Ando meio sem inspiração para escrever, ainda não percebi porquê, mas o último post que publiquei é mau de mais para estar em posição de destaque tanto tempo. Para tentar arranjar o que escrever mergulhei de cabeça nos jornais nacionais online. O problema é que esqueci do escafandro e parece não haver oxigénio para respirar nestas páginas. É o Mário Crespo para a frente e para trás, e se às notícias parvas juntarmos os comentários dos leitores, obtemos uma mistura letal, autêntico dióxido de carbono. Depois é o Belmiro que disse que o Cavaco é um ditador, e que foi ditador numa ocasião ou outra mas que afinal não é ditador na totalidade, foi uma maneira de dizer. E é o conselho de Estado convocado por Cavaco quando este percebeu que as ameaças de Sócrates se demitir eram para ser levadas a sério, ao mesmo tempo que o gabinete do PM diz que este nunca disse a Cavaco que se iria demitir. E Rosa Lobato Faria, falecida, como sempre grande senhora e grande actriz e grande portuguesa e grande escritora e grande tudo agora, depois de morta. Se lhe tivessem dado um terço da atenção que lhe dão agora aquando da edição dos seus romances eu já teria lido pelo menos um e agora escusava de me sentir ignorante por nunca ter ouvido falar deles. Estou enjoada e enojada e não sei se é só por falta de oxigénio ou mesmo por excesso de dejectos.
Há 4 horas
9 comentários:
Oh mulher, que desânimo é esse. Pois Portugal continua pequenino... a tratar de assuntos pequeninos e mesquinhos. A saga Mário Crespo é um exemplo disso. Mas se pensares que a Suiça vai realizar um referendo sobre advogados para animais... ficas mais feliz. Afinal és um peixinho!
Advogados para animais? Bem, quando o desemprego os atingir bem que podem ir para PT, que fazem falta...
Da minha parte agradeço-te o briefing, já que raramente tenho paciência pra mergulhar nos jornais do Rectângulo. Não sabia que a Rosa Lobato Faria tinha falecido! Sabia no entanto que escrevia livros e poesia, e novelas, e letras pra músicas da eurovisão e da sara tavares, e afins. Pra ser muito sincera, sempre tive um sentimento misto pela Senhora, entre a raiva que o snobismo dela me provocava e a admiração pela escrita.
Não perdes nada, andorinha! Mas romances não sabia mesmo que ela escrevia - o resto sim, mas eu não consigo ler livros de poesia... É engraçado, nunca me pareceu snob, apenas altiva e muito séria. Daquele género de pessoas que me impõe respeito só com a presença.
É sempre assim que me sinto ao ler os jornais do burgo. Julgo que já nada me ofende e todos os dias há qualquer coisa que me mete nojo.
É por essas e por outras que eu cada vez ando mais arredada das notícias...deixam-me mal disposta e pessimista. E tudo o que eu menos preciso agora é de pessimismo.
Só para responder à tua pergunta no meu blog =)Emprego?? Era bom era, ficava muitíssimo mais descansada. Por agora, durante 12 mesinhos que passam a correr, é apenas estágio.. e não sei se fico, não fico, a seguir.. =/
Apesar de estares em terras de pouco Sol, com este post tiveste o dom de captar o dióxido de carbono e transformá-lo em oxigénio. Agradeço-te a fotossíntese. :)
Ainda hoje disse ao meu marido: este país está impossível de se viver. Estou a ficar com falta de ar e numa completa asfixia.
Quanto à Rosa Lobato Faria, SÓ gostava dela como escritora: pena que tenha começado tão tarde e tivesse andado perdida (segundo eu) por artes para que não tinha jeito.
Tenta comprar "Os três casamentos de Camila S." é fantástico.
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