sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Limbo

Tenho uma inveja do caraças daquelas pessoas que sabem o que querem fazer da vida quase desde sempre e por isso lutam pelo seu objectivo e, por vezes, melhor ou pior, conseguem alcançá-lo. Não é porque ache que as coisas lhes caem do céu ou que não precisam de se esforçar para alcançarem o que querem - mas apenas porque pelo menos têm uma ideia do que gostavam de fazer com a sua vida. Eu sinto-me num limbo. Não sei para onde me virar e o problema nem está em estar na Holanda, mas em não ter um plano. É preciso ter um plano de vida. Objectivos. Para que no dia-a-dia não nos percamos com afazeres menores ou num marasmo cheio de nadas. Pode correr tudo bem (acontece, eu já vi!). Pode correr mais-ou-menos e ficarmo-nos por meio plano realizado. E nesse caso podemos continuar a perseguir o resto do plano e pode ser que, mais tarde ou mais cedo, nos achemos satisfeitos. Pode também correr tudo mal, e não haver volta a dar-lhe para que o nosso plano de vida volte à vida... E aí estamos uns tempos perdidos. Mas pelo menos tentámos. E eventualmente outros planos de vida surgirão para tentar de novo. O meu plano de vida original desmoronou-se quando ainda era tão novo, tão novo que se fosse humano estaria ainda separado em óvulo e espermatozóide. E desde aí estou neste limbo, que só a vinda para a Holanda e a falta de emprego aqui despertou. Já tenho algo a agradecer a esta experiência expatriada: abriu-me os olhos. Agora só resta focá-los num objectivo, traçar um plano com pés e cabeça e espaço de manobra e pôr-me a caminho. Estou a guardar pelo menos metade das minhas passas desta passagem de ano para pedir inspiração...

7 comentários:

Fuschia disse...

Eu não do tipo de pessoa que fique à espera que as coisas batam à porta, mas desconfio - não sei porquê - de pessoas que têm tudo planeado à partida. A não ser que me surpreendam com alguma coisa de original, tipo aos 4 anos quererem ir ajudar os animaizinhos em África, de resto, se desde novinhos souberem o que querem fazer aos 20, 30 e 40, acho mesmo muito aborrecido e acho que vai sair dali gente frustrada.

Gi disse...

Fuschia, imagino que a Goldfish esteja a falar daquelas pessoas que desde sempre querem ser médicas, ou pianistas, ou querem andar no mar.

Mas, Goldfish, é assim mesmo como diz: se não tem uma vocação, ou um objectivo, crie-os. Não se deixe ficar no limbo.
De que é que gosta? O que pode fazer relacionado com isso? Haverá algum curso ou aprendizado que lhe permita seguir esse caminho?
Procure e vá em frente. Já, não se atrase. E boa sorte.

Andorinha disse...

Tenho, não um objectivo, mas um repto pra ti. Que te pode ajudar a descobrir-te a ti mesma, ou conhecer-te melhor, e quem sabe, dar-te alguma inspiração. Inscreve-te no Landmark Education: http://www.landmarkeducation.com/
Tenho amigos que o fizeram e ... let's say, descobriram mta coisa. Dá uma espreitadela, recomendo vivamente. O único senão: fecharam o que tinham em Amsterdão, tens de ir a Londres fazer o curso, mas acho que vale bem a pena!
Também tenho um link do youtube com uma palestra que é do mais inspirador que já vi: http://www.youtube.com/watch?v=ji5_MqicxSo

Depois de a ver, agradeces-me, tá bem? ;)

Blondewithaphd disse...

Acredita, quando menos esperares saberás reconhecer o momento da transição e do esboroamento do limbo. Aí, é seguires em frente. A Vida é feita de tantas multiplicidades que basta ficarmos atentos. Não acredito em grandes planos. Acredito, antes, em alguns desejos e, sobretudo, na capacidade de estarmos de alma, coração e olhos abertos. Se os fecharmos, aí sim, nada acontecerá.

S* disse...

Eu tirei um curso e nao me sinto preparada para exercer... com o medo nem emprego na area procurei.

continuando assim... disse...

já não é nada mau teres essa consciência !! ...mais cedo ou mais tarde vais encontrar esse objectivo, que é indispensável...para tudo fazer sentido

não te preocupes ;)

bj
teresa

fd disse...

Acho que não faço planos para mais de umas horas. :(

Quem não tem plano nem percepção disso tem tendência a seguir planos de outros. A consciência do limbo torna-nos mais atentos e críticos. Bom planeamento...