terça-feira, 7 de abril de 2009

O Vondelpark

Adoro ir ao Vondelpark dar umas voltas. É um parque de cidade ao estilo do Central Park de Nova Iorque, apesar de bem mais pequeno (também, só numa cidade daquele tamanho é possível tanto hectare de parque). Vénia seja feita aos holandeses, não há dia nem hora em que o parque tenha pouca gente, faça chuva ou faça sol. Se há povo que gosta de laurear a pevide, é este. Passeiam casaisinhos, passeiam em grupos, passeiam com os miúdos, com o cão, a pé, de bicicleta, de patins, tanto faz. E é preciso ver que o tempo que faz nesta terra não é dos mais propícios ao passeio. Na sexta-feira passada então, em que a temperatura subiu a uns extraordinários 20ºC, meia Amesterdão estava espalhada pelos relvados do Vondelpark a tostar braços e pernas num sol mais do que aprazível.
Mas com a Primavera há outra coisa que me diverte nos passeios no Vondelpark. As patas com os seus patinhos atrás. Já vi patinhos na adolescência, com idade de andar na primária, e hoje vi, finalmente, daqueles que, fossem humanos, estariam ainda no berçário. Patinhos daqueles que aparecem a ilustrar o livro do Patinho Feio (não o Patinho em si, que esse todos sabem que é um cisne, mas os irmãozinhos dele), pequenas bolinhas de pêlo amarelinho, tão fofinhos que apetece estender a mão e apanhar um. Sempre adorei estes bichos, em miúda adorava levar migalhas de pão para alimentar os do Parque Eduardo VII ou os dos jardins de Belém e não gostava nada quando os peixes, que também habitavam nos mesmos lagos, vinham comer o que não lhes pertencia! Agora, infelizmente, já não há patos em lado em nenhum em Lisboa! Com a histeria da gripe das aves desapareceram com tudo quanto é ave aquática da cidade e nunca mais arranjaram novos animais para animar o que agora são apenas tanques sujos e abandonados de água esverdeada. As perguntas que faço a mim própria não seguem uma ordem muito lógica mas continuam a saltar-me à memória. Será que a gripe das aves não sobrevive com o frio holandês e por isso não tiveram que exterminar os pobres animais? Será que há excesso de zelo em Portugal (mas só em certos casos, como dizimar aves indefesas)? Já que os patos eram um perigo tão grande que tiveram de ser eliminados, porque não exterminaram também os pombos que infestam a capital? Aposto que havia muita gente feliz... E, já agora, o que pensavam fazer em relação às gaivotas, caso a famigerada gripe aviária chegasse a Portugal? Enfim, há pequenas coisas (pequenas, mas grandes) que fazem com que sinta um pouco menos de falta de Portugal.

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