá em casa de vez em quando, ou simples e práticas mas tão saborosas para o dia-a-dia, que com orgulho partilharão com a restante blogosfera. Daí o nome: Receitas Partilhadas. Para quem não tem tempo, ou receitas, suficientes para criar um blog só seu de receitas mas que quer mostrar que também tem talento. E como não queríamos ficar-nos pelas receitas arranjámos quem nos aconselhasse a bebida! Há tantas receitas boas por aí... Receitas novas, ou velhas, copiadas de uma revista ou livro ou passadas de geração em geração na família. Os outros também merecem conhecê-las! Partilhem-nas connosco no Receitas Partilhadas!

Homo Sapiens non urinat in ventum

é o que está escrito num edifício de Amsterdão. E não, não é graffiti (dois "f", dois "t" ou dois "f" e dois "t"?) ou qualquer tipo de escrita criativa de um adolescente com conhecimentos linguísticos acima da média. É o que está gravado na pedra. Decidido, portanto, por um arquitecto. Talvez seja um arquitecto adolescente com conhecimentos de latim acima da média? Vejam, por cima das colunas:


Este post merecia o título "A vida em Amsterdão tem destas coisas #7" mas estou obcecada com o "non urinat in ventum". Consegui dedicar-lhe dois posts! Infelizmente nem algumas pesquisas online nem conversas com locais conseguiram explicar o porquê da escolha de tão bonita e poética frase. Resta acrescentar que estas colunas servem de entrada a um complexo de edifícios onde a maioria dos estabelecimentos são restaurantes. Homo sapiens. Adequado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Como Latim para mim é Grego

alguém que perceba esta língua que me diga se esta frase diz o que parece dizer:

HOMO SAPIENS NON URINAT IN VENTUM
.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Limbo

Tenho uma inveja do caraças daquelas pessoas que sabem o que querem fazer da vida quase desde sempre e por isso lutam pelo seu objectivo e, por vezes, melhor ou pior, conseguem alcançá-lo. Não é porque ache que as coisas lhes caem do céu ou que não precisam de se esforçar para alcançarem o que querem - mas apenas porque pelo menos têm uma ideia do que gostavam de fazer com a sua vida. Eu sinto-me num limbo. Não sei para onde me virar e o problema nem está em estar na Holanda, mas em não ter um plano. É preciso ter um plano de vida. Objectivos. Para que no dia-a-dia não nos percamos com afazeres menores ou num marasmo cheio de nadas. Pode correr tudo bem (acontece, eu já vi!). Pode correr mais-ou-menos e ficarmo-nos por meio plano realizado. E nesse caso podemos continuar a perseguir o resto do plano e pode ser que, mais tarde ou mais cedo, nos achemos satisfeitos. Pode também correr tudo mal, e não haver volta a dar-lhe para que o nosso plano de vida volte à vida... E aí estamos uns tempos perdidos. Mas pelo menos tentámos. E eventualmente outros planos de vida surgirão para tentar de novo. O meu plano de vida original desmoronou-se quando ainda era tão novo, tão novo que se fosse humano estaria ainda separado em óvulo e espermatozóide. E desde aí estou neste limbo, que só a vinda para a Holanda e a falta de emprego aqui despertou. Já tenho algo a agradecer a esta experiência expatriada: abriu-me os olhos. Agora só resta focá-los num objectivo, traçar um plano com pés e cabeça e espaço de manobra e pôr-me a caminho. Estou a guardar pelo menos metade das minhas passas desta passagem de ano para pedir inspiração...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

950

Um casal e as suas filhas, teenagers, querem mudar de casa. O objectivo é simples: estarem mais perto das escolas que elas frequentam, em Lisboa. Comprar casa está fora de questão e mesmo alugar casa, em Lisboa, como toda a gente sabe, é caro. Mas o ordenado do pai é bom e a procura começa. O sonho é que a casa tenha dois quartos, um para o casal e outro para as filhas, que até agora sempre dormiram na sala. No final de muita procura há dois apartamentos em vista, curiosamente em prédios lado-a-lado. Um com um quarto, o outro com dois. A diferença de preços não é grande, mas o casal hesita. No apartamento maior estavam mais à-vontade, mas a diferença entre as duas rendas é equivalente ao espaço de manobra do orçamento familiar. Se optarem pelo apartamento maior não pode haver precalços. O dinheiro será à justa para as despesas correntes. Mas há sempre precalços. Optam, com pena, pelo apartamento mais pequeno, as miúdas continuam a dormir no sofá-cama da sala. Tem de ser.

Só para terem uma ideia, a diferença entre as duas rendas era o preço de uma bilha de gás. Em Lisboa, na altura, o gás era de bilha. Na altura, uma bilha de gás custava 50 escudos. Sim, 50 escudos. Era essa a margem de manobra, em caso de precalço, na casa dos meus avós quando a minha mãe era adolescente. A renda da casa que alugaram e onde ainda hoje o meu avô vive era 900 escudos. Um balúrdio, na altura. Não me digam que "hoje ainda estamos pior que antigamente"*. Não brinquem.

* Porque ainda há dias ouvi esta frase a ser proferida. E, por estas e por outras, esta frase irrita-me solenemente.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Em Roma, sê romano

Em Amsterdão, usa patas de mamute.


Eu sei, não são as coisas mais bonitas que os designers de moda se lembraram de criar. E ficar bem, mesmo, acho que não ficam a ninguém. Mas são quentinhas. E confortáveis. E eu hoje andei mais de duas horas na rua, está frio e souberam mesmo bem.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A vida em Amsterdão tem destas coisas #6

Daqui a três semanas já estou a aquecer os estofos do meu boguinhas. Ui, as saudades que eu já tenho da minha embraiagem, caixa de mudanças, acelerador... Não percebo quem gosta de caixas automáticas: quem me tira a possibilidade de mandar uma abaixo para ajudar a ultrapassar o pastel que vai à minha frente tira-me tudo*. Bem, mas este post vinha, por inspiração deste aqui, falar de rádio e de holandeses - novidade, novidade! Eu cá desafino ao volante. Aquela cena de cantar no duche nunca foi comigo, eu já sou mouca de natureza não preciso de água a escorrer pelos ouvidos para ouvir ainda menos a guincharia que estou a fazer. Pois os holandeses são como eu, gostam de cantar (ok, ok, guinchar) ao volante - a grande diferença é que eles não têm chapa à volta a absorver o barulho ou rádio em altos berros para disfarçar a voz de cana rachada. Eles guiam bicicletas! Muito gostam eles de cantar ao volante das suas binas. Alguns, percebe-se, estão a tentar embalar as crianças que viajam no cesto da frente, ou atrás, não interessa. Outros fazem mesmo como eu - o grande objectivo é assassinar boas músicas com a pior voz que se possa imaginar.

* Cruzes, sou tão portuga que até faz impressão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sabemos que somos queridas quando

recebemos uma mensagem a dizer que o melhor é marcarmos já* o nosso jantar de Natal, antes que se marquem todos os outros e depois seja complicado conciliar. "É que o nosso tem prioridade!".

* mensagem recebida há umas três semanas atrás, quando faltava quase 1 mês e meio para ir para Portugal

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mais tarde ou mais cedo tinha de acontecer

A temperatura máxima já não chega aos dois dígitos.

8°C
Actual: Aguaceiros
Vento: SO a 35 km/h
Humidade: 87%
sex

9° 7°

sáb

8° 4°

Quantos pontos valerá no Scrabble?

Sabem quando falamos demasiado depressa ou estamos cansados e o cérebro mistura duas palavras sinónimas porque parece não conseguir decidir qual delas utilizar? Nessas ocasiões saem palavras tão interessantes como "espantacular". No outro dia o mariduncho saiu-se com uma mistura tão boa, tão boa que, arrisco dizer, é "espantacular" de boa. "Odeio que me 'disturbem'", disse ele. Sim, porque como já não chegava a misturada de palavras portuguesas, agora também mete o inglês ao barulho. Isto de se passar o dia a mudar de idioma não é nada saudável.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dúvidas Existenciais III

Já agora, porque é que são tantos?!?* A lenda diz que o (singular) Zwarte Piet é o (singular) companheiro do Sinterklas, que ajuda na distribuição dos presentes às crianças**.

* no desfile de há duas semanas em Amsterdão só havia um Sinterklas mas dezenas e dezenas de Piets!
** para mais informação e fotos (hão-de reparar que o Piet é pintado), ver aqui

Dúvidas existenciais II

Porque é que os Zwarte Piets* que agora pululam** por Amsterdão não são, efectivamente, pretos, mas sim brancos pintados?

* Piets Pretos, numa tradução literal; o Zwarte Piet é um companheiro do Pai Natal cá do sítio, o Sinterklas, que é suposto vir de Espanha e ser negro (?)
** acabei de ver 3 a pular pela Museumplein fora

terça-feira, 24 de novembro de 2009

É para achar que está a chover mesmo muito

quando começamos a ver que os holandeses também andam com os chapéus-de-chuva atrás!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

É para receber mensagens assim que criaram o e-mail

Testículo: Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro*: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério*: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente*: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversão: Conversa prolongada
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito
inteligentes
Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Aspirado*: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine*: Prender a namorada do Mickey Mouse
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado*: do lado contrário
Pornográfico*: O mesmo que "colocar no desenho"
Coordenada*: Que não tem cor
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão

* soa melhor se se ler com (o que nós achamos ser) pronúncia brasileira do português.

domingo, 22 de novembro de 2009

Fiquei fã

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Bom fim-de-semana!

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Higiene oral antes de tudo

e não importa onde!

Ontem ia muito bem a passear a minha Luna quando olho para dentro de um carro parado num semáforo e vejo que a miúda que ia no banco do pendura (mas não devia ter nem 12 anos) está a escovar os dentes. Escova na mão direita, boca (não muito) cheia de espuma e vá de esfregar. Para terminar, abre o vidro do carro e cospe a espuma para a estrada. Águinha para enxaguar fica para a próxima (a pasta devia ser da que tem sabor a morango e dá tanta vontade de comer como a gelatina Royal) que o semáforo passou a verde para os carros e ela fechou o vidro e foi-se.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Como não chegava o vento com rajadas a mais de 40km/h, agora está a chover com rajadas.*

* É por estas que na aula de espanhol quando tivemos de descrever a chuva sem usar as palavras água, nuvens e não sei que mais, houve quem escrevesse "Es el tiempo más comun aqui en Holanda" - e não fui só eu!

O mundo não anda para trás

Já houve uma altura em que o casamento era só religioso. Quando se começou a falar de casamento civil, o que se dizia? Que o casamento civil não fazia sentido, que o casamento só fazia sentido enquanto cerimónia e compromisso religioso. Alguém hoje ainda pensa assim? Com certeza, dois ou três - há sempre alguém com uma opinião diferente, seja ela baseada em novas ideias ou em ideias com séculos ou décadas de existência. Há (muito, mas também não tanto assim) tempo atrás os negros não eram pessoas, humanos como os brancos, mas sim uma qualquer subespécie mais próxima do animal do que do humano que, por mero acaso, possuía a única grande característica (física) que nos distingue dos animais - a fala. Alguém ainda hoje pensa assim? Claro! Infelizmente, ainda há muitos, tal como disse atrás, há sempre quem pense de maneira diferente. Há alguns anos atrás (poucos, tão poucos...) em Portugal era dado adquirido que um bom ensaio de porrada (com um cinto, a régua, os punhos - originalidade era a palavra de ordem) era a melhor maneira de ensinar às crianças fosse o que fosse - até a respeitar quem tinha acabado de lhe deixar o corpo negro. O mundo muda. As opiniões (da sociedade enquanto um todo) mudam. Por isso, neste caso, também mudará. O casamento entre homossexuais será uma realidade dentro de pouco tempo. E continuarão a existir pessoas que dizem "casamento sim, que a vida de cada um não nos diz respeito, mas adopção de crianças não, que as pobres vão ser doutrinadas, gozadas, desviadas, etc., etc.". E o mundo continuará a girar. E, quando a sociedade decidir que afinal as crianças estão melhor com um casal homossexual do que numa instituição (por muito boa que seja, por muito dedicados que sejam os funcionários), também isso se alterará. E, aí, provavelmente, virão alguns dizer "adopção sim, que aquelas pobres crianças já nasceram e estão melhor assim do que noutras circunstâncias, mas agora inseminação artificial para homossexuais é que não, que uma coisa são as crianças que já cá andam, outra encomendarmos novas crianças nessas condições". E, novamente, o mundo girará. E o mundo não anda para trás.* Só tenho alguma pena que, entretanto, haja crianças que continuem a sofrer quando se calhar há alguém que queria dar-lhes amor.

* excepção feita a grandes cataclismos que provoquem alterações radicais nas condições em que vivemos e, consequentemente, na organização da sociedade

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Problem solved

Já estava pronta para comprar uns ganchinhos e ficar a parecer mais totó do que o normal na tentativa de resolver o meu problema de franja. Tenho duas razões para não ir ao cabeleireiro: um, não gosto de experimentações com o meu cabelo; dois, toda a gente sabe que ir ao cabeleireiro cortar a franja implica perder pelo menos três dedos de comprimento (começo a acreditar que é defeito profissional), e eu estou a usar o exílio como desculpa para deixar crescer o cabelo à séria. Entretanto, lembrei-me de uma querida amiga que, nos tempos paupérrimos da universidade, escadeava a parte da frente do cabelo (a que emoldura a cara) com uma gillette para não ter de ir tantas vezes ao cabeleireiro. Usei o mesmo método na franja - e funcionou! Esteva com um certo receio de ficar a parecer um bicho com meia dúzia de pêlos espetados irregularmente na testa, admito, até porque há histórias de fracassos desses na família, mas tudo correu pelo melhor. Quando o mundo acabar e deixar de haver cabeleireiros já sei que posso manter a franja controlada, desde que a fábrica de gilletttes não feche. É sempre bom saber!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Irritações 2)

O Messenger diz-me que não pode ligar porque preciso de fazer o download da versão mais actual. Ora, a última actualização que fiz foi há menos de 6 meses! Mas não tenho mais nada que fazer senão desinstalar e instalar diferentes versões do Messenger?!? Eu até prefiro o Skype ou o gmail...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Remédio Santo

O vosso relógio biológico diz-vos que está na hora de procriar? Quando vêem crianças na rua, especialmente bebés, têm vontade de os raptar e levá-los com vocês para casa? Nada vos satisfaz mais do que comprar prendas para as crianças da família e dos amigos?

Por outro lado:

Acham que ainda têm muito que gozar antes de "abdicarem da vossa liberdade" por um filho? O horário de trabalho mal dá para tratarem de vocês, quanto mais de uma criança? O ordenado é curto só com duas bocas, acrescentar uma (ou duas, se vos sair a sorte grande em forma de gémeos) é uma ideia que se vos afigura suicida?

Então, vejam um programa chamado Take Home Nanny... Não há melhor controlo de natalidade, de certeza! Para quem, como eu até ontem, desconhece o programa, passo a explicar: uma senhora, a Nanny Emma, desloca-se a casa de várias famílias com crianças problemáticas durante uns dias para orientar os pais sobre a melhor forma de resolverem os problemas com os filhos. Que bichinhos! E sabem o que é para mim mais assustador? É que aqueles pais não quiseram fazer mal aos filhos, não os quiseram deseducar, não quiseram transformá-los em bichinhos desgovernados com mais poder naquela casa que o Papa no Vaticano! Não, aquelas pessoas quiseram o melhor para os seus filhos, quiseram poupá-los. E deu naquilo. Quem garante que eu, tu, ou qualquer outra pessoa não faz o mesmo, sem querer? Fiquei traumatizada e se quero poder ter filhos antes dos 40 não posso voltar a ver o programa.

Irritações

A nova publicidade pop-up no Público online. Cada página, cada secção, cada nova notícia, lá vem o anúncio da semana... Muito bem colocado sobre a última notícia de cada secção. Agora até é um rapazito jeitoso o que melhor se vê no anúncio, mas depois de abrir umas quantas notícias até ele já enjoa!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

São Martinho!

Castanhas! É (devia ser) hoje! E eu aqui, onde num quilo de castanhas meio vem com bolor mesmo agora, no início da época! É com esta que deprimo de vez. E a culpa é desta portuga que tinha que me lembrar da data.
P.S. - Para quem não saiba, eu amo castanhas. Assadas, cozidas, piladas, na comida, em doces, até cruas eu as como. O que eu não dava por meia dúzia de quentes e boas hoje ao lanche...

Eu e a música

Devo ter sido amaldiçoada com música por alguém. É a única explicação. Em miúda, era o vizinho de baixo, adolescente radical, com melena à Axel Rose (aquelas que davam para sacudir, na praia, depois de sair do banho, lembram-se das tristes figuras?), que tinha a mania que ia ser guitarrista. E como aquela era a segunda casa da família era para lá que ia assassinar a música, quero dizer, praticar guitarra eléctrica... A certa altura deu-lhe para praticar de madrugada - foi o princípio do fim. O pai, na outra casa, não gostou nada de ser acordado de madrugada pela polícia a dizer que tinha havido uma queixa sobre o barulho, perdão, a música, que o filho estava a fazer (adivinhem lá qual foi o vizinho que chamou a polícia, eheh!). Depois, veio a professora de música da preparatória. Conhecida entre os alunos como bruxa Ludovina (perdão à senhora, que entretanto já faleceu e nem devia ser má pessoa, mas era uma péssima professora), resolveu que toda a minha turma ia tocar flauta. Nas outras turmas tocavam outros instrumentos, não sei porque raio a minha havia de ser toda corrida a flauta, foi uma desgraça. Acho que foi a única professora que embirrou comigo. E uma das poucas com quem eu embirrei. É capaz de não ter ajudado o facto de ela usar um bocado de tábua das costas de uma cadeira qualquer para bater na mesa quando nos queria calar - foi uma sorte nenhum aluno morrer de ataque cardíaco, aquilo fazia um eco tremendo na sala, afinal estávamos numa cave! Dois anos de tortura obrigatória. Anos depois veio morar para o prédio em frente ao meu um estudante de... flauta (ou qualquer outro instrumento de sopro cujo som é fino, com as aulas de música que tive não esperavam grandes conhecimentos, pois não?). O pior é que devia ser iniciante e durante semanas não treinou outra coisa que não a escala musical. Do-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó! Dó-si-lá-sol-fá-mi-ré-do! Uma e outra vez. Um dia, um trolha que trabalhava num outro apartamento veio à janela mandá-lo meter o pífaro naquele sítio. Ri até às lágrimas porque eu tinha ido naquele preciso instante até à janela com o objectivo de o mandar calar que já não se aguentava tanto apito. Quando mudei de casa, foi a maldição da quizomba. Não que eu tenha algo contra este estilo de música, o problema nem era tanto a música mas o tom a que a punham a tocar, mesmo por cima de mim. A qualquer hora do dia. Resolvi o problema pagando-lhes na mesma moeda - rádio em altos berros com o rock mais pesado que consegui descobrir na colecção do mariduncho. Ligavam o deles, ligava eu o meu. Até o prédio estremecia! Depois de meia dúzia de curtas disputas sobre quem é que tinha o woofer mais potente, lá perceberam a mensagem e passaram a moderar o décibel. Agora, aqui na Holanda, é outro músico. Este toca, mesmo, não assassina guitarras eléctricas, não me obriga a tocar com ele, não repete a escala musical até à exaustão e o som do seu violoncelo (mais uma vez deito-me a adivinhar porque os conhecimentos não são muitos) é um pequeno zum-zum longínquo. Mas irrita, ai que irrita. Todo o dia. Todos os dias. Non-stop. É maldição, só pode.

Porquê?

Maldito relógio interno, que me acorda sem razão aparente (nem necessidade nenhuma) às 7h30 da manhã todos os dias! Porquê, alguém é capaz de me explicar?!?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Segredo

O Segredo (com letra maiúscula por ser tão importante) para manter uma casa arrumada é não permitir que ela se desarrume. É este o ensinamento de anos de desarrumação (como já disse algures aqui, sinto pelas tarefas domésticas um ódio que só quem também o sentir compreenderá e que me acompanha deste tenra idade). Quando temos a casita arrumada é mais fácil (porque menos demorado) colocar no lugar aquela coisinha que escapou ontem à noite e ficou esquecida sobre uma qualquer superfície menos apropriada. Se o caos se instala vamos demorar horas a voltar a pôr tudo como deve ser - e quantas mais horas se calcula que demore, menos vontade temos de arrumar. Com tudo isto em mente, aquando da mudança para as terras baixas prometi a mim mesma que tudo iria ser devidamente arrumado (um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar) e que me iria esforçar por manter cada coisa no lugar previamente atribuído. Consegui-o, com algum esforço, até à chegada da minha Luna. Não é que ela suje ou desarrume seja o que for, eu é que me ponho a brincar com ela ou a treiná-la em vez de arrumar a tralha. Pois hoje isso muda. Já brinquei com ela, agora vou arrumar tralha e pôr esta casa de novo num brinco. Está prometido.

P.S. - Bem sei que nada disto vos interessa, mas é mais urgente cumprir uma promessa pública do que uma que só a Luna ouviu e não vai contar a ninguém se não for cumprida...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Desqueci-me

Há quatro anos atrás ouvi esta pérola dos pontapés na gramática portuguesa pela primeira vez. Antes disso, ou andava surda, ou nunca me tinha cruzado com nenhum dos adeptos desta forma de conjugar o até então desconhecido verbo "desquecer-se". Novamente o caricato da minha situação veio inundar-me o cérebro de dúvidas e perguntas. Ali estava eu, perante vinte e muitos alunos de um 4º ano da escola primária, a ensinar a pronúncia correcta da palavra "the" (com a língua a bater espalhafatosamente nos dentes da frente e a ridicularizar o procedimento com a famosa frase "say it, don't spray it") quando cerca de um terço dos meus alunos não conjugava correctamente o verbo esquecer.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A palavra mais odiada


NATIVE (english)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu passo-me com isto

Eu até sou uma defensora das liberdades individuais - ou seja, desde que não andem a pisar nas liberdades de outrém, para mim, cada um deve fazer o que bem entende. É por isso que, apesar de ser uma defensora do ensino da Educação Sexual nas escolas, porque a informação nunca fez mal a ninguém, compreendo que alguns pais decidam que não querem que os seus filhos as frequentem. Agora, quando a propósito deste tema leio certas declarações, passa-me a vontade de conciliação, entendimento mútuo e divergência civilizada e só me apetece distribuir uns bons pares de estalos. Ora leiam:

"É verdade que Portugal é o segundo país europeu com mais alta taxa de gravidez na adolescência, mas é uma verdade com a qual eu me congratulo porque significa que as jovens levam a gravidez até ao fim e não abortam".

Já faltou mais

Sabem aqueles cãezinhos de pêlo longo a quem alguns donos fazem um carrapicho no alto da cabeça? Pois se não tratar desta franja não tarda pareço um desses.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Declaro oficialmente aberta

a época das luvas


e dos cachecóis.




A dos gorros seguir-se-á, sem dúvida, em breve.


Brrrr!

Dia-a-dia

Levantar cedo, ir tomar o pequeno-almoço com a minha mãe e dar dois dedos de conversa. Ir à mercearia. Pegar no carro, ir até à escola, dar aulas e almoçar por lá. Aproveita-se e prepara-se uma festa ou fazem-se umas avaliações. Ou ir almoçar com a S. Ou com a X. Ou regressar a casa num pulo para dar uma explicação e almoçar com a mãe e o avô. E ir de novo para a escola, para mais umas aulas. Voltar para casa, rapidamente, mais umas meninas à espera de um apoio. Ou ir ao supermercado abastecer duas despensas. E depois, encontro e lanche com a R. Ah, e visitar a avó. Ou jantar com a J. Ou com o mariduncho. Ou ver um cinema. Ou preparar aulas e explicações. Ir à natação. E, quem sabe, ver uma série na RTP2. Ler um capítulo de um livro e dormir.

É por isto que agora os meus dias são vazios. Faz-me falta ter pressa, correr, trabalhar, combinar isto ou aquilo (ou isto e aquilo), conduzir, stressar, divertir-me, comer fora, conversar, visitar gente, combinar saídas. Se não fosse uma verdade tão crua diria que me faz falta viver. Mas é a verdade.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ai Luna, Luna

Lembram-se de eu dizer que a Luna ainda ia ao banho por causa da sua relação amor / ódio aos patos? Eu canso-me de dizer que tenho sempre razão! Este Sábado foi o dia. Splash num lago do Voldelpark. Pelo aspecto da coisa o objectivo era acertar no pato e não persegui-lo a nado - sim, que assim que voltou à superfície deu meia volta e saiu da água. Agora, das duas, uma: ou é o primeiro de muitos, ou é o primeiro e o último. Fez o dia de um casal de turistas italianos e o nosso fim de tarde - banheira com ela.

sábado, 31 de outubro de 2009

Min Pin


Nesta foto até parece engraçado mas é, definitivamente, um ratinho. Os sites da raça dizem que é "a big dog in a small package" devido à sua atitude possessiva e até agressiva. Aquilo que foi criado para ser um caça-ratazanas é agora classificado pelo American Kennel Club como toy breed e afectuosamente apelidado Min(iature) Pin(scher). Ah, e o objectivo de Herr Dobberman quando criou a raça que lhe tomou o nome era criar um Min Pin 15 vezes maior. Digam lá que não vale a pena vir até aqui para ficar a saber estas coisas tão interessantes (e úteis!).

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ainda hoje o vi

Há um cãozinho que vejo de vez em quando a passear que é mais pequeno que as ratazanas que já vi em Lisboa. É um pinscher anão e pesa 1,5 kg. Eu gosto muito de cães, no geral, mas aquilo... não é bem um cão, pois não?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Uns fazem corninhos,

outros gostaram muito, mas mesmo muito, d' O Código da Vinci. E têm também tempo demais em mãos. E, apesar de já terem sido Exterminadores Implacáveis, levam-se demasiado a sério. Ou, já não podendo dar uns quantos murros nos adversários, lembram-se disto:


Não havia necessidade.

* quem quiser saber mais faça o favor de ir aqui, que estou tão sem palavras que ia acabar a plagiar o jornalista do Público.

Qualquer dia passo-me e ofereço um treat (daqueles que levo para ir treinando a Luna pelo caminho) aos meninos que acham piada a ladrar e rosnar a cães pequenos como a minha farrusquinha. A minha única consolação, até agora, tem sido a impassividade com que ela aceita estes ataques histéricos. Deve pensar lá para com ela, "Coitadinho, que cão tão feínho...", e nem sequer pára de andar.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Já agora,

queria dizer que não fiquei incomodada, ou algo que se pareça, com algum comentário... Mas achei que, efectivamente, já andava a bater muito na mesma tecla e que devia esclarecer o mundo sobre Amsterdão e o aquário - não quero provocar um decréscimo das taxas de ocupação dos hotéis das terras baixas com o que escrevo por aqui! E agora podem voltar a comentar o que quiserem, dêem-me o que fazer, vá!

Impõe-se um esclarecimento

Este aquário nada mais é que uma página pessoal de idiotices e resmungo que vai contribuindo para que eu me mantenha ocupada e que algumas pessoas em Portugal saibam de mim. O que aqui escrevo é, na maioria das vezes, coisas parvas que me acontecem ou que me vêm à ideia, ou coisas que me incomodam e irritam. Tudo o resto acaba por ficar de fora, distorcendo um bocado a realidade. Parece que isso acontece especialmente em relação a Amsterdão e à Holanda... dando a ideia de que eu não gosto disto nem dos holandeses. Ora bem, a Holanda não é Portugal e Amsterdão não é Lisboa - e portanto nunca será a minha terra, nem a minha cidade, onde tenho os meus cantos, as minhas memórias, os meus amigos e a minha família. É, por enquanto, o sítio onde tenho a minha casa (sim, esta já é mais a minha casa que a que tenho ainda em Lisboa) e onde vivo com a família mais próxima (mariduncho e cadela) e é um sítio espectacular para se viver. Vivo num bom bairro, numa casa boa (então para o padrão holandês é uma casa extraordinária) tenho vizinhos simpáticos, toda a gente me trata bem, seja na rua, nas lojas ou nos locais onde procuro emprego, apesar de ser claramente uma estrangeira que, ainda por cima, não fala pêvas da língua local. Arrisco dizer que não há mais nenhuma cidade da Europa onde alguém possa viver sem falar a língua do país, usando única e exclusivamente o inglês - e aqui é possível, sem sequer originar mal-estar (os holandeses são os primeiros a perguntar porque é que alguém quer estudar a língua deles se falar bem inglês!). A qualidade de vida que tenho aqui é, de longe, superior à que tinha em Lisboa, e a qualidade de vida dos holandeses é muito superior à dos portugueses. Aqui, as pessoas passeiam nas ruas, saem das lojas com sacos, têm tempo para estar com os filhos e com a família e os amigos (eu nunca vi crianças portuguesas no dia-a-dia serem tão felizes como vejo as holandesas), viajam várias vezes ao ano para fora do país e têm dinheiro para gastar. A questão é que eu não acho que isto tenha a mais pequena graça. O que tem graça é eu sair de casa, atravessar a rua e estar à porta de uma escola e depois atravessar o canal e ter meio quarteirão de montras com meninas em roupa interior. E tem piada oferecerem-se para me pagar um charro, quando em Portugal nem sequer vender-me um alguma vez tentaram (estão a imaginar o meu ar de menina, não estão?). E quase ser atropelada por uma bicicleta também tem piada (enquanto se mantiver no quase, claro está...). E despirem-se todos em pleno Vondelpark (ficam de boxers ou de bikini) mal o sol fura as nuvens? Tem piada, ah pois tem! Muito mais do que andar a fazer a apologia da Holanda contra um Portugal que, apesar de ranhoso em tantos aspectos, é a minha terra e eu adoro. E é este o esclarecimento que queria fazer. Nunca se esqueçam que o que eu conto é só uma parte da realidade, aquela que (nos) é estranha por ser tão díspar da portuguesa e, por isso mesmo, engraçada, incomodativa ou simplesmente curiosa. Admitam, tem piada um gajo (não era um drogado ou alguém com mau aspecto, atenção!) passar de um convite para um chá para um outro tipo de ervinha...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A vida em Amsterdão tem destas coisas #5

E se um desconhecido te convida para um chá e tu respondes que não, o que é que ele diz a seguir?

"What about a joint?"

domingo, 25 de outubro de 2009

Today is...

the never ending day.

E ainda só são seis e meia da noite.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A vida em Amsterdão tem destas coisas #4

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A beleza desta foto é o que não se vê nela. Este pato estava orgulhosamente pousado na amurada do barco, tão perfeito que resolvi tirar uma foto. No momento em que ia pressionar o botão da máquina o idiota do bicho escorrega de traseiro para dentro do barco e depois põe-se, assim como acabou por ficar na foto, a espreitar de lá de dentro, com a cabecinha a girar para todos os lados como se ainda não tivesse percebido bem o que se tinha passado.
O porquê do título? Então, o bicho estava drogado, de certeza...

Doenças silenciosas

Tudo o que seja doença silenciosa que não tenha um nome assustador como cancro, diabetes ou colesterol elevado é como se não existisse, especialmente quando o afectado é um colega de trabalho. Um dia, entre quatro amigas, discutíamos as enxaquecas, que afectam duas de nós, e as alergias, que afectam as outras duas. Saiu-me uma frase que, creio, resume tudo. As alergias são uma coisa horrível e até incapacitante (não me venham dizer que são uns espirrinhos). Mas ao menos as alergias são visíveis. Se tens os olhos inchados e vermelhos, se espirras como uma possuída e dás cabo de três maços de lenços em meio dia é óbvio para toda a gente que estás doente. As enxaquecas, para dar o exemplo de doença silenciosa que me afecta, não têm sinais exteriores além da cara miserável que qualquer um põe nessa situação. Mas caras miseráveis é o que mais há por aí e, além de provocadas por milhentas outras razões, podem perfeitamente ser falsas. A única vez em que, numa situação de trabalho, olharam para mim e perceberam imediatamente que eu não estava nada bem (apesar de não saberem o que tinha) foi em Chelas, lugarzinho maravilhoso, numa escola óptima, perante uma turma de criancinhas do 3º ano do pior que já tive que domar. Estas pestes, difíceis de controlar, consistentemente mal-educadas e, em muitos casos, com problemas na vida mais graves do que eu e algumas pessoas que conheço juntas, olharam para mim mal tínhamos entrado na sala de aula, calaram-se como por magia e perguntaram com uma cara assustada "Teacher, o que é que tem?". Se não estivesse tão mal-disposta acho que me teriam vindo as lágrimas aos olhos. Aquelas crianças, normalmente indiferentes a tudo e todos além deles e dos seus amigos, olharam para mim e viram a minha doença estampada na minha cara. E, acreditem, a cara com que habitualmente encarava aquela turma já não era das melhores (adoptei e estendi com algumas turmas o adágio não mostres os dentes até ao Natal). Estava para morrer nesse dia, quase não conseguia raciocinar e qualquer barulho explodia na minha cabeça como uma bomba. Aquelas pestes conseguiram o milagre de me perceber doente antes de eu lhes dizer e não só. Conseguiram respeitar a minha doença, portaram-se impecavelmente, trataram-me como a um bebé e ainda se lembraram de me desejar as melhoras conforme saíam disparados da sala em direcção a casa depois de um dia de trabalho. Nunca colegas de trabalho me mostraram a mesma consideração. Como disse num comentário a um post anterior, uma amiga, que consegue sofrer mais de enxaquecas do que eu, chegou ao limite um dia quando, em pleno emprego, não aguentou as náuseas e saiu disparada para a casa de banho. Há semanas que pedia aos colegas para não fumarem no open space onde todos trabalham. Nunca foi ouvida. A doença dela não se vê, deve ser só mais uma maníaca anti-tabagista que resolveu chatear-nos. Só depois deste triste episódio se aperceberam do que ela sofria, aflita da cabeça, mal disposta, a ter de trabalhar no meio de um cheiro que dá nauseas a muita gente que não sofre de enxaquecas. Todos os médicos a quem me queixo das enxaquecas me perguntam se há hereditariedade. Que eu saiba, não, nem na família alargada. Consegui herdar uma data de coisas más de uma data de gente da família e ainda juntei uma doençazinha só minha...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

No Palácio da Rainha




Fui visitar o Palácio da Rainha há algum tempo e estas duas pinturas chamaram-me a atenção. Estão pintadas no tecto da sala adjacente à varanda de onde se faziam os anúncios das autoridades à população e representam as notícias.

Na primeira pintura as boas notícias são representadas por uma figura com asas de anjo, uma corneta e um ramo de oliveira, símbolo sobejamente conhecido. Na segunda, temos as más notícias. Além de a figura ter um ar demoníaco, as asas que o sustentam são de morcego e, em vez de uma, tem duas cornetas - porque as más notícias chegam duas vezes mais rápido.

Experimentações é no que dá

Descobri os blogs de culinária. Alguns têm receitas completamente diferentes do que costumo cozinhar e como não tenho muito que fazer e os ingredientes são limitados, resolvi começar a experimentar. Tenho descoberto coisas bem boas, até que ontem resolvi dar uma hipótese a um creme de courgettes - sopa sem cenoura é uma coisinha muito chata, sabe sempre tudo ao mesmo, por isso há que inovar. Neste creme usavam manjericão, erva que eu nunca usei na vida nem sabia a que sabia (hum, esta frase deve ser mesmo boa para baralhar o tradutor do google). Ao cozinhar cortei um bocadinho na dose indicada, felizmente, porque tem um sabor bastante forte e também bastante cheiro.
Quando o mariduncho chega a casa começa a cheirar o ar e pergunta-me com um ar entre o receoso e o gozão: "Fizeste vagarosos para o jantar?" Efectivamente, o manjericão pode ser usado para cozinhar caracóis. A sopa não é para repetir e fiquei com desejos de vagarosos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A vida em Amsterdão tem destas coisas #3

Os meus vizinhos estão sem água no apartamento há mais de uma semana - rebentou um cano no contador e ninguém dá conta daquilo. Mas esta semana são as férias dos miúdos na escola... Solução? A mãe foi com os dois putos para Lanzarote apanhar sol e o pai ficou em casa a tratar dos canos.

A liberdade de expressão

tem as costas largas - quando se quer dizer tudo o que apetece ou quando se quer calar os outros... Será que para a maioria das pessoas (leia-se católicos) a Bíblia é assim tão importante? É que Saramago veio dizer mal da Bíblia e levantou-se um mundo e o outro. Saramago não falou mal de Deus, sequer, apenas de um livro que, apesar de símbolo de uma religião, disso não passa. Quando se critica a burka não se está a criticar um símbolo de uma religião? A liberdade de uma pessoa termina onde começa a da outra. E a liberdade de cada um permite-lhe ignorar, discordar ou até desconhecer o que outros pensam sobre determinado assunto. Saramago emitiu uma opinião (fundamentada ou não, não interessa para o caso) os críticos podem rebater, mais uma vez se aplica a liberdade. Mas não façam disso um caso de cidadania. Ninguém é obrigado a ser católico, ou a seguir a Bíblia, para ser português. Critiquem-no, ignorem-no ou aclamem-no, mas há limites!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Há 15 anos, quando vim a Amsterdão pela primeira vez, chocaram-me os drogados e os mendigos que se espalhavam pelas ruas, escuras e sujas. O comboio que nos levaria embora saía de Centraal Station já de noite por isso tivemos um bom par de horas para deambular por aí, quando já se acomodavam para mais uma noite de frio aqueles que não podiam contar com um tecto. Se querem a verdade, o medo apertou, a estação e o centro lembravam a Meia-laranja só que de noite, sem carro e num país estranho. Hoje em dia já não há nada disso. Primeiro estranhei, depois entranhei: resolveram o problema! Lá resolver, resolveram, só que não da forma que eu pensei. A polícia "enxota" os pedintes, os drogados e quaisquer sem-abrigo para fora do centro de Amsterdão para não chocar os turistas. As estações de comboio dos arredores são, de noite, iguais à Centraal de há 15 anos atrás - só faltam os turistas. Não haverá outra forma de lidar com este problema?

OMG!

Nesta cidade vive muita gente, trabalha mais e passeia ainda mais. Só habitantes são 4457 por km2... espaço em barda, portanto. Muitos holandeses trabalham apenas 4 dias por semana e muitas, depois de terem filhos ou enquanto estes são pequenos, não trabalham de todo - mas passeiam, sempre, faça chuva ou faça sol, frio ou calor, está tudo na rua. E, claro, ainda temos os turistas. O resultado são ruas cheias de gente, os parques animados por risos e correrias dos mais pequenos e bicicletas por todo o lado. Normalmente esta animação agrada-me, gosto de deambular enquanto vou observando os outros. Acontece que esta é a semana das férias de Outono aqui da pirralhada, significando que, mais do que uma alegre e pululante cidade, ontem tínhamos uma insuportavelmente apinhada cidade, cheia de adolescentes por todo o lado - em grupinhos, em grupos, em manada, tão self-centered e indiferentes como só eles. E isto era na rua. Nem quero imaginar se tenho decidido ir às compras esta semana - não eram só as calças skinny que me iam mexer com o nervoso miudinho, não!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Na verdade,

acho que não vou mesmo perceber nada... Falta-me a crença e sobra-me o cepticismo! Mas, pelo menos, vou poder dizer que já li os dois livros mais publicados de todos os tempos: a Bíblia e o Harry Potter.
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P.S. - Não será a Bíblia, proporcionalmente, também o livro menos lido do mundo?

Qualquer dia, não há-de faltar muito,

eu leio a Bíblia. Todinha, Novo e Velho, tudo. Aí, sim, vou poder opinar à séria...

sábado, 17 de outubro de 2009

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Donos, não sei porque é que dizem que eu tenho quatro patinhas da frente...
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Manifesto(-me) contra a Pobreza

Não será muito contributo para a luta contra a pobreza a mera publicação neste blog do manifesto que se segue. No entanto, e como é uma corrente em que pode participar quem quiser e que pretende alcançar visibilidade através da entrada no Guiness, vai, pelo menos, lembrar uns quantos de que a comida que muitas vezes fica nos nossos pratos quando acabamos de comer é mais do que outros, neste mundo ao mesmo tempo que nós mas seguramente por menos tempo, têm num dia inteiro. E lembra-me a mim também.

Manifestamos que:

1. A pobreza e a exclusão social não são uma fatalidade, mas antes o resultado de um mundo injusto e desigual e não se resolvem apenas com sobras ou gestos de generosidade esporádica. As causas da pobreza e da exclusão social só podem ser eliminadas modificando os factores económicos, sociais e culturais que geram e perpetuam as condições favoráveis a elas. A pobreza é um atentado aos Direitos Humanos, que deve ser erradicada em todos os países;

2. A campanha Pobreza Zero luta contra as causas estruturais determinantes da pobreza e da exclusão social, e desafia as instituições e os processos que perpetuam a pobreza e a desigualdade no mundo. Trabalhamos pela defesa dos direitos humanos, pela equidade de género e pela justiça social;

3. O mundo em que vivemos é um mundo de abundância e nunca como hoje foi tão possível erradicar a pobreza – nunca houve tantos recursos financeiros e tecnológicos disponíveis que permitam erradicar para sempre a pobreza extrema do nosso planeta. Deve também reconhecer-se que a pobreza em Portugal, tal como a nível mundial, não é devida à falta de recursos. O problema reside no facto de a pobreza continuar a ser vista como uma questão periférica, pretensamente resolúvel por políticas e medidas periféricas e residuais;

4. Na nossa acção queremos pressionar os governos para que erradiquem a pobreza, diminuam drasticamente as desigualdades e alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

Pedimos:

* Prestação pública de contas, governação justa e o respeito pelos direitos humanos;

* Justiça no comércio global;

* Aumento substancial na quantidade e na qualidade de ajuda (0,7% do RNB até 2015) e no financiamento para o desenvolvimento;

* O cancelamento de dívidas dos países mais pobres e de rendimento médio;

* A tomada de medidas politicas que visem a mitigação das alterações climáticas, de forma a que os países poluidores paguem os danos causados no meio ambiente;

* O apoio internacional à concretização de medidas de adaptação às alterações climáticas, nos países e comunidades mais vulneráveis, com recursos adicionais aos da ajuda pública ao desenvolvimento;

* O fim dos bloqueios culturais e comportamentais que a pobreza persistente gera nos pobres, comprometendo a sua capacidade de vencer a situação e de utilizar os meios postos ao seu dispor;

* Integrar, nas diferentes políticas públicas, objectivos, estratégias e instrumentos que visem a remoção das causas estruturais da pobreza e da exclusão;

* Promover a mudança de mentalidade dos não-pobres, superando preconceitos acerca da pobreza e suas causas e estimulando comportamentos mais solidários;

* Que a equidade de género seja reconhecida como elemento central na erradicação da pobreza.
Por isso agimos, mobilizando a sociedade civil, para que, unida nesta luta, pressione o governo português e as instituições poderosas para que:

» Incluam nas suas agendas o objectivo da erradicação da pobreza no mais curto período de tempo;

» Adoptem níveis salariais, pensões e prestações sociais mínimas que não fiquem aquém do limiar da pobreza e aumentem a eficácia e eficiência das transferências sociais e demais políticas sociais;

» Reduzam drasticamente as emissões de gases de efeito de estufa e proporcionem recursos adicionais (para além dos 0,7% do RNB) para o apoio a países em desenvolvimento;

» Acabem com os conflitos armados, ocupações, guerras e as violações sistemáticas dos direitos humanos que as acompanham, e trabalhem com vista à desmilitarização de modo a assegurar a paz e a segurança humana;

» Todos os governos prestem contas aos seus povos e tenham transparência no uso dos recursos públicos, desenvolvam estratégias anti-corrupção pró-activas e consistentes com as convenções internacionais;

» Protejam jurídica, física, social e economicamente os direitos das crianças, incluindo as crianças afectadas por conflitos e/ou catástrofes e carentes de acesso a serviços públicos de qualidade;

» Garantam o direito à informação e à liberdade de expressão, incluindo a liberdade de imprensa e de livre associação;

» Assegurem a participação da sociedade civil nos processos de orçamentação;

» Assegurem serviços públicos universais e de qualidade para todos (saúde, educação – incluindo a alfabetização de adultos – água e outros);

» Promovam regras de comércio internacional e políticas nacionais de comércio que assegurem modos de vida sustentáveis, os direitos das mulheres, crianças e povos indígenas, conduzindo à erradicação da pobreza;

» Garantam um aumento substancial na qualidade e na quantidade de recursos necessários para a erradicação da pobreza, a promoção da justiça social, a realização dos ODM, a equidade de género e a garantia dos direitos das crianças e dos jovens;

» Revertam a fuga de capitais dos países pobres para os países ricos, identifiquem e repatriem os activos roubados, por meio de acções contra paraísos fiscais, instituições financeiras, multinacionais e outros actores que facilitem esse processo.

Pretendemos mobilizar o máximo de pessoas possível, de modo a mostrar o poder da sociedade civil unida na luta por uma causa global e solidária. É preciso pôr um fim à pobreza. Juntos somos capazes de acabar com a pobreza!

Junta-te a nós!

A música associada a esta iniciativa, do Bob Marley, está no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=6aRuqozNMmQ

Quem quiser juntar-se à corrente é favor enviar um e-mail a pedir este texto e o link para esta música à Ka através do blogdaka@gmail.com. Temos hoje, amanhã e depois para nos lembrarmos que a pobreza existe, mesmo quando andamos perdidos neste mundo de gente sem esse tipo de dificuldades que é a blogosfera.

Conclusões importantes

após uma tarde nas compras:
  1. ODEIO calças skinny - pareço um chouriço com pézinhos de cinderella;
  2. finalmente, os casacos cresceram no comprimento! Estava farta que os casacos de mulher tivessem altura para caber à minha prima de 9 anos;
  3. um casaco ou uns sapatos na Zara em Portugal são €15, €20 mais baratos q na Zara na Holanda - é por isto que os salários aí são tão mais baixos?!?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cá em casa estamos em guerra

Eu e o mariduncho andamos desavindos. Cada um julga que tem mais razão que o outro e vai de puxar a brasa à sua sardinha a cada oportunidade que se lhe apresente. E, acreditem ou não, as hostilidades têm lugar logo de manhãzinha, acabados de sair da cama. Ainda por cima a causa do desaguisado é tão estrutural à nossa pessoa, ao nosso corpo que, temo, não haja solução para nós, a curto prazo. A longo prazo, claro - duas banheiras e/ou chuveiros!
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O mariduncho, que faz algo pela vida, levanta-se cedo e toma banho, girando a torneira para os 40ºC (cá as torneiras são esquisitinhas, em vez do velho quente e frio temos uma torneira que controla o fluxo da água e outra que estipula a temperatura, tudo muito científico, tem os graus escritos e tudo) para aquecer. Depois de ele sair levanto-me eu e dirijo-me para o chuveiro. Estou bem acordada (a minha dificuldade é dormir e não acordar) mas, como podem compreender, ainda não pensei na vida, faço tudo automaticamente. Ligo a água, escovo o cabelo e ponho-me debaixo do chuveiro. E saio, acto contínuo, molhando o chão da casa-de-banho. Mas quem é que consegue tomar banho com a água a 40ºC?!? Eu quero lavar-me, não cozer em lume brando... Depois de recomposta do choque inicial desço a temperatura para uns agradáveis 35ºC. Tomo banho. E, quando me viro para a torneira que desliga a água, olho de soslaio para os 35ºC que assinala a outra torneira, sorrio maleficamente e deixo-a estar. Se hoje me escaldou, amanhã congelo-o a ele! Estamos em guerra matinal, ah pois estamos.

Caneco, já me tinha esquecido

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do frio que pode fazer nesta terra mesmo em Outubro! 4ºC! Às 9 da manhã de um dia de sol... Em cima da bicicleta e apesar dos óculos de sol, corriam-me lágrimas pela cara provocadas pelo vento frio. Terrinha boa para ursos polares e pinguins... Eu cá sou peixinho de água quente! Por falar nisso, tenho mas é de começar a pensar numas férias tropicalientes. Essa é que é essa!
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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Where's Wally? (versão Golden)

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Querem descobrir este peixe no meio da restante fauna que pulula por Amesterdão? Pois procurem pela idiota que saca dos óculos escuros ao primeiro raio do astro-rei que se escape por entre as nuvens - that's me! Se o sol de Portugal me mata pela intensidade, este, fraquinho que só ele, como anda sempre rasteirinho (a esta hora já se esconde atrás de prédios de 3 andares), quando brilha acerta logo à altura dos olhos e só não cega porque, coitado, não tem genica para tanto. Resumindo: noves fora alguns turistas que não sabem ao que vêm quando marcam férias para esta terra e andam de óculos de sol no primeiro dia porque voltar ao hotel é perder tempo, só eu e mais alguns hiper-sensíveis à luz solar usam semelhante acessório nesta altura do ano. Quando disse a uma holandesa que tenho, devidamente guardados desde a expatriação, 5 pares de óculos de sol ela olhou para mim como se tivesse acabado de aterrar de Marte (ou, quem sabe, de um outro planeta mais próximo do sol...).
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A propósito do post anterior... tirada daqui.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Às vezes,

gostava tanto que o mundo se dividisse em preto e branco, bom e mau, amargo e doce, claro e escuro, sol ou chuva...
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Mas depois perdíamos o cinzento, que até é a cor que uso para substituir o preto que odeio, não existiam pessoas (que ninguém é bom nem mau), não faço ideia como é que comíamos sem o salgado, não existiriam jantares à meia-luz nem neve... branca, gelada, perfeita, única. Era um mundo simples mas, oh, tão chato!

sábado, 10 de outubro de 2009

O sol de Amsterdão


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

2 anos de garantia - take 2

Se fizermos as contas, e dado que só aspirou três vezes antes de lhe dar a tremadinha final, cada aspiradela do meu segundo electrodoméstico sugador portátil custou mais de 11€!!! Isto sem contar com deslocações para a troca e regresso ao país das socas...
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Chiça, anda a sair caro andar de rabo para o ar a apanhar migalhas!

2 anos de garantia

Objecto nenhum que eu tenha possuído ao longo de três décadas (e do que posso lembrar-me) avariou de vez dentro da garantia. Foi preciso trazer para o outro lado da Europa o @*#!§ do aspirador portátil, para nem 1 ano aguentar. Agora as dúvidas existenciais: levo-o de volta para Portugal para o ir trocar?; será que o trocam?; e, se levo, onde está o *@!# do recibo, cá ou lá?
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Acima podem ler as minhas dúvidas existenciais, inéditas aqui no aquário, por alturas de Março deste ano. Entretanto, achei o recibo e acabei por levar o aspirador que, portátil ou não, pesa bastante, trocaram-no (ao menos isso!) e trouxe um novinho em folha. Que não durou um mês. Ou, melhor, funcionou perfeitamente em Portugal e cá, uma semana depois de termos chegado, caput. Volto a levá-lo? E se o trocarem de novo, quanto irá durar o próximo? Uma hora? Um dia? Entretanto, acarta, que as malas já costumam ir vazias e levezinhas! Eu sei, não é uma tragédia mundial. Mas irrita, caramba!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Hotel Ruanda

Ontem revi o Hotel Ruanda. Há meses, desde que trouxe o DVD de Portugal, que me falta a coragem para o pôr no aparelho e carregar no play. Creio que a crueldade que grassa no mundo é sempre pior na realidade do que conseguem reproduzir na ficção, mesmo que a história relatada seja baseada em factos reais. O engenho do homem para o mal sempre foi grande. E enorme é também o seu talento para a indiferença, mais que não seja como mecanismo de protecção - como tão bem é aqui retratado. Ontem, e apesar de pressentir a enxaqueca que se instalaria a seguir, revi o Hotel Ruanda. Poderoso, esmagador, não acredito que alguém veja este filme e lhe seja indiferente. Penso que duas das falas deste filme fazem uma síntese aproximada, cruel de tão condensada.
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Nick Nolte, enquanto comandante das forças das NU: "We're here as peace keepers, not as peace makers".
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E, principalmente, a de Joaquín Phoenix, enquanto repórter de guerra, na altura em que todos os estrangeiros são evacuados, deixando para trás,e para uma morte quase certa, os ruandeses tutsis refugiados no Hotel. Conforme sai do Hotel, em direcção ao autocarro que o vai levar, um dos empregados ruandeses vem a correr cobri-lo com um chapéu-de-chuva que o proteja da chuvada torrencial que cai naquele momento, como era próprio de um Hotel da categoria do Mille Colines, e ele diz: "Please don't do that. Jesus Christ, I'm so ashamed!" A expressão, a postura, o contraste com a maneira de estar do colega que caminha ao seu lado... Poderoso.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Não sei se tenho mais receio dos terroristas ou dos outros

Não muito longe de onde vivo é a embaixada norte-americana em Amsterdão. Que é um sítio que passaria completamente despercebido não fosse o facto de ter dois gradeamentos, em vez de um, de uns três metros de altura e, a separá-la da estrada, ainda uma fileira de vasos de betão armado, cada um com um metro de altura, em forma de paralelipípedo... Enfim. Pois que a zona petonal, onde às vezes passo com a Luna, encontra-se entre os vasos-protecção-contra-investidas-de-camiões-TIR e o gradeamento exterior, é um bocado claustrofóbica, especialmente se andarmos a meros 30 cm do chão. A única escapatória é através dos espaços do gradeamento - via que a Luna várias vezes quer tomar.
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Há uns dias sonhei que ela se tinha enfiado mesmo pelo gradeamento e que, antes de a conseguir puxar cá para fora, aparecia um guarda da embaixada que a agarrava. E foi este o começo de um dos mais estranhos sonho-diálogo que já tive o desprazer de imaginar subconscientemente. Eu, pedia desculpa ao guarda, que me tinha distraído, se por favor me devolve a cadela, coitadinha, está aterrorizada, não está comigo assim há muito tempo, foi abandonada e mal tratada, ainda tem muito medo de pessoas, especialmente homens, e não gosta que a peguem ao colo... Ele, que não, não a podia devolver, tinham que a levar para a máquina de raios-x porque podia ser um cão-bomba (sim, leram bem, estou completamente choné) e que depois, mesmo se ela não "estivesse armada", não sabia bem quais eram os protocolos para ma devolverem, afinal agora estava em solo norte-americano (!), tinha de ter um documento que provasse que eu era a dona, nem se a podiam devolver no próprio dia, talvez só depois...
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Eu sei, eu sei... internem-me. Pelo sim, pelo não, quando estou por aqueles lados dou a volta pelo outro lado do quarteirão.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Boas notícias

É para isto que a vida serve - ouvir boas notícias. Podem ser boas notícias pequeninas, bem petites, como ganhar €2 no euromilhões, ou grandes, daquelas imensas, gigantescas até, como quando alguém que nos importa vai ter um filho. Desde que sejam boas. E até podem ser surpresas, ou "apenas" boas confirmações de algo que já sabemos que vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde. Nestes casos, é a surpresa do momento. É nessa altura que vem ao de cima o que de melhor temos em nós, em que ficamos contentes pelos outros, pela felicidade deles, pela sorte deles, pela concretização dos seus desejos ou ambições. E sentimos uma pressão no peito, como se realmente o coração inchasse de felicidade e o sentíssemos a bater num espaço que, por algum tempo, é pequeno demais para ele. Quando ouvimos boas notícias distanciamo-nos do dia-a-dia geralmente egoísta em que vivemos, onde apenas nos comove e nos interessa o que se passa à nossa volta, num raio de pouquíssimos centímetros. As boas notícias fazem de nós pessoas melhores. Não há por aí boas notícias para me dar?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

IgNobel

A revista Annals of Improbable Research atribui há quase 20 anos os prémios IgNobel, que pretendem galardoar estudos que "primeiro fazem rir e depois fazem pensar" - se e quando consegirmos parar de rir. A entrega foi há alguns dias, na Universidade de Harvard e a notícia, inteirinha, vinha aqui. Divirtam-se ou, pelo menos, pasmem.
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IgNobel da Paz - Stephan Bolliger, por ter estudado se causa mais danos bater na cabeça de alguém com uma garrafa de cerveja cheia ou... vazia! (Desconfio que o senhor seja inglês... ou será alemão?!?)
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IgNobel da Literatura - à Polícia Irlandesa, pelas mais de 50 multas passadas ao condutor polaco Prazo Jazdy - sendo que, em polaco, prazo jazdy significa carta de condução, algo que aparece escrito por cima do nome em todas as cartas de condução daquele país. (Ainda bem que já ratificaram o Tratado de Lisboa, sem a Europa não sei como é que si iam safar...)
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IgNobel da Química - Javier Morales, que assegura conseguir produzir diamantes apartir de tequilla. (Hum... não sei bem o que dizer disto.)
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IgNobel da Medicina - Donald Unger, que há 60 anos estala apenas os dedos da mão esquerda para ver se tal é causa de artrite. (Espero, a bem da sanidade do senhor, que já tenha pelo menos ligeiros sintomas de artrite, e que seja só na mão esquerda!)
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IgNobel da Economia - atribuído, ex-aequo, aos directores de quatro bancos islandeses por demonstrarem que não só é possível transformar pequenos bancos em grandes bancos como o contrário. (Se os senhores da Annals soubessem que Portugal não é uma província espanhola, atribuiam este prémio era aos gestores das empresas públicas e semi-públicas portuguesas!)
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IgNobel da Física - a investigadores norte-americanos, por determinarem analiticamente o porquê de as grávidas não tombarem com o peso da barriga. (Admito, esta questão já me atormentou.)
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IgNobel da Saúde Pública - Elena Bodnar, que inventou soutiens que se transformam, em caso de emergência, em máscaras anti-gás. (Nada como juntar à versatilidade das mulheres a versatilidade de um dos seus mais apreciados artefactos.)
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IgNobel da Biologia - conseguido por uma equipa de cientistas japoneses que demonstrou que as bactérias presentes nas fezes dos pandas são capazes de degradar 90% do lixo orgânico da cozinha. (Agora é só decidir em que lixeiras pôr os 100 ou 200 pandas que ainda existem neste mundo!)
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IgNobel da Matemática - para Gideon Gono, governador do banco do Zimbabué, que mandou emitir notas entre 0,01 e 100 mil milhões de dólares. (Isto quando nós até costumamos andar com um porta-moedas bem levezinho, só com uns quantos exemplares de moedas de 1, 2, 5, 10, 20 e 50 cêntimos, além das de 1 e 2 euros... vendo bem, nem acho um feito assim tão extraordinário da parte deste senhor.)
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IgNobel da Medicina Veterinária - Catherine Douglas, pelo estudo que concluiu que as vacas que têm nome dão mais leite. (Senhores da Mimosa, olhos abertos! Já não podem chamar Mimosa a todas... Talvez ajude se for Mimosa I, Mimosa II, etc., etc..)
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Só para saberem

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Último feriado aqui na Holanda: 1 de Junho
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Próximo feriado: 25 de Dezembro
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domingo, 4 de outubro de 2009

Não tenho palavras que me permitam explicar a raiva, dor e impotência que sinto quando vejo animais abandonados, maltratados e deixados ao Deus dará. O pouco caso que muita gente faz dos seus próprios animais domésticos choca-me. Tratam-nos como objectos, que se adquirem porque são bonitos e até compõem o quadro, dão-lhes toda a atenção enquanto são novidade mas depressa perdem o interesse e passam a ser mais uma bugiganga que por ali anda e que, bem vistas as coisas, até pode ser dispensada. A presença destes animais dispensados, ou das suas incontáveis proles, pelas ruas é tão comum que a maioria das pessoas já lhe é indiferente. Os animais não são pessoas, dizem. E, na verdade, quantas vezes nem pelas pessoas temos respeito, quanto mais pelos animais! Deixo-vos um pequeno excerto de um apelo divulgado pelo SOS Animais que li há pouco sobre um animal abandonado que tem vivido num parque: "'Fazem-lhe a vida negra', (é o) termo utilizado por quem assiste diariamente às crueldades a que (este cão) é submetido (por crianças que brincam no parque) e nada faz, alegando 'coisas de crianças'... 'Perseguem-no com as bicicletas, dão-lhe pontapés, enxotam-no para a estrada propositadamente quando os carros passam para ser atropelado.' (...) As crianças riem e os adultos ignoram...". Crueldade, ignorância, falta de valores, de acompanhamento, desrespeito pela vida e desresponsabilização dos adultos pela educação das crianças pertencentes à sua sociedade em meia dúzia de linhas.
Iniciei-me no mundo dos blogs dedicados aos animais com a busca de um cão para adopção que acabou na escolha da Luna. São dezenas. Os blogs. Porque os animais, parece-me, devem ser milhares. Blogs cheios de exemplos de que o adjectivo "humano" é completamente desadequado para caracterizar uma atitude bondosa, pois isso nós, humanos, pouco somos. Com gloriosas excepções. Há pessoas que se dedicam, de corpo e alma, a fazer com que os animais não sofram mais do que o necessário. Essas pessoas constroem blogs cujo único objectivo é divulgar animais que estão na rua, em associações ou em canis na esperança que alguém os adopte. Blogs onde divulgam para venda trabalhos que realizam, às suas custas, nos seus tempos livres, para conseguirem o dinheiro necessário para tratar e alimentar animais que não são delas. Há pessoas que, sem sequer pertencerem a nenhuma associação, alimentam animais do seu próprio bolso e, quando é possível, acolhem em suas casas os que outros abandonaram, tratam-nos, esterilizam-nos e dão-nos para adopção. Sem nada pedirem em troca além da devoção do adoptante a esse animal. Foi uma pessoa assim que tirou a minha Luna da rua, esquelética e gravidíssima. Do seu bolso pagou o aborto dos cãezinhos, a esterilização da Luna e a sua desparasitação. Lentamente, começou a apagar a má memória do bicho Homem que ela tinha. Acarinhou-a e alimentou-a até eu a ir buscar. Como agradecimento, apenas aceitou ração para continuar a alimentar outros cães de rua.
Aqui fica a minha homenagem, singela mas sentida, e um muito obrigada que peca por tardio. À laia de justificação tenho a dizer que, até hoje, não tinha conseguido terminar este texto antes de ter de ir para o quarto chorar a minha frustração por não ter coragem para fazer mais.

sábado, 3 de outubro de 2009

Começo oficial do Outono

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O aquecimento central ligou-se automaticamente esta tarde.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A melhor invenção do século passado

As lentes de contacto! Deve estar quase a fazer 13 anos que comprei a minha primeira lente - sim, os meus olhos são esquisitinhos, quando um já via mal o suficiente para precisar de correcção, o outro ainda via quase a 100%. Uso lentes semi-rígidas, que quase ninguém aguenta, sem qualquer esforço. Já as usei mais de 24h seguidas e já adormeci com elas sem consequências. Tenho sorte, porque odeio usar óculos - fico mal com eles que só eu e odeio a sensação de só ver bem um pequeno rectângulo à frente - assim que cometo o pecado de mover os olhos em vez da cabeça tudo o que distingo é uma amálgama de tons. Porquê esta conversa? Porque pela primeira vez em todos estes anos esqueci-me de colocar as lentes antes de sair de casa. E até a senhora da caixa do supermercado reparou.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


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País novo, casa nova, vida nova - foi há um ano que fiquei fora d'água.
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Leila, the wolf

Um miúdo, depois de ver isto a passear com a minha mãe:



"Sabes por que é que tem as orelhas tão grandes?.... Para te ouvir melhor!"
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P.S. - conhecendo-a (à cadela), ninguém diria!
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É por estas que a minha vida é tão interessante

Ligaram-me, no outro dia, mais uma vez de um número não identificado. Atendi com meu melhor "hallo!" - o pânico de ser de algum emprego e não estar a atender leva a melhor, de vez em quando, sobre a decisão de não voltar a atender quem não se identifique.
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Uma voz feminina do outro lado arranha-me o ouvido com umas frases em holandês, para ser interrompida pelo meu apologético e costumeiro "sorry, I don't speak dutch...". Alegrei-me, é uma entrevista! E, logo a seguir, "não é o maluco dos telefonemas anónimos!".
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Após um ligeiro engasganço recomeça a falar, num inglês sofrível, diz que é da KLM e que quer saber se eu quero aderir a qualquer coisa que me permite fazer compras, trá-lá-lá (assim que me perguntam se quero aderir a algo ligo o modo automático de recusa em ouvir, seguido da recusa em aceitar seja o que for).
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Enquanto vou, o mais educadamente possível, recusando o não-sei-quê que me querem impingir numa das piores performances de inglês que por cá já me foi dado ouvir, entram em acção o Tico e o Teco. O Tico pensa "Que inglês básico para uma holandesa!". O Teco, por seu lado, pensa "Deve estar a rogar pragas por o meu telemóvel lhe ter calhado!". Fez-se luz (o Tico e o Teco encontraram-se à esquina) e, conforme me despedia e carregava no botão vermelho para desligar, percebi. Devem andar a ligar-me há dias (semanas!), mas quando percebem que não sou holandesa - nem o "Hallo!" tem a pronúncia correcta, pelos vistos - preferem não se dar ao trabalho. Esta, coitada, devia estar distraída e não percebeu que ia ter de esforçar o seu inglês para comunicar comigo...
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Bem pensado, bem verificado (numa adaptação livre do popular "bem dito, bem feito") - nunca mais recebi chamadas cujo autor opta por não explicar quem é nem ao que vem. Nada de apaixonados platónicos, nada de SIS versão Nederland, nada de jeito, apenas telemarketing. Digam lá se não é triste?!?
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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Why?

Why, why, why?

Auto-consciência

O meu pior defeito?
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.............................................Teimosia
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A minha maior qualidade?
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...........................................................Empatia
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E, arriscando-me a cair na vaidade, digo que há por aí imensa gente com o mesmo pior defeito que eu, mas não muitos com a mesma maior qualidade...