domingo, 22 de março de 2009

Uma ida ao cinema

Fui ao cinema ver o Gran Torino, com o Clint Eastwood. Adorei o filme, só não digo que é muito bom porque isso depende dos gostos... Para o meu esteve óptimo. Mas não era do Gran Torino que vinha aqui escrever, era da ida ao cinema, per se.
A Lusomundo cá do sítio chama-se Pathé, e há vários cinemas, como um antigo, pitoresco, daqueles que é meio teatro com algumas filas de cadeiras penduradas bem acima da tela. O outro que conheço (há mais) é moderno, salas mais pequenas, mais de 10 no mesmo espaço. As pipocas e coca-colas do costume aqui misturam-se com fajitas de milho e cerveja. Até agora, nada de muito diferente. Mas isto é apenas a ponta do iceberg...
Há uma grande vantagem no cinema na Holanda - o som nunca está a ponto de nos rebentar os tímpanos como de há uns anos para cá começou a ser hábito em algumas (muitas) salas em Lisboa. Nos últimos tempos em que vivi em Lisboa levava os tampões dos ouvidos que comprei para a natação de cada vez que ia ver um filme e, acreditem, conseguia ouvir, tudo, tudinho. Uma desvantagem são as legendas - ter um monte de palavras holandesas no rodapé de um filme não contribui em nada para a minha compreensão do filme, principalmente quando estamos habituados a ler palavrinhas portuguesas, tão bonitinhas, exactamente no mesmo sítio. Outro problema ligado às legendas é a compreensão das falas que não são ditas em inglês... Nem em nenhuma outra língua inteligível! No Gran Torino, por ex., há algumas falas em mandarim (acho eu) com a respectiva legenda... em "chinês"! (no que me diz respeito, holandês=chinês)
Outra particulariedade do cinema Pathé são... os próprios holandeses! Sim, o holandês é um tipo chato que não tem nenhuma das restrições que qualquer português teria na ida ao cinema. O holandês levanta-se a meio do filme (haverá tantos incontinentes assim?!) e sai da sala, para voltar pouco depois. O holandês não tem o menor problema em levar comida (sim, comida, não batatas fritas ou pipocas) para comer durante o filme, empestando todo o anfiteatro com o cheiro do que está a comer. O holandês gosta (muito) de beber vinho, cerveja, qualquer coisa com álcool, e também não tem o menor pejo em levar de casa uma garrafinha de rosé e um copinho de pé alto para ir beberricando (ainda gozamos nós com o garrafão de tintol que antigamente se levava para a praia!) enquanto o filme vai passando. O holandês fala durante o filme e (ironia das ironias) como o som não está muito alto, consegues ouvir o bichanar dos parceiros à tua volta. E à saída, além do rapazinho com o saco do lixo para receber os pacotes e copos de papel que alguns se dignam a trazer para fora da sala (a maioria deixa tudo lá dentro), há um carrinho com várias caixas para colocar as garrafas de cereveja...

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