segunda-feira, 31 de maio de 2010

Roubalheira

Com a mania das tecnologias, aqui no burgo também querem acabar com os bilhetes nos transportes públicos, os tão característicos strippenkaart, substituindo-os por um cartão onde se pode carregar dinheiro (entre outras coisas) e que se lê numa maquineta à entrada e saída de qualquer transporte. Ora colocaram os cartazes a avisar que os strippenkaart vão acabar há 2 semanas atrás, anunciando o final para o dia 3 de Junho. Nós, que tínhamos acabado de comprar um dos gigantes (dão para cerca de 22 viagens aqui no centro de Amesterdão) pensámos "bem, lá temos de ir trocar esta droga, que não conseguimos usar isto tudo em duas semanas!" O pior é que também não há trocas para ninguém. Compraste, agora gastas até 3 de Junho em Amesterdão ou, depois, só fora da cidade. Se não usares fora da cidade "temos pena", bem podes dizer adeus ao dinheirinho que a tira de papel já não vale nada. Eu bem reclamei com a senhora dos bilhetes, que isto é uma roubalheira (que é!), que ao menos podiam deixar as pessoas acabar os strippenkaart já comprados, ou então carregar dinheiro equivalente no cartão que agora vou passar a usar, mas nada. Parecendo que não, vou deixar por usar qualquer coisa como 15€! Gatunos! Ladrões! Foram-me ao bolso, eu a ver e, o que é pior, a deixar.

P.S. - pior, pior, é que o raio do cartão que vou passar a usar (chama-se OV-chipkaart, que isto é só nomes bonitos e fáceis de pronunciar) só se pode carregar numas maquinetas disponíveis nos supermercados (o mariducho já tentou uma meia-dúzia de vezes sem sucesso, nunca está a funcionar como deve de ser) ou na bilheteira onde fui mandar vir, que é onde vai toda a gente porque as maquinetas não funcionam e ainda todos os turistas acabados de sair dos comboios (é preciso ver que tirei a senha 353 quando o quadro marcava o número 284)

domingo, 30 de maio de 2010

Perspectivas

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As convicções que vejo em mim são teimosias aos olhos de outrém
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sábado, 29 de maio de 2010

O Vale do Reno II

Continuamos rio acima...

Uma das muitas vinhas, com gente a fazer qualquer coisa que ainda não é a vindima.


Osterspai, mais uma terrinha catita à beira-Reno plantada.


Pronto, este é que já não sei mesmo que castelo será!


St. Goarshausen.



Oberwesel (creio) - também tem um castelo, mas a foto está horrível de tão escura. Não vale a pena subir e descer o rio (atenção que descer é, obviamente, bastante mais rápido que subir) pois é apenas rever o que já se viu, é demasiado tempo (11h entre Koblenz-Rudsheim-Koblenz!!!). Mas atenção que estas terras e castelos não são sempre na mesma margem do rio - ou seja, se quiserem regressar de comboio ao ponto de partida convém que a última paragem de barco seja na mesma margem que o local de onde se partiu...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Era uma vez o meu avôzinho

Eu, Luna, sou uma cadelinha muito bonita e, além disso disso, muito bem educada. Isto porque quem me criou foi o meu avôzinho, um pastor alemão de gema, que me ensinou tudo o que eu sei. E uma das coisas em que ele era exigente era na higiene corporal. Foi ele que me ensinou a cortar estas duas unhinhas que me crescem de lado, nas patinhas da frente. À dentada. Quase não faço barulho nenhum. Qualquer semelhança com um alicate a cortar arame é pura ilusão óptica. O meu avôzinho pastor alemão era um óptimo professor.*
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* Não passa pela cabeça de ninguém a história genealógica que a Luna já tem; quando não temos o que fazer, lá vem mais um pedaço. Agora, um dado adquirido é o avôzinho pastor alemão. Ora, basta olhar para ela. Para quem não a conhece ou já se esqueceu, podem ir aqui ver umas fotos. É pastor alemão chapado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Secundária? Primária? Quem sabe, infantário?

- Assinamos uma folha de presenças pela manhã*;
- temos (todos juntos) um intervalo a meio da manhã;
- almoçamos por grupos, em turnos, que outrém decide e que começam às 11h45**;
- a meio da tarde gozamos novo intervalo;
- ai de quem chegue atrasado;
- volta e meia ralham connosco, mas ainda ninguém foi para a rua;
- quando vamos à casa-de-banho temos de pedir licença***;
- assim que "toca" estamos despachados - 'bora p'ra casa que são horinhas;
- temos aulas, com diferentes "professoras", que nos explicam diversas matérias;
- e, volta e meia, temos teste - com direito a vistos e cruzes, nota percentual e correcção posterior. Ah, e se não tivermos boa nota, chumbamos!
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Ora digam lá se não parece mais uma escola que um trabalho!
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* ok, no infantário não sabem assinar;
** o horário não tem propriamente a ver com a escola, mas tive que mencionar a loucura que é mandarem-me almoçar quase à hora do pequeno-almoço; os italianos e o espanhol, então, passam-se.
** aqui passo-me eu, que não estou a ver-me aos 31 a pedir "posso ir à casa-de-banho?"; por sorte (minha, que com respostas tortas aos superiores não se vai longe num job), nunca me questionaram nas vezes em que fui;

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Vale do Reno I

Pois fui de novo à Alemanha, desta vez ao Vale do Reno, Património Mundial da UNESCO. É um local lindíssimo! Os castelos e palácios coroam os topos dos montes e as vinhas descem as encostas sem socalcos. Ficámos em Koblenz, uma cidade centenária de onde partimos usando comboio, barco e carro para conhecermos os arredores. A viagem de barco é muito gira, mas lenta e, no nosso caso, seriamente prejudicada pelo vento gelado e chuva constante. Olhá foto desfocada, tremida e totalmente arruinada pela falta luz:


Koblenz, centro histórico.


Idem aspas.


O primeiro castelo que avistámos, por volta das 9 da manhã. Eu sei que quase parece noite, mas o que querem? Bem vindos à Primavera do norte da Europa! Creio que se chama Nederlahnstein (stein = castelo, fortaleza).


Rhens, uma cidade muralhada que deve ser muito catita dentro de muralhas. Infelizmente, só a vi do barco.


Pela lógica será Marksburg, o castelo que se vê acima de Braubach, mas são tantos que é difícil distinguir.

Não sei se já vos tinha dito...

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... mas hoje é feriado! F-E- fe! R-I-ri! A-a! D-O-do!
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P.S. - e viva o Pentecostes, seja ele quem (ou o que) for.

domingo, 23 de maio de 2010

Eu adoro t-shirts das lojas de turismo

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Amei uma t-shirt que vi à venda na Alemanha, só não comprei para o mariducho porque só havia do XL para cima... Na dita podia ler-se:

Samstag
Sonntag
Scheissetag
Scheissetag
Scheissetag
Scheissetag
Scheissetag
Samstag
Sonntag
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P.S. - quem não souber alemão nem conseguir chegar lá por associação faça uso dessa maravilhosa ferramenta chamada Google Translate.
P.S.2 - falando em Google, já repararam com certeza na homenagem desta empresa aos 30 anos do Pac Man. Mas já repararam que se consegue jogar usando o rato?!?

sábado, 22 de maio de 2010

Mais um dia na terra das Túlipas

Uma pessoa levanta-se da cama*, espreita à janela o tempo e descobre uma manhã de sol, céu azul e temperaturas amenas. Ala!, que se faz tarde, lá vamos nós dar uma volta à praia** de Zandvoort aan zee, um areal a perder de vista a meia hora de comboio de Amesterdão. É tipo Carcavelos, mas o areal é bem mais longo e o pessoal não é tão chungoso. A dois minutos de chegarmos à plataforma da estação de Zandvoort, a neblina. Começa com uns farrapos isolados, que se tornam progressivamente mais frequentes, mais densos, até formarem uma grossa cortina, típica de lugares à beira mar: branca, húmida e fria. A acompanhá-la, vento. Os 19ºC de Amesterdão transformam-se nuns pálidos 10ºC e é ver toda a gente que vinha no comboio a sacar de casacos e casaquinhos - os nossos, que caberiam nesta última categoria, não nos conseguem proteger do frio que se entranha até aos ossos mas, teimosos, lá vamos em direcção ao calçadão lá do sítio. Almoçamos uma sandocha 5 estrelas que descobrimos num dos últimos bares de praia há uns tempos e aceleramos o passo de volta ao comboio, tentando fugir do frio - é preciso ver que no bar de praia onde comemos acenderam a salamandra antes de acabarmos a refeição. Ainda temos tempo de trocar meia dúzia de palavras com um poruguês que vive na Holanda mas trabalha na Alemanha e que estava numa roulotte junto à praia ("Aqui é assim", comentou, em relação ao tempo) e fomos aquecer as mãos para a carruagem.
Previsivelmente, minutos depois de sairmos de Zandvoort, levanta a neblina. Resmungamos com a nossa má-sorte mas ainda não desistimos. E que tal sair do comboio a meio da viagem e ir ver Haarlem, que ainda não conhecemos? Bem dito, melhor feito. Sendo mais uma cidadezinha tipicamente holandesa (quem vê uma já viu todas), tem o seu encanto. Provavelmente produto do sol que lhe alegrava os tijolos das casas, avivava o verde das folhas das árvores, e as mil e uma cores das mil e uma flores em vasos e vasinhos por todo o lado e se reflectia na água dos canais. Gostei muito. Um centro cheio de vida, uma banca com uns produtos italianos que vieram apaladar a nossa mesa ao jantar, um moinho em funcionamento e muitos, muitos recantos repletos de plantas, de esplanadas e de pessoas a aproveitar o sol. Fotos não há, levei uma mala liliputiana e não estava a pensar ir conhecer nenhum sítio novo - mas ainda tenho de postar as da última visita à Alemanha... Ando uma desleixada com o aquário! Bem, mas agora há que ir estudar - tenho teste no trabalho (sim, parece que estou na escola outra vez, e não só por causa do teste, outra vez explico) na 3ª-feira e tenho resmas de apontamentos para ler.
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* cedinho, que o nascer do sol é às 5h36 e não há cortina com black-out que consiga filtrar luz suficiente para nos fazer dormir com claridade
** nada de biquínis, ainda (?) não há calor para isso

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Nem acredito

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No Domingo dão 19 graus de máxima e 9 de mínima! Onde terei guardado o biquíni?*
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* fosse eu amsterdamer e perguntava-me ainda se havia de perder tempo a ir para a praia ou simplesmente ir para o Vondelpark. Desnudar-me num parque no meio da cidade, no entanto, e não sei bem porquê, parece-me despudorado de mais.

Assim, é difícil

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Há poucas coisas que me irritem mais do que estar a receber formação e desdizerem uma informação que tinha acabado de ser dada.*
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* é que serem dias úteis ou não-úteis faz a diferença!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Como a realidade é sempre pior que a ficção

Há-que começar por mencionar um pequeno pormenor... A casa-de-banho de que falo no post anterior é a que tem apenas a sanita e um pequeno lavatório - e ninguém tem espelhos para se ver no trono, nem aqui na Holanda.
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Bem, voltando à vaca fria: o que fazia a caixa do berbequim no cubículo da sanita? E o que tem isso a ver com o facto de o pessoal aqui ser assim para o agigantado e no nosso portugalinho assim para o minorca?
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Tudo. Ora convém que saibam que a minha casa é fina e que, por isso, a sanita, essa peça essencial de qualquer casa-de-banho, é daquelas que está pendurada na parede, muito modernaça. Mas está pendurada a uma altura calculada para pernas de holandeses. Eu, se puser os pés em ângulo recto com as pernas, já sinto que a planta dos pés roça, quase sem tocar, o chão. A minha sogrinha fica, literalmente, de pés a dar-a-dar. Então, num rasgo de iluminação própria das sogras, achou que a melhor solução para o problema era arranjar uma caixa qualquer (calhou a do berbequim estar à mão) onde pôr os pés enquanto se senta, majestosa, no trono. Só não tive coragem de pedir para tirar uma foto, mas lá que me apeteceu, apeteceu!
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É por estas que costumo dizer que a realidade supera sempre qualquer ficção.
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terça-feira, 18 de maio de 2010

Puzzle da vida real

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A minha sogra está de visita. Eu vivo na Holanda. Chego a casa e encontro a embalagem do berbequim no chão da casa-de-banho. Na Holanda a altura média das mulheres é 1.72m. Em Portugal (bem, Espanha, que a wikipédia não tem info para as mulheres portuguesas) 1.65m.
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Quem conseguir transformar estes dados na estória com que me deparei na semana passada, além de ser muito inteligente, recebe um grande bem-haja da minha parte.

domingo, 9 de maio de 2010

Giro

Como Itália é pequenina resolveram vir fazer a 2ª etapa da Volta a Itália em Bicicleta a... Amesterdão, claro. A cidade dos 1001 eventos não podia falhar esta e os desgraçados dos ciclistas agradecem - etapa mais plana não há. Entusiásticos que só eles, os holandeses andam todos contentinhos com mais esta diversão a tentar colorir de cor-de-rosa* esta Primavera cinzentona e fria. Eu cá ando deslumbrada. Um monte de gente a andar de bicicleta é coisa nunca vista nesta terra, realmente.
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* que cor mais abichanada para um evento desportivo masculino, senhores, não havia outra melhor?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Piada à Goldie

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Os helicópteros sobrevoam Amesterdão enquanto trabalho. Espoletam comentários entre colegas, "is it Amsterdam's most wanted?", perguntam. "Yeah, that's problaly it!" diz outro. "I'm guessing it's someone who stole a bike", digo eu.
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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Porque nunca pensei

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emocionar-me com um anúncio de automóveis.
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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Depois de ler as notícias

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"Ai, que não temos com quem deixar os filhos quando as escolas fecharem porque vem aí o representante máximo da santa igreja, e os patrões não nos dão o dia e ainda nos despedem se não formos trabalhar!"
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Sabem o que vos digo? Queixem-se ao Papa!

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É só de 5 em 5 anos

mas hoje, é! É o quê? Feriado! Dia da Libertação, Bevrijdingsdag, o dia em que se comemora o fim da ocupação alemã durante a II Grande Guerra. Como os holandeses são um povo poupadinho, só é feriado para toda a gente* de 5 em 5 anos. É para não se gastar. Ora eu, entre idas à Alemanha, virus estomacais e o job que não perdoa, tinha-me esquecido completamente do feriado - quando ontem mo lembraram só não dei uns pulinhos porque o supracitado vírus não permitiu. Ainda bem que se livraram dos alemães, senhores! Por tudo o que já é sabido, porque hoje estou em casa a descansar e ainda porque os alemães são uns chatos que pouco falam inglês** (coisa que, a acontecer aqui na Holanda, me dificultaria muito a vida).
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* dizem-me que a Função Pública cá do burgo o goza todos os anos, e eu acho mal, principalmente porque não o gozo.
** informação estatística recolhida por moi-même nas 3 visitas que fiz à Alemanha.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Há sempre coisas novas a descobrir

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As armas químicas também podem destruir-se a si próprias. Ou, pelo menos, esforçar-se bastante por isso.
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P.S. - É de notar que as armas químicas moribundas têm tempo e energia para blogar...

domingo, 2 de maio de 2010

Why me?

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Consegui trazer o vírus que assolou as minhas primitas para a Holanda. Sou uma arma química com passaporte europeu.
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