segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A vida em Amsterdão tem destas coisas #6

Daqui a três semanas já estou a aquecer os estofos do meu boguinhas. Ui, as saudades que eu já tenho da minha embraiagem, caixa de mudanças, acelerador... Não percebo quem gosta de caixas automáticas: quem me tira a possibilidade de mandar uma abaixo para ajudar a ultrapassar o pastel que vai à minha frente tira-me tudo*. Bem, mas este post vinha, por inspiração deste aqui, falar de rádio e de holandeses - novidade, novidade! Eu cá desafino ao volante. Aquela cena de cantar no duche nunca foi comigo, eu já sou mouca de natureza não preciso de água a escorrer pelos ouvidos para ouvir ainda menos a guincharia que estou a fazer. Pois os holandeses são como eu, gostam de cantar (ok, ok, guinchar) ao volante - a grande diferença é que eles não têm chapa à volta a absorver o barulho ou rádio em altos berros para disfarçar a voz de cana rachada. Eles guiam bicicletas! Muito gostam eles de cantar ao volante das suas binas. Alguns, percebe-se, estão a tentar embalar as crianças que viajam no cesto da frente, ou atrás, não interessa. Outros fazem mesmo como eu - o grande objectivo é assassinar boas músicas com a pior voz que se possa imaginar.

* Cruzes, sou tão portuga que até faz impressão.

8 comentários:

Guilhim disse...

"mandar uma abaixo para utrapassar o pastel da frente" é de fibrar!!! que orgulho! eu também sou dessas, apesar que com o meu carrito (que eu adoro porque nunca me deixou na mão, como uns e outros que já tive) faço mais vezes o papel de pastel do que de Fangio... Mas pronto! É assim mesmo!

Beijinho

Gi disse...

Podiam fazer úma versão especial do Ídolos só para vocês. :)

Paulo Lontro disse...

Nem imaginas a quantidade de recordações que me vieram a cabeça neste teu post.

Estudei e trabalhei na Dinamarca, lá, tinha uma bicicleta na qual fazia 22 Km por dia para ir para a escola. Curiosas aquelas vias para as biclas, na altura melhores do que aqui algumas ruas para carros. O inverno, com temperaturas abaixo dos 10 negativos, deixava-me com estalactites no nariz e se eu não gritasse (é a minha forma de cantar…lol…lol…) enquanto guiava acho que congelava… em movimento.

Quem diria, nessa altura, que anos depois iria viver 5 anos na Itália onde o calor era imenso e onde tive o meu 1º carro de caixa automática. Sou mesmo o oposto de ti, nada como ter caixa automática, até porque com a automática podes baixar manualmente uma velocidade para poderes ultrapassar com segurança.
Gostei deste post Gold…!!!

Andorinha disse...

Eu sou tão portuga como tu!!! Tive um SMART de caixa automática, ai ó mulheri que eu quase que chorei durante os 2 anos q tive o trambolho. E os meus amigos diziam: mas que raio tens tu contra o carro?!

continuando assim... disse...

a saudade!!! hehehee
Tuga mesmo ! :)
bj
teresa

Goldfish disse...

Guilhim, um pequeno pormenor: o meu carro é um 1000 de cilindrada com 60 cavalos - se não mandar uma abaixo só ultrapasso alguém se formos a descer...

Gi, ninguém ia querer ouvir!

Bem, Paulo, grandes mudanças de vida! Essas recordações são do melhor, ainda bem que contribuí para elas.

Eu sei, Andorinha, é um desespero... Nada contra, mas não é para nós!

Continuando assim, diz lá, saudades de embraiagem e caixa de mudanças não é para qualquer uma!

Guilhim disse...

O meu também é um 1000 de 60 cavalos (polo vw de 2001), por isso é que me identifiquei com o teu post!

fd disse...

Acho que nas tuas palavras transparecem algumas saudades, só algumas… de “casa”. :)

Realmente a chapa de nos envolve filtra algumas figuras que se fazem ao volante. Por alguma razão, quando me aproximo da vizinhança da minha casa, baixo o som…