domingo, 31 de outubro de 2010

Como diz o Zé

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"A chuva em Amesterdão não molha como a de Lisboa."*
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* E ainda não tinha sido 6ª-feira.
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

E eu a achar que tinha trazido a bicla em vão

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Apesar de ser na TVI, e de estar já um pouco a dormir, juro que acabei de ouvir que existe uma ciclovia a ligar o Parque das Nações ao Aeroporto da Portela. Já estou a ver-me a ir de bicla (ainda estou a pensar onde levaria a bagagem) para o aeroporto. Holandeses, aprendam com a Câmara de Lisboa, são só umas centanas de milhares de euros e, obviamente, é extremamente útil!
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Depois da sandes

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Deixo-vos com uma das minhas últimas descobertas por terras de Portugal: a Rua Mista. Sendo que o nome não é muito elucidativo, e as imagens ainda menos (estarão a planear construir casas no meio da rua?!?), passo a explicar, com a pequena adenda de que a ideia de haver crianças a jogar (à bola ou a qualquer outra coisa) nas ruas de uma cidade de Portugal nos dias de hoje é, no mínimo, risível: a Rua Mista é uma rua onde há passeios com carros estacionados (ou seja, igual a todas as outras) e uma estrada onde há canteiros com árvores plantadas (original, há que admitir). Árvores que, em parte, já foram abalroadas por carros (How strange! How strange!, como diriam os meus pequenos alunos de 2º ano) e que, para as proteger, já deixaram de ter um pilarete(zeco) de plástico verde fluorescente para passarem a ostentar um pilarete(zorro) de betão armado pintado de rosa-choque. Dá gosto viver numa terra em que até os sinais de trânsito nos fazem rir (valerá isto enquanto sinal de trânsito ou será apenas uma placa decorativa sem qualquer legalidade?).
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

I ♥ CIF

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Há quem adore vernizes, marcas de roupa e/ou sapatos, eu declaro o meu amor incondicional ao detergente - CIF, neste caso. Não será novidade para ninguém que o CIF lava casas-de-banho, cozinhas, malas, ténis e sapatos (que não sejam de pele), restituindo-os à brancura original ainda umas quantas vezes (às tantas a nhaca já está tão entranhada que não há CIF que os valha). Mas, para informação geral, o CIF também limpa tinta de canetas de feltro em carros. Sim, porque hoje amanheci com um "fodasse", assim mesmo, escrito a negro no meu lindo boguinhas azul. Não por muito tempo, que o CIF funcionou na perfeição. Um muito obrigado aos delinquentes analfabetos deste país por me demonstrarem mais um uso (este até didáctico, que foda-se às vezes apetecia-me escrever em letras gigantes por todo o capot do carro, em espelho como as ambulâncias, estão a ver?, para que outros automobilistas lessem bem, agora "fodasse" não me serve de nada e onde foi escrito estava demasiado escondido).
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P.S. - quem tenha aqueles corações giros para pôr no título, em vez do love, importa-se de mos deixar na caixa de comentários? Eternamente agradecida.
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sábado, 23 de outubro de 2010

Telejornal à portuguesa

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"Cientista português descobre várias novas espécies de insectos, sendo que pelo menos um era desconhecido da ciência."*
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Vá lá, das várias descobertas uma era desconhecida.
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* mais coisa, menos coisa, o que foi dito pela pivot do telejornal da hora de almoço de hoje, na televisão de todos nós; é um gosto ver a qualidade dos profissionais pagos com o dinheiro do erário público.
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Estar no estrangeiro é

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não saber que já não há 96 suficientes, pelo que agora já há números de telemóvel que começam por 92.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sem inspiração

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sábado, 16 de outubro de 2010

100 kms depois por estradas de Portugal

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Daqui a largas centenas (milhares!) de anos, quando uma equipa de arqueólogos do futuro começar a desenterrar o que resta da nossa civilização, vão teorizar que somos um povo extremamente religioso. Está patente esta religiosidade na existência de numerosos edifícios religiosos espalhados por um território tão pouco povoado. No local mais distante do que identificam como uma habitação, lá está, mais um edifício religioso, por vezes quanto mais afastado de um centro populacional, maior em dimensão. Presumem, estes Indiana Jones do futuro, que as peregrinações deviam ser imensas, o que talvez explique o também excessivo número de viaturas de quatro rodas. Outra certeza será que adoramos o antigo Deus-Sol, cuja forma circular adoptamos para os nossos locais de culto, que decoramos com as mais variadíssimas formas de plantas e ornamentamos com estátuas gigantescas (cuja ligação ao Deus-Sol está ainda por determinar).
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Um provérbio aquariano também inspirado neste Sábado: "Todos os caminhos vão dar a uma rotunda".
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Da minha janela da cozinha

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É em boa hora que um barulhinho metálico, tic-tic-tic, me tira os olhos do estendal e os leva até à rua. Dois gatos silvestres esperam, um empoleirado em telhado de zinco frio pela ausência de sol, outro, mais corajoso ou estúpido, o tempo o dirá, ao pé de uma velhota que mora em frente. Dos sacos das compras pousados ao lado tirou duas latas de comida para gato, um certo peso na reforma que por certo tem, para alimentar estas alminhas que a esperam. Estica-se, do alto do seu metro e meio, para colocar um pratinho no dito telhado, e depois baixa-se para pousar no chão o que será (do meu primeiro andar não vejo com clareza) uma porção idêntica do mesmo alimento, carinhosamente partido em pedacinhos com uma faca, o tic-tic-tic ritmado que me chamou inicialmente a atenção. Por de trás do telhado de zinco, outro vizinho cava um quadrado de terreno com uma enxada, com um tchuc-tchuc que os meus ouvidos, alertados pelo tic-tic-tic menos forte mas mais penetrante da faca no pratinho de comida de gato, ouvem de repente. Já há um quadradado com couves de tamanho médio e outro com couves mais pequenas, ainda um quarto em pousio e uma tira com umas ervinhas que serão, com certeza, salsa e coentros. Olhando a terra acabada de lavrar, endireita-se o senhor, carregando com as mãos nos rins enquanto se estica para que músculos e tendões lhe permitam voltar à posição erecta. Enquanto olho para a vizinha que recolhe os pratos da sua caridade para com os felinos e penso que a senhora até os leva para casa para os lavar, vai-se o lavrador, e a vida continua em Lisboa. Reconcilio-me com a minha cidade e com a vida em momentos destes, apesar de depois voltar para o estendal por recolher e para a máquina por estender.
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Não é que eu não soubesse

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escusava é de ter sido tão óbvio... Em 14 meses de Amesterdão ouvi milhentos "Oooh", centenas de "Wat schat hondje!", "kijk, hondje" e "wat leuk hondje!"*, sempre num tom terno a condizer com o diminutivo carinhoso "je", que os holandeses aplicam a tudo quanto gostam. Também houve um par de idiotas que ficou muito divertido quando a Luna se assustou com o barulho dos pés a bater. E ainda as muçulmanas que, muito bem a passear por qualquer lado, olhavam de repente para a Luna soltavam um ou dois guinchos e fugiam a correr**. Enfim. Mas por cá, e em duas semanas mal contadas, já tive um puto e um pai com a filhota dos seus 5 anos pela mão a ladrar à Luna (perceberam bem, foi o pai quem ladrou) e já ouvi uns quantos "o cão". Até o "schat" (lê-se srrat) já me soa bem.
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* não sei se estão bem escritos, significam "que cãozinho tão querido!", "olha, um cãozinho" e "que cãozinho tão fixe!";
** eu e o mariducho costumávamos achar que viam o avô pastor alemão em vez da nossa rafeirinha até nos explicarem que muitos muçulmanos acreditam que os cães são animais impuros.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fora d'água, sem dúvida

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E agora quem tira a amesterdammer que se instalou e criou raízes em mim?

Do alto da minha colina olho em redor e sei que não vou a lado nenhum de bicla e não é por terem conseguido rebentar-me o pneu da frente na mudança ou por no meu prédio (coisa estranha) não haver bomba de encher pneus comunal. Saio de casa e a pobre cachorra tem de se contentar com andar às voltas por 3 prédios, ou arrisca-se a ter de me carregar às costas para voltarmos para casa. O calcanhar direito queixa-se enquanto não volta a ganhar o calo de conduzir todos os dias. Tenho de re-aprender a fazer a lista de compras, de modo a que as mesmas me durem, no mínimo, 3 semanas. Morar em Lisboa, Lisboa, não é o mesmo que morar em Amesterdão, Amesterdão - tudo está longe e não há forma eficiente de lá chegar sem ser de carro. E a diferença que há em ganhar malzito na Holanda e ganhar mal em Portugal?!? Em compensação, hoje já há jantar combinado com a prima do coração. Noves fora os almoços e lanches do fim-de-semana e feriado. Ah, pois é, e foi feriado, coisa que lá nos Países Baixos só lá para o Natal... É que enquanto em Amesterdão também ninguém tirou a lisboeta que há mim!
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Buli

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As tralhas multiplicaram-se por geração espontânea. Além disso, desconfio que a casa encolheu. Quando conseguir encaixar quase tudo (acho que tudo, tudo, não há maneira), volto ao aquário em força. Por enquanto, as dores nas costas mal me deixam mexer e amanhã tenho uma turma de 18 (!) putos dos 3 aos 5 anos à minha espera para lhes meter um pouco de anglicismo na cabeça logo pela manhã. Wish me luck!
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domingo, 3 de outubro de 2010

Comi

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Mais uns dias destes e rebolo. Só mais uns dias.
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P.S. - sendo que os que me confeririam bronzeado fora de época já se foram. Ex-companheiros amsterdammers alegrem-se, cá também já chove.

sábado, 2 de outubro de 2010

Cheguei

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Mais uns dias destes e já tenho bronzeado de camionista. Só mais uns dias.
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P.S. - Não sei onde vou enfiar toda a tralha que ainda há-de chegar de Amesterdão. Acho que preciso de móveis novos. E, sendo assim, de uma casa nova, onde caibam novos móveis. Ai, ai.