Olho à minha volta e começo a ver os sinais da idade. Não em mim, que estou fresca como uma alface, mas nas pessoas à minha volta. :) Os casamentos, primeiro sinal, já começaram há uns anos e vão-se multiplicando, felizmente ainda sem divórcios associados (só um, de alguém distante, mas prelúdio de outras fatalidades, sem dúvida). E este ano tenho mais um casório, muito, muito importante, de uma querida amiga que muito o merece. As mudanças de casa. Deixar o aconchego do ninho materno e partir à aventura. Partir à aventura para longe, fora do nosso rectângulo, onde as oportunidades surgissem. Depois, seguimento lógico do casamento (apesar de alguns terem passado por cima desta formalidade), as crianças. Olho à volta e já começo a divisar os princípios de uma autêntica equipa de futebol (esta gente só tem meninos, chiça, vamos começar a cortar no Y, pessoal, que tantos XY já chateiam!).
Nos (principalmente nas) que ainda estão em fase de treinos para a concepção e reprodução da espécie ('bora lá duplo Xs!) começam a ouvir-se as inevitáveis conversas sobre o relógio biológico. E li aqui uma das melhores sínteses do que as mulheres sentem, que me inspirou este texto. É absolutamente verdade. Pode não haver vontade de perder liberdades. Pode horrorisar a perspectiva de 9 meses com uma barriga que não é nossa, mas da qual normalmente não nos livramos na totalidade. Pode assustar a consciência de que, nos próximos (largos) anos, temos uma responsabilidade maior para com outro do que para connosco. Mas a sensação que se sobrepõe a todas é a certeza de que estamos a passar a barreira do que é razoável em termos de concepção para as mulheres. Dos trinta em frente as dificuldades e problemas associados à gravidez só aumentam. E entre a falta de vontade e as dificuldades financeiras surge o espectro dos pais velhos. A falta de paciência. A falta de actualidade das ideias. A maior dificuldade em acompanhar a criança - física e intelectualmente. E eu sei (sei mesmo) que a idade está muito mais na nossa cabeça do que no nosso BI, mas a verdade, verdadinha, é que isto também me assusta. Fala-se muito dos "entas" mas, pelo menos para as mulheres, os "intas" já não são nada simpáticos.
3 comentários:
também tu começas a vergar... não sei se algum dia sentirei necessidade/obrigação de dar esse passo (talvez quando chegarem os inta). e para todos os que me lêem e não me conhecem devo esclarecer que não! não sou um coração insensível! na verdade toda eu me derreto com animais e sou pessoa de lágrima fácil perante a fragilidade dos velhotes e outros temas também. mas crianças, não sei porquê, não me tocam o coração. e começo seriamente a duvidar de que tenha sido programada para a maternidade. mas se algum dia alguém conseguir dar corda ao meu relógio biológico (já não sou do tempo das pilhas)prometo-te Gold que farei tudo ao meu alcance, incluindo rezas e mezinhas variadas, para que seja menina. :) podes contar comigo para derrubar a tendência para a hegemonia do cromossoma Y!
A questão é mesmo essa! A pressão dos intas faz-se sentir, mas a vontade é que não é muita... Acho que o relógio na nossa família vem com defeito!
Agora, corda, dá-se! É só descobrir a carrapeta. Quando voltar aí vamos em busca das carrapetas perdidas e aproveitamos já para procurar umas galinhas negras para a macumba das meninas - ñ vá só arranjarmos pintos e ainda temos q esperar que cresçam! :p
ahah... só tu pa me fazeres rir
Enviar um comentário