terça-feira, 31 de março de 2009

Un hermanito llamado el Imbécil

Y ese sábado histórico de mi vida (...) yo y el Imbécil estábamos desayunando en unos tamburetes de la cocina. El Imbécil, por si no lo sabes todavía, es mi hermano pequeño, no le llamo el Imbécil por faltarle el respecto, le llamo el Imbécil porque en un principio me sentó como un tiro que viniera a este mundo. (...) Ahora el Imbécil tiene cuatro años y, claro, con el roce le voy cogiendo más cariño pero el problema está en que ya no me acuerdo de su verdadero nombre. Él está muy contento con su mote, en serio. Sin ir más lejos, el otro día mi madre le dijo:
- No hagas eso, Nicolás.
Le llamó Nicolás porque se debe de llamar Nicolás, seguramente.
Y el Imbécil protestó:
- !El nene no es Nicolás! !El nene es el Imbécil!
P.S. - passagem obviamente tirada do livro espanhol para crianças que já terminei, Manolito on the road.

O meu avô no seu melhor II

O meu avô é um típico avô português. Baixinho (mirrou com a idade), careca e surdo que nem uma porta. E esta foi uma conversa dele com um vizinho que a minha mãe ouviu e me contou.
O vizinho diz: "Estive ao telefone com a Iolanda."
O meu avô pergunta: "Telefonaste para a Holanda?"
O vizinho responde, levantando a voz: "Não, falei com a Iolanda, a minha irmã."
O meu avô responde: "Ahhh... Pois, é que na Holanda é onde está a minha neta, sabes?"
* Para quem não é letrado na surdez do meu avô: "Ahhh..." significa que não ouviu / percebeu nada mas que não vai dar o braço a torcer; é uma sorte não ter ficado a pensar que o vizinho tinha telefonado para mim...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ainda há gente honesta

Hoje fui dar uma volta e beber um cafe latte to go. Depois resolvi entrar numa loja e noutra e ainda noutra... e de cada uma trouxe um saco! Nada de caro, nada de especial... uns champôs, postais, um agrafador, a peça do aspirador que se tinha avariado. O problema é que, com o copo do latte e não sei quantos sacos na mão, um deles acabou por ficar esquecido numa loja. Ainda por cima, continha daquelas coisas que servem a toda a gente - champô e vitaminas - e só dei pela sua falta em casa. Enquanto peguei na bicicleta* para, rapidamente, voltar ao sítio onde achava que me tinha esquecido do saco, pensava cá para comigo que ia em vão - há que séculos que alguém tinha pegado no saco e esfregado as mãos de contente (parecendo que não iam mais de 30 aéreos naquele saquinho!). Lá cheguei esfalfada à dita loja e perguntei no apoio ao cliente se alguém tinha entregue um saco perdido... e não é que tinham?! Um senhor (Deus, Alá, Buda e todos os santinhos o favoreçam) tinha achado o meu saquinho e entregado a uma empregada... Afinal de contas ainda há gente honesta!

* ai, tão holandesa que eu estou...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Naaktzwemmen (eu explico...)

Ui, ui, as descobertas escabrosas nesta terra nunca mais páram! Depois de uma deslocação infrutífera à piscina onde pretendia dar umas braçadas porque a mesma estava reservada para uso de crianças das escolas, resolvi que tinha mesmo de traduzir o horário que me tinham entregue no primeiro dia. Sim, porque o horário da piscina municipal não é nada tão óbvio como de 2ª a 6ª das 9h às 20h e Sábados das 9h às 13h, por ex.. Nãooo! Em cada dia da semana há um horário diferente, para quê simplificar?! Então se às 2ªs-feiras está aberta das 7h às 18h, às 5ªs funciona das 7h às 9h, das 12h às 13h (lunch swimming), das 14h30 às 18h e das 20h às 22h (job swimming). Simples, né? E perguntam vocês: "O que é lunch swimming e job swimming?" Ora pois perguntam muito bem, porque eu também não sei, esta foi a tradução para o inglês que o Google fez da algaraviada holandesa que vem escrita no horário... Mas o melhor ainda aí vem! Então aos Domingos não é que há, das 16h30 às 17h30 naaktzwemmen?! Ahahah! Lindo! Só neste país! Sabem o que é naaktzwemmen segundo a tradução do Google? Naked swimming!!!!!

Só para ilustrar o post anterior





Cá estão os dois Manneken Pis (versões casa-se-banho e cozinha)

As duas facetas do Manneken Pis

Toda a gente conhece o Manneken Pis, o simpático boneco anão que faz a sua chichoca numa esquina de Bruxelas. Pelo menos já ouviram falar, porque vê-lo às vezes é complicado... Eu mesma (adoro estas duas palavrinhas juntas) andei, com umas amigas, para trás e para a frente duas vezes na rua onde o mijão se encontra sem dar com ele! Primeiro, como já frisei, o boneco é anão. Segundo, tem permanentemente uma trupe de japoneses à frente, todos de máquina fotográfica em riste, a flashar o pobre. Terceiro (e talvez devesse vir em primeiro lugar), no lado oposto da rua (e estamos a falar de uma rua estreita, sem trânsito) há uma daquelas chocolaterias belgas que têm na montra uma fonte de chocolate derretido que exala uns vapores tão deliciosos que toda a gente normal olha imediatamente para o fluxo de chocolate e não para uma qualquer trupe de japoneses (atrás da qual se esconde o Manecas)!

Mas só quem já veio à Holanda conhece a outra faceta do simpático incontinente - faz (segundo os holandeses porque nunca provei) as melhores batatas fritas do mundo! E perguntaria um qualquer português com toda a razão: "Mas nesse restaurante só as batatas fritas é que prestam? E o resto? Os bifes são tenros, pelo menos?". Acontece que o Manneken holandês é famoso pelas suas patates frites porque serve - apenas e só - patates frites, devidamente enfiadas num cone de papel tipo "quentes e boas" e acompanhadas com uma generosa colherada de maionese (há outros molhos, mas a maionese é claramente a favorita). Ah, e estas batatinhas comem-se... ao lanche! Sim, é vê-los às 4h ou 5h da tarde agarrados ao seus cones engordurados com uns garfinhos liliputianos a espetar as batatas e a molhá-las generosamente na molhanga...

Vão perdoar-me os adeptos do "em Roma sê romano" mas batatas fritas, com maionese, ao lanche? Não, obrigada!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Eu não queria, mas

Não quis começar o blog logo a cascar na Igreja, no Papa e afins por isso mantive-me calada quando tive que ler tristes notícias sobre médicos excomungados por um bispo brasileiro (com a posterior benção do Vaticano) ou sobre os malefícios do preservativo no combate à SIDA... Mas em exploração blogosférica fui dar com esta pérola (dia 20/03/09), chorei a rir uns bons 5 minutos e vim fazer este link! Teve mesmo, mesmo de ser.

My usual self is back

E a primeira coisa que notou foi que os dois posts de ontem parecem ter sido escritos por dois peixitos diferentes! Para o resto do mundo que aqui vem (ui, tanta gente confusa) pode até parecer que tenho algum tipo de problema de personalidade... Mas não, infelizmente a razão para estes dois post tão diferentes é apenas a minha burrice informática, excesso de curiosidade e experimentação descontrolada. Agendei o post das Donas de casa para ontem mas tinha-o escrito há séculos (já nem me lembrava...) e foi publicado automaticamente. Depois bateu-me a saudade e escrevi o outro. O resultado assemelha-se em muito a um claro sintoma de dupla personalidade. É uma pena que não seja, de certeza teria muitas mais ideias interessantes para aqui colocar (just kidding)!

quarta-feira, 25 de março de 2009

há dias menos bons

estou farta. farta deste tempo ranhoso. de ver um terço das propostas de emprego a que respondo recusadas e os outros dois terços ignorados. de não ter com quem falar, pessoalmente, e ver nos olhos, na boca, nas mãos dessa pessoa o resto da resposta que está a dar-me. de não ter o que fazer. de fazer limpezas e arrumações em casa. de ter de me entreter com um livro, um computador e uma televisão.
tenho medo. de voltar a portugal e ter de dizer que estive meses sem trabalhar. de ficar apanhada da cabeça, afundada na tristeza e na solidão. tenho medo que os meus velhotes morram comigo à distância. que as pessoas me esqueçam.
tenho saudades do sol. de ter um cão. de ver o mar azul a brilhar ao sol. de almoçar fora. das pestes dos alunos. do meu carro. de toda a gente. da minha mãe.

A fama que criamos

Não sou grande fã das Donas de Casa Desesperadas (depois da primeira série acho que perdeu a graça) mas o teaser que passou aqui há uns tempos a anunciar os novos episódios conseguia sempre arrancar-me uma gargalhada (e, é preciso ver, passou durante semanas a fio!).

Edie - I've got a husband now.
Susan - Whose?

terça-feira, 24 de março de 2009

Se eu pudesse chegar lá num pulinho, ia para...

NEW YORK Apesar do frio, foram uns dias muito bem passados. Outro mundo, sem dúvida.

segunda-feira, 23 de março de 2009

E eu preocupada...

Assim que criei este bolg colocou-se a questão: dizer ou não dizer ao mariduncho que este aquário existe. Dizendo há uma série de coisas que depois já não poderia escrever... Não dizer significa coexistir com a possibilidade de o mariduncho descobrir e ficar chateado por não lhe ter dito nada... Uma dúvida quase-existencial. Resolvi dizer, não me quero divorciar por causa de um blog, por muito gosto que tenha em escrever aqui.
Pois nem quis saber o nome, diz que estas modernices da internet não lhe dizem nada e ainda acrescentou (vejam bem ao que uma pessoa vai quando diz "sim") "já não me chega ter de te ouvir, ainda tenho de ler o que escreves?!".

Raios partam este tempo

É oficial. Confirma-se, e está de acordo com todas as previsões. Infelizmente, nem sequer me espanta. Está, de novo, a chover. Estamos de novo abaixo dos 10ºC de temperatura máxima. E, segundo as previsões, vai continuar assim até domingo que vem. Irra! Raios! Porra! Chiça! Caneco! E não continuo porque não me lembro de mais insultos que possa escrever aqui sem ter de passar a colocar asteriscos em vez de letras!
* num flash da minha querida série FRIENDS acabei de me lembrar de mais um... "Va pr'a Napoli!"

domingo, 22 de março de 2009

Uma ida ao cinema

Fui ao cinema ver o Gran Torino, com o Clint Eastwood. Adorei o filme, só não digo que é muito bom porque isso depende dos gostos... Para o meu esteve óptimo. Mas não era do Gran Torino que vinha aqui escrever, era da ida ao cinema, per se.
A Lusomundo cá do sítio chama-se Pathé, e há vários cinemas, como um antigo, pitoresco, daqueles que é meio teatro com algumas filas de cadeiras penduradas bem acima da tela. O outro que conheço (há mais) é moderno, salas mais pequenas, mais de 10 no mesmo espaço. As pipocas e coca-colas do costume aqui misturam-se com fajitas de milho e cerveja. Até agora, nada de muito diferente. Mas isto é apenas a ponta do iceberg...
Há uma grande vantagem no cinema na Holanda - o som nunca está a ponto de nos rebentar os tímpanos como de há uns anos para cá começou a ser hábito em algumas (muitas) salas em Lisboa. Nos últimos tempos em que vivi em Lisboa levava os tampões dos ouvidos que comprei para a natação de cada vez que ia ver um filme e, acreditem, conseguia ouvir, tudo, tudinho. Uma desvantagem são as legendas - ter um monte de palavras holandesas no rodapé de um filme não contribui em nada para a minha compreensão do filme, principalmente quando estamos habituados a ler palavrinhas portuguesas, tão bonitinhas, exactamente no mesmo sítio. Outro problema ligado às legendas é a compreensão das falas que não são ditas em inglês... Nem em nenhuma outra língua inteligível! No Gran Torino, por ex., há algumas falas em mandarim (acho eu) com a respectiva legenda... em "chinês"! (no que me diz respeito, holandês=chinês)
Outra particulariedade do cinema Pathé são... os próprios holandeses! Sim, o holandês é um tipo chato que não tem nenhuma das restrições que qualquer português teria na ida ao cinema. O holandês levanta-se a meio do filme (haverá tantos incontinentes assim?!) e sai da sala, para voltar pouco depois. O holandês não tem o menor problema em levar comida (sim, comida, não batatas fritas ou pipocas) para comer durante o filme, empestando todo o anfiteatro com o cheiro do que está a comer. O holandês gosta (muito) de beber vinho, cerveja, qualquer coisa com álcool, e também não tem o menor pejo em levar de casa uma garrafinha de rosé e um copinho de pé alto para ir beberricando (ainda gozamos nós com o garrafão de tintol que antigamente se levava para a praia!) enquanto o filme vai passando. O holandês fala durante o filme e (ironia das ironias) como o som não está muito alto, consegues ouvir o bichanar dos parceiros à tua volta. E à saída, além do rapazinho com o saco do lixo para receber os pacotes e copos de papel que alguns se dignam a trazer para fora da sala (a maioria deixa tudo lá dentro), há um carrinho com várias caixas para colocar as garrafas de cereveja...

A brincar, a brincar...

Enviaram-me este link por e-mail, mas estes sketches costumam passar num canal do cabo (aqui da Holanda) chamado Animal Planet. É tudo "dito" (na realidade não há falas) a brincar, mas as mensagens são tão simples como importantes.

http://www.animalssavetheplanet.com/media/swf/design_video.swf?vidNumber=1

P.S. - gostei de todos, mas adorei a vaca e o leopardo...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Mixed feelings sobre a Primavera

A Primavera chegou... Esta estação do ano, muito amada por mim (quase tanto como a que se segue) lembra-me, no entanto, um triste episódio do início da minha carreira escolar. Caso não saibam, sempre fui uma aluna de notas médias-altas, que percebia rapidamente as explicações e que não dava muitos erros, especialmente daqueles que deixam a turma inteira a rebolar a rir-se de nós. Mas um belo dia (concerteza estaria o sol a brilhar e uma brisa amena a soprar do lado de fora da sala de aulas da minha 2ª ou 3ª classe) a professora Irene chamou-me para ir escrever uma frase ao quadro - uma frase que ela ditaria à medida que eu escrevesse. Escrever no grande quadro, usar o giz, ser escolhida pela professora (que eu adorava)... toda eu sorria. Sorria tanto que me esqueci de prestar atenção ao que estava a fazer! A frase versava (obviamente) sobre a Primavera mas eu, que sempre gostei de escrever demarcando bem as letras maiúsculas das minúsculas (não havia engano possível, aqueles caderninhos de duas linhas trataram de diferenciar bem o tamanho dos dois tipos de letras) escrevi... prima Vera. Assim. Bem separado. Com um vê que parecia uma enorme raíz quadrada invertida e de cabelo encaracolado. E nem dei pelo erro. Continuei a escrever enquanto começava a ouvir risos atrás de mim (sim, eu não parei às primeiras risadas, não estava treinada nesse sentido). Mas os risos aumentaram e a professora Irene chamou-me e pediu-me para eu ler o que tinha acabado de escrever. Devo ter-me afastado do quadro e comecei a ler a frase em voz alta. E aí, finalmente, o Tico encontrou-se com o Teco e perceberam os dois ao mesmo tempo que a frase (não me recordo exactamente mas devia dizer algo do género) "A prima Vera é uma estação do ano em que as flores e os passarinhos..." não fazia sentido. Vieram-me as lágrimas aos olhos (sou muito chorosa, qualquer coisinha e já escorrem litros de água salgada pela minha face) e, no meio do dilúvio, apaguei as vexatórias palavras "prima Vera" e escrevi tudo junto, sem raízes quadradas invertidas, "Primavera". Acho que foi aqui que passei, definitivamente, a preferir o Verão.
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* em meu favor tenho apenas a argumentar que sendo filha única, neta única, sobrinha única, etc., os primos sempre foram um grau de parentesco muito querido ao meu coração

quinta-feira, 19 de março de 2009

Conhecimentos de Holandês

Sabem como é que se apita com a bicicleta em holandês? "Tringalim!" - e depois não venham dizer que eu não sei dizer nada nesta língua...

* já agora aproveito para frisar que os holandeses (e as holandesas também) dizem mesmo "tringalim" para as outras pessoas quando têm as campaínhas das bicicletas avariadas!

A Dieta do Chocolate

Começo por confirmar que o título que preside a este post não foi um engano, não é a brincar (é mesmo um regime para perder peso) e não o fui buscar à revista Maria. É apenas o nome que eu dei a um regime alimentar prescrito por um nutricionista (ou seja, um médico a sério) dado que uma das coisas mais espantosas da sua teoria é que eu posso comer chocolate (negro, com 72% de cacau) de 2 em 2 horas!
Pois é, há malucos para tudo e a mim deu-me para acreditar num gajo com pronúncia afrancesada que diz que, desde que esteja a realizar trabalho intelectual, devo comer de 2 em 2 horas dois quadradinhos de chocolate ou uma peça de fruta, entre as chamadas refeições principais. Digam lá se não é um querido? E "blogar" conta como trabalho intelectual! Yuppiii!
Então a teoria do Dr. resume-se ao seguinte:
  1. antecipar a fome, comendo de 2 em 2 horas
  2. sedentarismo (físico e intelectual) = proteínas (meaning, iogurtes, queijo magro, leite, fiambre, presunto, etc.)
  3. trabalho intelectual = açúcares (AKA chocolatinho ou fruta)
  4. não misturar gorduras com hidratos de carbono (ou seja, carne ou peixe só com legumes, nada de massas, arroz, batatas; e nada de fruta às refeições principais)
  5. alimentos industrializados: não consumir com percentagens superiores a 15% nos lípidos e 6,5% nos glícidos

And that's basically it!

Há uns quantos pormenores macabros... não posso comer cenouras (!), cuidado com os iogurtes magros - para terem sabor reduzem na gordura e acrescentam nos açúcares, nada de tostas nem bolachas (nada), e posso petiscar (= a comer muito pouco e poucas vezes) maionese caseira, mas nunca industrial (vade retro).

Enfim, estou nisto há duas semanas, a minha sopa passou a parecer marciana (é sempre verde, não posso pôr cenoura) e, de resto, nem me queixo. O que é um facto é que no dia em que vou ter aulas de espanhol e só chego a casa às 11 da noite aguento-me com nada mais que 6 quadradinhos de chocolate desde a hora de almoço... Agora só faltam os resultados!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Contradições

Bem, por esta altura já todos sabem que estou a viver em Amsterdão, Países Baixos (AKA Holanda), onde se fala holandês (agora há quem dige neerlandês, mas isso para mim já é esquesitice a mais).
Só por curiosidade, sabem que cursinho de línguas vou ter hoje mais lá para a noite? Espanhol... :)

Acho mal

Como sabem, estou no desterro - vulgo Amsterdão. E uma das poucas coisas que me animam são as visitas de parentes e amigos que vou recebendo. E neste preciso momento devia estar a entreter uma amiga e o seu respectivo maridito. Mas não. Porquê, perguntarão vocês? Que desgraça aconteceu? Uma desgraça muito simples - teve de trabalhar.
Eu conto desde o princípio. Ainda corria 2008 apareceu uma promoção da KLM entre Lisboa e Amsterdão. E toca a aproveitar - foi amiga (a tal), foi mãe, foram sogras*, tudo comprou bilhetes. E a minha querida amiguita comprou para agora, consultou o marido e o chefe, marcaram férias, pagou a viagem, tudo dentro dos conformes. Mas, há um mês atrás, uns clientes perguntaram por ela para um trabalho. E o chefe foi-lhe dizer, ela viu que coincidia com a visita aqui e disse ao chefe que estava de férias, que tinha esta viagem, mas que se quisessem mesmo que fosse ela a fazer o trabalho... Fazia-o. E o que é que ela podia ter dito? Que não? Com o mercado de trabalho como está neste momento? Claro que não! Ou seja, acabou a fazer o trabalho, cancelou as férias e perdeu dinheiro da viagem que já estava paga. E eu a ver navios.
Ora quem eu culpo aqui é o chefe. Ela tinha férias marcadas há meses, se ele dissesse ao pessoal que a requisitou que ela tinha férias marcadas, que estava cansada (estafada, na realidade) eu aposto que tinham compreendido e nem quereriam que ela saísse prejudicada. Mas não... o chefe não disse nada e ela, obviamente, não podia recusar-se. Por tudo isto, ACHO MAL!

* explico este plural num outro post, ok?

** depois de reler o post, à procura de erros, percebi que escrevi de tal forma que parece que a minha miguita é "escort" profissional! Sem nada contra quem faz disso vida, este não é o caso - a S. trabalha numa agência de turismo e foi acompanhar um grupo em turismo...

terça-feira, 17 de março de 2009

O meu avô no seu melhor

Conversa hoje entre o meu avôzito, parado a olhar para duas camisas no armário da roupa, e a minha mãe:
"Filha, que camisa é que visto, a de flanela ou a mais fininha?"
"Vista a fininha, pai, que hoje também está calor."
(pausa para pensar)
"E qual é que é a mais fininha?"
...
* dar o devido desconto a quem já conta 88 Primaveras

segunda-feira, 16 de março de 2009

Como é que é possível???

Imaginem alguém a andar de bicicleta com dezenas de outras bicicletas à sua volta. Imaginem isso no meio do trânsito - sim, no meio dos carros, das camionetas, dos táxis, dos eléctricos! E imaginem ainda que esse alguém leva outra pessoa pendurada na parte de trás da sua bicicleta, sentada na armação por cima da roda. Imaginem agora que o "pendura", de repente, salta da bicicleta (sim, em andamento!) e desata a correr atrás dela - que entretanto ganhou velocidade para subir uma pontezita. Para terminar, imaginem que, ao chegar ao topo da inclinação, o "pendura" volta a atirar-se para o seu lugar, assim, sem mais nem menos, em movimento. E que ninguém morreu (nem sequer esfolou o joelho) em todo este filme. Pois. Agora imaginem a vossa (minha) cara. E aí está porque é que, de vez em quando, toda a gente que está na rua sabe que eu não sou de cá.

Bem-hajas São Pedro

Será que a chuva se foi de vez? Claro que não, afinal isto é a Holanda! Mas sim senhor, hoje esteve um solzinho de encher o olho - até andei de óculos de sol nas duas vezes que saí à rua... e sem os tirar constantemente para cima da cabeça, como faço de cada vez que o sol se esconde atrás de uma nuvem e fica escuro como breu. Bem-hajas S. Pedro, pelo dia de hoje!

* já que já, S. Pedro, amiguito, leva um pouco de fresco lá para Portugal mas não deixes a temperatura aqui descer abaixo dos dois dígitos outra vez, boa? Muito agradecida!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Coisas sagradas

Há três coisas neste mundo que deviam ser sagradas: as crianças, os velhotes e os animais, e com sagradas quero dizer que, pelo menos, não deviam sofrer desnecessariamente. Mas não, não sou vegetariana e este não é um post sobre esse assunto...
Acabei de ler no site da RTP que mais três cavalos foram mortos no Alto Minho (há pouco tempo tinha lido outra notícia sobre este assunto), ao que parece porque, como andam soltos pelos montes, comem indiscriminadamente ervas e plantações de diversos cereais, o que não é (logicamente) do agrado dos agricultores. No entanto, entre a razão que podem ter os agricultores e (a acreditar no que diz na notícia) abaterem os animais à paulada e a tiro vai uma grande distância! Haja algum respeito pela vida dos animais que não têm a noção que estão a prejudicar alguém! Se (felizmente) nem um ladrão é hoje em dia castigado com a pena de morte em Portugal, porque o há-de ser um pobre animal selvagem? E, novamente segundo a notícia, é já o 18º a aparecer morto a tiro este ano (não preciso de lembrar a ninguém que ainda não chegámos a meio do mês de Março, pois não?).
Se eu pouco mais posso fazer do que indignar-me, alguém de direito que faça algo contra este crime! Ah, se alguém quiser ler a notícia completa, pode encontrá-la aqui.

terça-feira, 10 de março de 2009

Cheguei! (a blogosfera aos 30)

É triste, eu sei. É estranho, também. Mas é verdade. Antes dos 30 não tive qualquer contacto com a chamada blogosfera, ou seja, nem tinha blog nem tinha consultado, sequer, um blog de outra pessoa. É uma falha, especialmente para alguém de letras/comunicação e alguém que se considera (minimamente) interessado no mundo para além da sua própria vivência. No entanto, sei bem de onde veio esta falta de conhecimento da blogosfera - sou, desde criança, um tudo-nada alérgica a computadores, novas tecnologias, etc. Game-boy, Nintendo, jogos de computador? Blrghhhh! No máximo perdia algum tempo a tentar encaixar as pecinhas do Tetris que a minha mãe me comprou numa qualquer lojeca de esquina, nada que substituísse uma boa brincadeira no parque, um livro engraçado ou um jogo tradicional - daqueles que se jogam com cartas, tabuleiros, marcadores...

Foi preciso chegar aos 30 e alguém querido ter-me dito, nesta altura em que estou tão longe de todos... "Sabes, eu tenho um blog... não é muito conhecido, mas pelo menos dá para ires tendo uma ideia do que se passa comigo." E pronto, lá fui eu, muito interessada, muito curiosa. Primeiro, li aquele blog quase todo - afinal aquele era de alguém que me importava, que eu conhecia e que escreve tão, tão bem. Mas depois, alinhadinhos à direita da prosa que eu já gastara, estavam OUTROS blogs! De outras pessoas! Que talvez fossem conhecidas do alguém querido ou talvez não, minhas conhecidas não eram quase de certeza, mas escreviam bem e contavam uma história, descreviam uma personalidade, comentavam notícias - tudo do seu ponto de vista, como se estivessem a conversar com amigos num café, onde cada um é livre de dizer (quase) tudo o que lhe sobe à cabeça! E, maravilha das maravilhas, outras pessoas respondiam, por vezes claramente pessoas conhecidas, outras vezes pessoas que, aparentemente, apenas conheciam o blog, gostavam (ou não) dele e participavam nas discussões, concordando, discordando, insultando (não percebo porquê, mas é algo comum)... interagindo!

O que eu ri! O que eu chorei... Mas voltei a sentir-me em casa, lendo descrições de pessoas que se parecem tanto com outras que eu conheço, comentando assuntos, séries, notícias, programas de rádio ou televisão que estava habituada a seguir, a ver, a ouvir e que aqui nos Países Baixos não existem, não fazem sentido. E é por isto que aqui estou... mais uma no blogosfera, com nenhuma pretenção de fazer história ou ganhar seguidores. Só pretendo desabafar, treinar um pouco os dedos e o cérebro. Sim, este vai ser mais um daqueles blogs pessoais, que tantos criticam, que falam de tudo e de nada, consoante o que me dá na real gana.

Bem-vinda! - é o que digo a mim própria.