quinta-feira, 29 de abril de 2010

Auf Wiedersehen

.
E agora* vou ali dar uma voltinha à Alemanha e visitar a família, sim? Lá vou guiar um carrinho por mais uns dias, que tenho tantas saudades... Desejem-me boa sorte a ler indicações em holandês e alemão, que bem vou precisar - não se deixem enganar pelo título, é produto de uma coisa maravilhosa chamada Google tradutor. Bom resto e fim-de-semana a todos.

* pois, o meu empregador compreende que podem haver férias planeadas quando se é contratado de um momento para o outro e mesmo em contratos de 2 meses há 5 dias de férias para gozar (mais um dia ou outro também não há problema, mas em vez de férias contam como dias não pagos); traz-me Portugal à memória... e não é por ser parecido.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Está sol. Está calor.

.

As árvores já não mostram os troncos nus a um sol que não os aquece. As flores já ganharam coragem e furaram a terra que as cobria para darem perfume ao mundo. O verde substituiu o amarelo nos relvados queimados pelas semanas de neve. E eu resolvi enfiar-me num buraco (vá, é num 4º andar) a trabalhar. Ai, se não fossem os aérios...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Amor canino

A minha Luna anda do mais triste que se possa imaginar com esta mudança - eu saio de manhã para trabalhar e ela fica em casa, sozinha. De manhã anda contentinha à minha volta até me ver a pegar na roupa para me vestir. Aí percebe que não vou ficar com ela e vai deitar-se, amuada, na caminha que tem junto ao sofá. Já não anda atrás de mim, nem responde quando a chamo. Durante o dia, se consegue descobrir um lenço, casaco ou peúgas minhas espalhadas pela casa* em algum lugar acessível, é aí que se vai deitar. Ao levantar-se deixa uma impressão redonda, de ali estar deitada completamente enroladinha. E ao ouvir a minha chave na fechadura, ao final do dia, vem a abanar o rabinho, aos pulinhos e a choramingar as suas diversas vocalizações de felicidade, que se prolongam por um período mais longo que o comum. A tristeza matinal e o abandono das 9h às 18h já estão esquecidos. O perdão canino no seu melhor.
.
* testemunhos da minha qualidade como dona-de-casa.

domingo, 25 de abril de 2010

Multiculturalismo

.
Um equatoriano que trabalha comigo contou-me que no seu país, há uns anos, também um vulcão entrou em erupção. Foram mais de 3 semanas sem 1 aviãozinho. Imagine-se o caos.
.

Espectáculo

.
Fomos* a um ristorante italiano cuja ementa não incluía pizzas nem pastas. Nem uma para amostra.

* quero dizer, fomos até à esplanada onde demos uma vista de olhos pelo menú e fomos embora!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma questao de perspectiva

.
Afinal o telemovel com 11 anos que uso como segundo telemovel aqui na Holanda nao e velho. E vintage!
.
P.S. - No job nao ha acentos. Se me der para ai corrijo a mensagem quando chegar a casa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não me faltava mais nada

.
Descobri que pior do que ter muito trabalho, todo a gritar por atenção ao mesmo tempo (que já tive), pior do que não ter trabalho nenhum e estar 8h presa num sítio a olhar para e-mails estúpidos e a rezar por que um blog de jeito seja actualizado (também já desbundei), é ter de continuamente procurar o que fazer numa lista que não se altera e onde não existe nada com que eu consiga lidar.
.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Uma questão de pronúncia

Quem não vive em Amesterdão não saberá que as lojas finas (mas finas a sério, com Louboutins na montra e afins) se adquirem (ou, mais frequentemente, observam) numa rua de seu nome Pieter Cornelisz Hoofstraat. Nome comprido e difícil de dizer até para um holandês, a maioria abrevia a coisa para P.C. Hoofstraat, P.C. para os amigos. Após algumas vezes me perguntarem por semelhante coisa lá aprendi o que era. Outra coisa que provavelmente o amável leitor não saberá é que muitas (todas? Quiça...) das consoantes se lêem em holandês como se tivessem acoplado um "ei". Ou seja, um holandês a dizer o alfabeto dirá qualquer coisa como: A, BEI, CEI, DEI, etc., etc. (sendo que estes últimos não fazem parte do alfabeto, são mesmo abreviaturas do latim). Ou seja, a abreviatura da dita rua com que iniciei este post a atirar para o errático será lida em holandês da seguinte forma: PEI CEI Hoofstraat. Não é difícil perceber* porque é que eu chorei a rir quando o marido se enganou nas consoantes e disse que tinha ido à P.D. Hoofstraat...
.
* espero;

Experiências holandesas

.
.
Comi há tempos em casa de uns holandeses amigos um bolo verde, às camadas, de origem indonésia, que me soube quase a uma queijada de Sintra*. Na altura pensei que haveria de comprar um bolo desses na altura em que cá estivesse a família, para provarem. Foi o que fiz hoje, depois de indagar junto dos holandeses o nome - Spekkoek - e onde são vendidos. Ao adquirir a especialidade fui questionada sobre quando a iria consumir; estranhei, não é costume por aqui andarem a perguntar sobre a vida alheia. Respondi amanhã como poderia ter respondido hoje ao lanche, sei lá quando nos vai apetecer uma fatia! Aconselharam que o mantivesse no frigorífico, nada de estranho, dado que a temperatura a que estão as casas faz com que tudo o que seja deixado ao ar seque em tempo recorde. Quando cheguei a casa e desembrulhei o meu verdinho Spekkoek percebi o porquê da questão: vem congelado, há que dar-lhe tempo. Bem, ficará mesmo para amanhã, ao pequeno-almoço. Isto só comigo.
.
* o que só demonstra há quanto tempo não consumo uma dessas nossas deliciosas iguarias - o suficiente para achar que um bolo verde se lhes compara!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O timing não é o meu forte

Finalmente um trabalho! Não é bem um emprego (call center não se qualifica) mas para quem está há tanto tempo parada é óptimo. Mini-contrato, só 2 meses, o que no caso até é bom... Já que estamos a tentar voltar a Portugal, o que acontecerá, à partida, lá para o Verão (é só novidades... O peixe volta às suas águas.). É numa área que me interessa, pertinho de casa (ridiculamente perto) e nem tenho de atender chamadas - o pesadelo de qualquer call center - só responder a e-mails e faxes. E a cereja no topo do bolo: finalmente um dinheirinho meu - m-e-u e não nosso, nunca me conseguirei habituar a gastar quando não contribuo - o horário é fixo e não inclui fins-de-semana nem noites. Perfeito!
.
E defeitos?, perguntais vós. Pois, o velho timing. Fui à entrevista na 6ª para começar já amanhã com a formação, a minha mãe e o velhote ficam sozinhos o resto da semana - eles ficam sozinhos e eu perco a companhia deles, que tanta falta me faz. E as férias? Dois fins-de-semanas prolongados pela Alemanha e Holanda e 9 dias de papo para o ar em Curaçao pelo cano. Sem falar das visitas planeadas que já não podem contar com a minha alegre companhia. Nem eu com a delas!
.
E aqui ficam um parágrafo de copo meio-cheio e outro de copo meio-vazio. É a minha especialidade no que ao mercado de trabalho diz respeito.

E nova cambalhota

.
Tenho trabalho.
.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Avô querido

A alegria de o ter aqui comigo esbate-se um pouco com a percepção do quanto mudou nos últimos anos. Creio que será a falta de ouvido que o faz fechar numa concha, sempre calado, sempre para trás nos passeios, sem comentar ou opinar sobre seja o que for. Será o peso dos 89, going on 90, mas custa-me. Sinto-o só, apesar de acompanhado, e por muito que tente não o consigo chamar para ao pé de mim, para ao pé de nós. Não responde. Ou não ouve. Ou, quem sabe, não quer ouvir. Não recordo a brusquidão de certos comentários, a falta de paciência para tarefas que outrora eram um prazer, a brusquidão com que reage a coisas que antigamente apenas lhe mereciam um sobrolho franzido ou um abanar de cabeça. Tenho medo que se sinta mal, inútil, mal-amado, incompreendido. Mas acho que já não consigo chegar a ele. Tenho receio que já não sinta o nosso amor. Raios partam a velhice.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Correndo o risco de soar esquizofrénica:
.
A mãe está a chegar! E o avô vem com ela! A mãe está a chegar! E o avô vem com ela! A mãe está a chegar! E o avô vem com ela!
.

Fosse o que fosse,

passou! O caudal correu, o chuveiro limpou e o cérebro guardou. Preparei os cadernos e o estojo, espanhol aí vou eu - se há dias em que tenho de me agarrar às "obrigações", são estes! Chegada a Utreque, com o stress do comboio perdido seguido de outro atrasado e do ratinho que vi a pular alegremente ao longo do balcão da Coffe Company enquanto sorvia o primeiro golo de um latte acabado de fazer, a tristeza já se tinha evaporado.
.
P.S. - Obrigada pelas palavras.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Blue

Há coisas que não se explicam e a neura que me percorre hoje o espírito é uma delas. Está um sol espectacular, tenho visitas já amanhã, a vida deve ir mudar de novo e de resto tudo está na mesma, menos esta tristeza que me pesa hoje como se me tivesse morrido alguém. E poucas coisas me mandam abaixo como a tristeza - desenvolvi uma capacidade (um pouco estranha, acredito, aos olhos de outros) que é a de não deixar a tristeza assentar em mim. Posso senti-la, muito até, mas por pouco tempo. Tenho que a despejar, expulsá-la do meu corpo, com mililitros de lágrimas que me queimam a face mas que desaparecerão com uns salpicos da torneira. E depois de lavada deixo-a para trás, pouso-a numa qualquer dobra da mente e sigo em frente, como se nada se tivesse passado. As coisas mais graves apago-as, mesmo. Tenho uma espécie de tecla delete no cérebro que apaga os contornos mais dolorosos das cenas, dos traumas, dos desgostos que me foram marcando e se há coisa que não suporto é comemorar datas tristes. Por precaução, o cérebro tende também a esquecer as datas importantes e felizes, mas esse é um preço que estou disposta a pagar. Quem sabe, hoje será uma data apagada. Mas presente, inconscientemente, nesta dor que me aperta o peito e na necessidade de chorar que me tirou antes do necessário da rua, pois nem óculos escuros disfarçariam convenientemente o caudal que se adivinha.

domingo, 11 de abril de 2010

Provérbios à moda do aquário

.
Voltar a ter um vida social dá saúde e faz crescer (especialmente para os lados).
.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Está no ir

Pessoal do Norte, a minha Luna pediu-me que vos avisasse sobre algo que lhe toca no coraçãozinho. Chegou-lhe a notícia, muito à la 101 Dálmatas, de que vai haver um Jantar de Ajuda ao Refúgio das Patinhas, associação que recolhe, cuida e tenta arranjar um lar a patinhas tresmalhadas como ela já foi.
.
O jantar é na Casa da Horta (perto da Igreja de São Francisco e do Mercado Ferreira Borges), restaurante conhecido e recomendado pela Rachelet - é favor irem ver. Custa 12,50€ (com sobremesa e bebidas incluídas) por pessoa, sendo que metade reverte em favor do Refúgio.
.
Eu estou um pouco longe mas deixo aqui a notícia porque a Luna tem toda a razão: é uma óptima forma de juntar o útil ao agradável! Se quiserem podem até levar umas coisinhas (como remédios ou mantas, é ver no site) para dar, porque fazem sempre falta e o Refúgio das Patinhas (sobre)vive apenas com os nossos donativos.
.
Vão por ela (e pelos seus amiguinhos)?
.

Noite literária

.


Já tinha saudades de uma noite mais cultural que ir ao cinema... Meti-me mais uma vez no comboio para Utrecht e fui assistir a uma palestra de Almudena Grandes. O tema era a memória e como ela é essencial para esta escritora construir os mundos que cria nos seus romances. De como para descrever os sentimentos tem de os ter sentido, de como para cada pessoa uma mesma experiência é diferente e, portanto, a sua descrição é também distinta. Falou do franquismo e de como é nascer e ser criada num regime e depois viver a vida adulta noutro, de Madrid, de Espanha e da religião em que foi educada e que posteriormente abandonou. 2ª-feira já vou tentar pedir emprestado mais um livro dela... Um dos meus, igualzinho ao que está aí em cima, veio autografado.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

PRECISA-SE

.
.
PRIMAVERA a tempo inteiro, para começar o mais breve possível. Damos preferência se trouxer temperaturas agradáveis, árvores verdejantes, flores em barda e patinhos amarelos.

Ele há com cada um

Não tenho razões de queixa dos holandeses, sempre foram o mais simpático possível para mim. Nem dos vizinhos tenho queixas - excepção feita ao violinista. Mas há uma senhora que se deve ter mudado há pouco tempo para cá que me tira do sério. Não cumprimenta, não sorri, não fala, nada. Parece que lhe devo uma fortuna! Hoje ganhei o dia. Vinha a senhora cara de traseiro no elevador a descer quando eu o chamo. A senhora pensa que está no R/C, vai para sair, dá de caras comigo e com a Luna, apanha um susto do caneco. Pois, já me aconteceu o mesmo com outras pessoas - rimo-nos, comentámos e tudo fica bem. Com esta? Nem um sorriso, nem ao bom dia que tanto me custa a gaguejar em holandês respondeu. Valeu-me o susto (o dela, bem entendido). Parecia que tinha visto um Pastor Alemão...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ouch!

Qual é a melhor altura, qual é ela, para espetar uma farpa na palma da mão direita?
.
.
Pois quando vamos estar 3 dias sozinhas em casa, claro!
.

Ausência prolongada

Devido a preguiça extrema pós-fim-de-semana-prolongado e extrema vontade de terminar o livrinho que está alí do lado direito. Livro terminado (adorei), pode ser que a preguiça dê lugar a alguma sabedoria (só para contrastar com o que é costume por aqui).

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Qualquer dia usam a força

Quem quer voar num avião que não leva piloto? Quem quer pagar mais por isso*? Se pertences a este clube, fica atento à Ryanair que prevê realizar voos neste esquema já este ano. Caso seja relevante, os pilotos estão em terra e são capazes de "pilotar remotamente 'pelo menos uma dezena de aviões'". Ah, já agora, este grupo de pilotos à distância inclui, além de antigos pilotos e formadores com muitos anos de experiência, "'dois ou três' jovens considerados génios dos jogos-vídeo". Eu, comprava já, desde que me garantissem que o piloto remoto era um virtuoso da consola...
.
* de acordo com as contas que vêm neste artigo, €20,49 de bilhete e taxas várias num voo com piloto in loco, €20,58 com o génio dos vídeo-jogos à distância.