quarta-feira, 31 de março de 2010

Quem avisa, amigo é

Ora vamos lá a analisar duas coisas: a lua e uma bolacha. Para começar vê-se logo a diferença - "a" lua, única; "uma" bolacha, qualquer. O que têm a ver? Já verão, é favor esperar.
Comecemos com a lua. É um satélite da terra, algo longínquo e misterioso onde só duas pessoas (dizem) puseram os pés. Gerações e gerações de humanos consideraram-na uma deusa, compuseram canções em sua honra, sonharam acordados a olhar para ela. Agora, as bolachas. Bocado de farinha doce cozida num forno. Na sua maioria, sensaboronas. Na sua totalidade, hiper-calóricas. Coisa que se vende em supermercado - nem o glamour de ser vendida numa pastelaria tem. Não conheço canções em sua honra nem imagino que alguém algum dia tenha achado que uma bolacha era uma deusa. Posto isto, digam-me uma coisa: porque é que a maioria das pessoas, quando confrontadas com isto:

dizem "Ah, tão giro, carinha de bolacha!"?!? Não. Se querem fazer uma apreciação (eu sei que a intenção é boa) carinhosa da minha face digam "Ah, tão giro, tens cara de lua-cheia!". Eu sei que o objectivo é o mesmo, mas o resultado é completamente diferente - eu continuo a gostar de vocês ou odiar-vos-ei para o resto da vida. E sim, sou eu, hace unos años. E sim, continuo com cara de lua-cheia, apesar de não tanto.

Estou a preparar-me

para ir aqui



e aqui


e aqui...

Pode não haver muitos feriados, mas este ano vamos gozá-los até ao último minuto!

terça-feira, 30 de março de 2010

Viagem no tempo

Quem nunca quis ter um cão como o Tim? Quantas marias-rapazes não desejaram ter um nome que pudesse ser de rapaz, como Zé? Quantos não desenterraram as bicicletas da arrecadação depois de ler sobre um maravilhoso passeio pelo campo na companhia dos Cinco? Arrisco dizer que algumas até sonharam em ir internas para um colégio desde que as aventuras das Gémeas viessem incluídas no rol das disciplinas... Tudo isto devemos, nós, as de 30, e tantas outras gerações, anteriores e posteriores, à máquina de escrever que era Enid Blyton. Coincidência ou não, ontem vi na BBC parte de uma série sobre ela, e hoje deparo-me n'O Público com uma (excelente) peça sobre ela, os seus livros, e toda a polémica que, volta e meia, levantam à sua volta - vale a pena lê-la, aqui. Só me parece ter ficado uma coisa por dizer em defesa da senhora: ela viveu e escreveu livros nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado e não hoje em dia. Ela escreveu durante a II Grande Guerra. Não se pode estranhar que usasse palavras como nigger - hoje impublicável - porque essa era a forma de expressão dos tempos que viveu. A família que retratou era aquela que conhecia, era a que queria ter tido, não sei, mas não era nada de estranho. Os adultos estavam maioritariamente afastados das narrativas? E o que tem isso? Não são livros para crianças? Arrisco dizer que até é bom para os miúdos de hoje lerem aqueles livros, tão claramente fruto de uma época diferente - se já eu notava a diferença, imagine-se as crianças de hoje em dia - para terem uma ideia de que o mundo mudou, de que nem tudo o que é gadget é necessário e que antes de tudo o que eles conhecem existir as crianças também eram felizes, também se divertiam e, o melhor de tudo, tinham aventuras!

Porque a pimenta também me chega ao nariz*

Conversa de mulheres extremamente interessante entre mim e uma jeitosa. É uma pena que outras vezes não me saia com respostas destas...
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Jeitosa: Onde é que costumas fazer a depilação?
Je: Em casa... Uso máquina.
Jeitosa (com cara de quem nunca ouviu semelhante coisa na vida): Ahhh... E o buço?
Je: Em casa, também. Com bandas de cera fria.
Jeitosa (com um ar escandalizado): Mas isso parte os pêlos todos!
Je (sobrancelhas arqueadas e sorriso de gozo): A sério? E quem te ensinou pormenor tão científico? A senhora que ganha a vida a tirar-te pêlos com cera quente?!?
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Arre, não há paciência para estes comentários. Pode haver quem prefira ir à esteticista, nada contra, mas não me venham com tangas disfarçadas de ciência... Na altura não sabia - ainda não tinha experimentado - mas agora até já podia acrescentar que das duas vezes que no cabeleireiro usaram cera quente os pêlos já se viam semana e meia depois, coisa que nunca me aconteceu com a fria!
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* Ou porque blog de gaja não é blog se não falar de depilação

segunda-feira, 29 de março de 2010

Logo pela manhã que é para aprender

Chegou "a" altura do ano. "A" altura em que tudo quanto pode viajar resolve vir ver as flores à Holanda. O resultado é que esta é "a" altura em que não se pode andar pela cidade, devido ao excesso de turistas, ao excesso de turistas e, last but not least, ao excesso de turistas. A juntar ao caos resultante de acrescentar centenas de turistas aos milhares que já cá vivem, todos bem juntinhos que espaço não abunda, temos os eléctricos que têm uma muito engraçada característica: só permitir a entrada por duas das portas e a saída por outras duas. Muito bem, tudo organizado é mais eficiente e bonito, só se esqueceram que para funcionar tem de se conhecer. E se há coisa que a maioria dos turistas não tem tempo para fazer é para conhecer eléctricos (e, se fosse para conhecer eléctricos, aconselhava Lisboa, que os tem antigos). O resultado é o caos - tentam todos entrar por uma única porta com as malas atrás, entupindo a paragem por uns bons 15min.. Por vezes os condutores já estão tão fartos que começam a fechar as portas independentemente de haver ainda pessoas na paragem ou não. Foi o que fizeram hoje. De um grupo de americanas, seguiram duas no 2 e ficaram outras tantas na paragem a rir-se que nem perdidas. Simpática como sou, e sabendo que aquele eléctrico tinha mudado de rota e era possível que as americanas só voltassem a encontrar-se à tarde, de volta ao hotel, resolvi intervir e explicar a situação. Conforme terminei a explicação, a que estava do meu lado direito resolve agradecer-me com um guincho que me obrigou a dar um passo para trás numa tentativa vã de me afastar da fonte de ruído. Já não é a primeira que ouço - à distância, bem entendido, que se já me tivessem guinchado assim muitas vezes ao ouvido já não estava cá para contar - o que andam a fazer a estar novas gerações? Incorporam-lhes apitos à nascença? É para eu aprender a estar quieta, as próximas que ficarem apeadas bem podem pedir-me ajuda que eu respondo-lhes em português para as afugentar...

sábado, 27 de março de 2010

Dúvidas teológicas

Depois disto, disto e disto tudo, será que ainda acham que vão para o céu? É que se a igreja não é feita para o julgamento terreno (como já ouvi, noutra ocasião igualmente hipócrita, um responsável católico dizer), é-o para o julgamento após a morte. Stupid me. Quase me esquecia - basta confessarem os seus crimes no leito de morte e o perdão está garantido. Santa igreja...
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P.S. - Não posso deixar de congratular o cardeal José Saraiva Martins pela frase "Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo. É isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público." Pedofilia é "roupa suja", não é crime contra crianças indefesas. Não, isso é o aborto!

sexta-feira, 26 de março de 2010

E de repente vi-me na 25 de Abril



Estávamos muito bem a jantar ontem com a televisão esquecida ligada quando começamos a ouvir uma música conhecida mas, principalmente, completamente deslocada. Calamo-nos os dois, voltamo-nos para a TV e, enquanto eu, a eterna baralhada das músicas, seus autores e títulos, tento perceber porque é que aquele tune me está a soar tão mal com uma letra holandesa o mariducho diz-me "Olha, nunca pensei que o 'Sol da Caparica' não fosse um original...". Era esse clássico português, num anúncio, a ser completamente desvirtuado por uma algaraviada incompreensível. Pois tive de vir ao youtube ouvir a nossa versão e já estou com um sorriso**.

* atrevam-se a dizer mal, não há nada melhor que ir ao volante num dia de sol, janelas abertas a fazer esvoaçar a melena enquanto subimos o volume do rádio e acompanhamos a letra o melhor que conseguimos!
** e um bocado aparvalhada - nunca tinha visto o clip, cruzes, é mesmo mauzinho...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mudança da hora precisa-se

Começa a época em que madrugo todos os dias... Raio do sol anda a nascer de véspera e eu a acordar com ele! Nem as cortinas com black-out (abençoado senhorio, também deve ter problemas em dormir com luz) me safam. É que eu não preciso de acordar às 6h da manhã. A sério que não.

Mesmo à frente dos olhos

Já me habituei a ver raparigas com véu, dado que em Amesterdão elas estão por todo o lado - no parque com os seus bebés, a trabalhar nos supermercados, nos transportes públicos. Mas foi preciso ver uma de bicicleta há dias para me aperceber que, isso sim, não é costume. Perguntei a uma holandesa se seria impressão minha, mas ela confirmou - a grande maioria das muçulmanas não usa a bicicleta. Não estão autorizadas (não se sabe bem se pelos homens ou pela religião). Não é só pôr um pano na cabeça e rezar virado para Meca, não. É muito mais do que isso.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Até dá gosto

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Sai um latte com um cisne! Normalmente são corações ou folhas, mas uma menina no Coffee Company de Spui faz estas belezas quase de olhos fechados... Está lindo ou não?

terça-feira, 23 de março de 2010

E aqui está

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A minha gazelle com o cestinho já a provar a sua utilidade no regresso do Albert Hein. A reparar, é deveras importante, que o céu está azul e, por trás da minha montada, uma não muito longa sombra negra confirma que... estava sol!

P.S. - A fotografia não está bela... não reparei que o raio da estátua ia tirar o destaque ao cesto a não ser depois de tirar a foto, altura em que o sol já estava a incomodar-me (é no que dá viver na Holanda...) e resolvi não mudar de sítio para nova foto. Isso e o facto de uns quantos putos já estarem a olhar para mim a tirar fotos à bicicleta com um olhar desconfiado. É que vê-se que não sou turista a léguas.

Se ele soubesse...

É uma sensação das mais estranhas* estar a vestir-me no quarto e saber que do lado de fora está um homem das obras, vestido com um fato-macaco branco, a pintar os caixilhos da janela**. Trouxe a roupa para a sala, hoje visto-me aqui.

* e que me tenham sido dadas a experimentar até agora;
** sei que está mesmo, mesmo ali, do outro lado da cortina e de duas levas de vidro porque insiste em repetir, em tom de canção, qualquer coisa que soa como Juu-u-u-uliiiie!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por aí, não

Quando conhecemos alguém, olhamos para o que vemos - e julgamos. Claro que sim, todos o fazem, uns mais do que outros, mas é impossível olhar e não qualificar, tipificar e formar uma opinião sobre o que se vê. Os seres humanos são, antes de mais, criaturas que usam a visão para compreender o mundo e esta tipificação será, portanto, natural. Mas é suposto os seres humanos serem também criaturas inteligentes, que usam o cérebro para juntar diferentes tipos de informação, para acumular conhecimento, aprendendo com a experiência. E esta experiência particular, comummente conhecida como "julgar pela aparência" é algo que fazemos desde a mais tenra idade. Tempo de sobra, portanto, para percebermos o quão falível é.

Eu também julgo aparências. Tenho, normalmente, o cuidado de, após esse primeiro instinto (primário), esperar por mais alguma informação. Geralmente espero pelo que sai pela boca dessa pessoa e, aí sim, julgo. Em conformidade, ou não, com o que saiu do julgamento da aparência. É isto que espero dos outros. Julguem a minha aparência, mas não se fiquem pela informação que os olhos vos dão, usem esse julgamento em conjunto com aquilo que digo, com o que penso e com o que faço e aí formulem uma opinião. Será pedir de mais? Para algumas pessoas, talvez. Mas essas não me fazem falta.

Para os que não compreenderam

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Isto* é a minha gazelle. Perdão, eu esqueço-me de que há um ano e tal também não sabia o que era.
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* Está tão mais gira com o cestinho... Já estou a ver-me pelas ruas de Amesterdão com a Luna amarrada ao dito (antes que se mande do cesto em andamento) mas com as orelinhas ao vento!

A dream come true

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A minha gazelle já tem um cestinho à frente.
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(Fotos quem sabe amanhã)

sábado, 20 de março de 2010

Piada holandesa

Como é que se chama ao dia que se segue a dois dias de chuva?
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2ª-feira...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Honestamente

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Como seria de se esperar, já chove outra vez. Daqui.
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quinta-feira, 18 de março de 2010

Será só impressão?

Parece-me que toda a gente que aqui vem é adepta do livro das caras e ninguém quer contrariar aqui a maluquinha... Olhem que a parte principal do post é mesmo o mafioso italiano, não a minha resistência ao Facebook*.
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* eu sei, manda a lógica que o principal venha em primeiro lugar num texto e só depois o secundário e, por fim, o verdadeiramente inútil mas o que querem? Deu-me para o egocentrismo.

A tecnologia ao serviço do bem

Ainda não consegui aderir ao Facebook. Eu sou um bocado lenta no que diz respeito às novas tecnologias e o Facebook (e outros que tal) faz-me confusão. Eu sei, podemos pôr diferentes graus de confidencialidade na nossa página... Podemos só permitir acesso aos nossos amigos (e não aos amigos dos amigos dos amigos, etc., etc.). Podemos pôr fotos de longe, de costas*, desfocadas, e tudo o que nos apetecer. Mas a ideia de as minhas fotos andarem para aí a navegar nesse mundo suspenso que é a internet é coisa que me faz confusão ao neurónio (só ao Tico, porque o Teco, muito mais progressista mas menos inteligente nos argumentos, quer à força que eu me meta na livro das caras). Agora, graças à Rita Maria, cheguei a esta maravilha da polícia dos nossos dias e juntei mais um argumento ao repertório do Tico. O sr. Pasquale Manfredi, assassino a soldo da Máfia italiana (costumava apresentar-se como Scarface), foi apanhado pela polícia... devido ao hábito de se ligar à sua página do Facebook, onde assume o nome Georgie e tem uma foto de Al Pacino no conhecido filme. A polícia está satisfeitíssima, Georgie nem por isso, e agora todas as 200 pessoas que figuram como amigos de Georgie no Facebook estão a ser investigadas. Eu, no Facebook? Ná, antes que a polícia dê com alguma das minhas (muitas) actividades ilícitas.
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* espantem-se, soube que já há quem reconheça gente na rua, de costas, por ter visto várias fotos dessa pessoa - de costas, claro! - na net...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Grandes notícias no país das Túlipas

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Posso deixar de usar o edredon de rua (vulgo Kispo) e guardar no armário as botas de pêlo! Está (nem acredito que estou a dizer isto) calorzinho! Estou feliz. Estive vai-não-vai para beber um frozen cappucino em jeitos de comemoração, mas o estômago fraco fez-me reconsiderar.
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What am I doing here?

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O sol não brilha mas até nos vai presenteando com uns sorrisos ocasionais, a temperatura permite dispensar o cachecol e as luvas e até (wow!) desapertar a parte de cima do casaco. Há que aproveitar!

Homens que matam cabras com o olhar

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Ou The men who stare at goats. Como sempre, e sendo que desta vez o título em inglês já é estranho, os tradutores portugueses esmeraram-se na produção de mais uma pérola. Traduções à parte, vamos ao filme. Há muito tempo que não me era dado ver algo tão estranho! Alguém (ou muita gente) teve de fumar muita (muita!) droga para chegar ao argumento deste filme - sendo que este é baseado num livro, por sua vez baseado na realidade! Soldados de trança ou cabelos compridos a saudar o sol com cânticos que acreditam que com a força da mente podem ver o que está guardado numa caixa ou fazer parar o coração de uma cabra (muda). Tudo com o alto patrocínio do governo e, especialmente, de Ronald Regan, um crente nos poderes de soldados-Jedis. Altamente recomendável para apreciadores do absurdo enquanto comédia.

terça-feira, 16 de março de 2010

Por falar na TAP

Alguém diga aos senhores para mudarem a ementa... por favor. Pão (baguette desenxabida) com fiambre de perú (ou será frango?) com ervas (não sabe a mais nada além das ervas) com queijo derretido que não sabe a nada (primeiro, por causa do sabor das ervas; segundo, porque nunca o comemos - ao derreter dentro da embalagem espalha-se (todo) e agarra-se (todo) ao papel). De sobremesa, mini-queque de vários sabores (não importa quais, não sabem a nada) e a bebida - salva-me da náusea, Compal de maçã, se não fosses tu! É que é tão mau. E já enjoa. E ainda por cima servem isto ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar. Qualquer dia passo a levar a sandocha de casa. Ou o tupperware.

segunda-feira, 15 de março de 2010

First sighting of the year

Ontem vi o primeiro casal de patos com filhotes... Tão queridos, amarelos e pretos, só apetece apanhá-los para fazer festinhas - o sr. pato não concorda, nem abre excepções para criancinhas loiras holandesas. Vim mais contente depois do meu passeio de (quase) todos os fins-de-semana pelo Vondelpark por causa destes bichinhos, mas achei tão cedo, pobres bichos vão passar frio, ainda nem no calendário começou a Primavera, quanto mais nas temperaturas!
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P.S. - e a Luna acabou de perder a liberdade de que gozava no parque... Sim, antes que se lembre de se armar em caçadora de patinhos e leve uma coça do paizinho extremoso.

Lembrei-me agora

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E as mantas de fleece? São muito quentinhas e estaladiças e, no escurinho da noite, até fazem faísca! É só desligar o candeeiro para ver flashes azuis a acompanhar os estalinhos costumeiros...
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domingo, 14 de março de 2010

Após busca intensiva

Vislumbro (uma vez mais) sérias dificuldades na aquisição de trapos nesta Primavera / Verão. Detesto a moda navy, se desejasse vestir-me assim teria ingressado na marinha, ao menos pagavam-me para isso. E os tons nude, que enchem as prateleiras das lojas, quando vestidos sobre pele do tom da minha, desaparecem como que por milagre ou forma de camuflagem típica de moluscos quando assentes no fundo do oceano à espera da presa.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Eu sei que a programação da TV é má

Mas não há outros programas para verem? Um filmezinho? Uma série? É que já estou farta de tanto post sobre um programa qualquer chamado 5 para a Meia-noite que, como será fácil de perceber, nunca vi nem sei do que trata! Uma outra coisa: ninguém dorme nesse país*? Não há trabalho no dia seguinte, bem cedo?
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* isto partindo do princípio que o nome do programa tem alguma coisa a ver com o título que lhe deram...

Quem diz que o casamento acaba com as relações?

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Eu e o marido até damos choque quando nos beijamos (nos lábios, mesmo!)*.
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* por acaso, ao ler este post, dei com uma explicação para a electricidade estática. Nem de propósito. Se bem que no nosso caso não é essa a explicação, está claro.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Play it well

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quarta-feira, 10 de março de 2010

A imaginação não dá para mais

Um homem chega a uma taberna e diz "É um copo de vinho, ó fáxavor!"
"Branco ou tinto?", perguntam-lhe.
"Cheio!"
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Estou farta de esforçar o Tico e o Teco mas não consigo arranjar uma maneira de adaptar a piada ao que sinto em relação a viajar! Viagens, passeios... Onde? Onde for!

Esverdeada, para variar

Para não andar a dizer que me sinto em casa na terra das socas... Fui o tempo todo apertadinha no eléctrico e se, em Portugal, fico por cima das partes mais mal-cheirosas da generalidade das pessoas, aqui fico à altura do sovaco de algumas - com tudo o que isso acarreta em termos odoríferos*.

* eu sei que estão só 3ºC, mas há que ter em conta os aquecimentos centrais e a falta de amor à água de muito boa (mas porca) gente.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Neste aspecto, sinto-me em casa

One of my first observations about the Netherlands was how tall the Dutch are. Actually, tall doesn't do them justice. They are really tall. Damn tall. According to the staticians, the Dutch are currently the tallest people on the planet. The average height for men is 1,84m; the women come in at a respectable 1,71m. Cold averages, however, don't convey the entire picture. There are quite a few Dutch men, and even a few women, who are over 2,1m.

What is truly remarkable is that the Dutch are getting taller. While the average height in all first-world countries increased dramatically in the last century, this growth spurt has slowed down of late and seems to be leveling off. The increase in the average height of the Dutch, however, shows no sign of abating. It is in this context that height has taken on an interesting significance in Dutch society. Urinals are mounted sufficiently high on the walls to make it almost impossible to use them, unless you stand on your tiptoes. A Dutch friend was reading a magazine and said "That's terrible. There's a letter here from a mother whose daughter is only 12 years old and is already 1,83!".

Aside from the general improvement in the standard of living over the last half-century and the more even distribution of wealth in Dutch society, the best explanation I've come across for the remarkable growth spurt in the Netherlands is their diet. Specifically, the infant diet. In a laudable program, the government-subsidized consultatiebureau provides regular advice to parents about their children's health and nutrition through four years of age. The objective is to improve the well-being of newborns. The hypothesized impact on the height of the general population is apparently unintended. Alternatively, in a new twist t the age-old, nature-nurture argument, a few British once proposed a theory over beers in a pub. "It's all a simple matter of natural selection," they say. "How's that?" I asked- "What with all of those floods, only the tall could survive."

Adaptado do texto "They must be giants", de Steven Stupp na oitava edição do Holland Handbook, edições XPat Media.

sábado, 6 de março de 2010

A vida em Amesterdão tem destas coisas #7

Um rapaz acabou de me perguntar para que lado é Sudeste. Porque quer ir para Utreque. Eu perguntei de volta Ah, Utreque, quer ir apanhar o comboio a Centraal Station? Não, não, responde-me. Vou de bicicleta.*
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* para quem, compreensivelmente, não está bem a ver a coisa, Utreque é outra cidade; e apesar de este país não ser propriamente grande, Utreque não é já aqui ao lado - é outra região; no comboio rápido chega-se lá em meia hora, no lento em 50 min.; está -1ºC lá fora e são 22:50; podia continuar, mas acho que já dá para terem uma ideia.

Diferenças geracionais

Há uns tempos o meu avô atirou-se de umas escadas abaixo. Está inteiro e fino, dois dias depois já gozava com o assunto, apesar de eu ainda me arrepiar só de me lembrar das escadas por onde andou à reboleta. No outro dia, estava eu em Lisboa, e depois de ter ficado só com a minha mãe, o meu velhote diz-lhe: "Afinal a menina* também caiu!". A minha mãe, sem perceber, pergunta-lhe: "Caiu? Ela disse-lhe? É que eu não sei de nada." Resposta do meu velhote, completamente lógica se tivermos em conta que tem quase, quase 90 anos e a ideia de um par de calças virem já rotas da loja não lhe ocorrer sequer em sonhos: "Então não viste que trazia as calças rotas no joelho? Caiu, rompeu-as e deve estar toda esfolada!".

* a menina sou eu, of course. Independentemente dos 31.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Como o bom humor se vai depressa

Em Portugal o meu tom de pele de Inverno é naturalmente amarelado - sou morena, mas não muito, pelo que nunca perco todo o bronzeado do Verão nem chego a ficar completamente branca - ou seja, fico amarelada. Odiava com todas as minhas forças essa cor de ictrícia com que tinha de desfilar por Lisboa alguns meses por ano até me ver com a cara com que fico nos Invernos holandeses... Ou seja, a cara que tenho de Outubro a Maio. Aqui, não há bronzeado de Verão que resista, nem marca da aliança tenho e o frio transforma a minha cor pálida (apesar da falta de sol não consigo chegar ao tom leitoso da pele dos que são mesmo, mesmo brancos) num avermelhado com manchas que não lembra ao diabo. Juntem a isto as gotas de chuva que se vão acumulando (remember, aqui ninguém usa chapéu-de-chuva por menos que um dilúvio) e terão uma ideia do meu aspecto, agora que acabei de chegar da rua. E, para eu não me esquecer da triste figura que passeio por Amesterdão, mesmo em frente à porta da entrada de casa tenho um espelho gigantesco. Pareço um russo que abusou do vodka, e não há muito que possa fazer - a minha pele da cara quase não suporta creme hidratante (nem com o frio que aqui faz!), quanto mais cremes e bases e sei lá mais o quê que lhe desse cor... Como devem ter percebido, o solzinho de ontem já se foi. E com ele, a boa disposição. Agora, chove. E dão neve para amanhã. Aaaaargh!

Pensava que isto já não se usava...

... mas parece que estava redondamente enganada. Um antigo colega da escola foi pai... nada de novo, por enquanto... o grande espanto é que a criança foi fruto de uma one night stand. Ou seja, o velho e mítico golpe da barriga! Rapaz comprometido enrola-se com outra rapariga (não sei pormenores) chegam a vias de facto e surge uma gravidez. O rapaz continua comprometido mas a rapariga da one night stand resolve ter a criança - e voilá!, temos mais uma criança neste mundo. Lindo!

P.S.1 - atenção que não estou, de forma nenhuma, a defender o menino que resolveu ir molhar o bico fora de casa... Fosse comigo e já tinha levado um belo par de patins - de gelo, que deslizam bem mais rápido. Mas, convenhamos, fosse eu a rapariga da one night stand (imagem um bocado estranha da minha pessoa acaba de formar-se na minha cabeça) e não tinha tido a criança!
P.S.2 - ah e tal, viva a família tradicional, é o casamento (e a adopção) gay que vai desvirtuar a nossa bela sociedade; vê-se!
P.S.3 - meninos (que não lêem este blog), tenham cuidado com o vosso general... mantenham-no dentro das calças ou, pelo menos (é pedir assim tanto?) usem preservativos! (Ai não que não tinha levado com os patins... nojo!!!)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Zen

É nestes dias que melhor consigo apreciar a cidade onde vivo. O sol que (pelo menos hoje) brilha no céu, as pessoas, as bicicletas, os passeios planos e desimpedidos, a forma como tudo está tão próximo que, apesar de já viver no sul de Amesterdão, posso perfeitamente ir ao centro a pé, aventurar-me mesmo até à estação central, e regressar a casa dando a volta pelo oeste (ou, como se costuma dizer, dando a volta pelo bilhar grande) e chegar relativamente descansada e, o que é melhor, profundamente satisfeita e em paz.
É uma pena que "estes dias" impliquem estar saciada de familiares, rejuvenescida pelos amigos, saturada de Lisboa (o caos no estacionamento e a chuva constante e torrencial conseguem esta proeza, apesar de durar pouco) e, portanto, satisfeita por ter um tempo só para mim, para divagar e olhar à volta com olhos e mente bem abertos.