terça-feira, 28 de abril de 2009

Hoje sou de Sintra

Hoje, como é costume, comecei o dia com as notícias da BBC ao pequeno-almoço e continuei com o Público online. E qual não é o meu espanto quando vejo um título que afirma que Sintra proibiu touradas e espectáculos de circo com animais! E, ao abrir a notícia, descobri que nem sequer são os primeiros, Viana do Castelo, Braga e Cascais já tinham feito o mesmo (pelo menos quanto à tourada)! Finalmente, um pouco de civilidade. Mais respeito pelos animais do que por supostas tradições. Fiquei feliz.

Entretanto, comecei a ler os comentários (mais de 150!) que por lá deixaram. E li com cada coisa... O apelo à "tradição" está por todo o lado - sim, vamos lá todos a voltar a fazer aquilo que se fazia há uns séculos atrás, tipo bater nas mulheres, pôr crianças a trabalhar, enforcar ou queimar pessoas na praça pública, etc., etc. Afinal, são "tradições"! Há ainda gente que vem defender a tourada para que o touro não se extinga - isso, vamos criar animais para os torturar na arena! Outros, defendem que a tourada é uma arte (??). Comparam matar (ou torturar) um touro a esborrachar uma melga ou barata (fiquei completamente estupidificada quando li semelhante barbaridade, acho que, na realidade, ainda não recuperei totalmente). Ah, sem esquecer quem defende que a tourada "atrai turismo" - claro, é isto e a matança de focas e baleias no norte da Europa, são cá umas atracções turísticas! Também há os que aproveitam para apelar ao vegetarianismo. Comer carne, lá têm alguma razão, não é necessário para a nossa sobrevivência. No entanto, entre comer animais e fazer da sua tortura um espectáculo... vai uma certa distância! E isto sem falar daqueles que não conseguem articular duas frases e nem se percebe de que lado estão. No geral, parece-me que os que apoiam a medida são bem mais do que os que a criticam (ao menos isso!), mas é uma triste amostra das mentes retrógradas e iletradas que ainda existem no nosso país. Enfim...
Mas não quero saber, estou feliz na mesma! Mesmo que sejam sítios onde a tourada já não era popular (como alguém apontou), é um princípio. Pode ser que o resto do país o vá seguindo. A esperança é a última a morrer.

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