segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A peneira não tapa o sol, mas disfarça-o bem

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Esta história da maçonaria andava a dar-me arrepios, principalmente por me parecer, como em tantas outras vezes, que tapamos o sol com a peneira, falando do que é irrelevante e tentando tapar, sem cobrir completamente não vá alguém chatear-se e reparar, o que interessa na verdade. Hoje dei com o assunto tão bem esmiúçadinho pela Bad que simplesmente copio.
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"Será assim tão relevante nós sabermos que o deputado "A" é maçom (whatever that is, sei zero sobre o tema) ou que o deputado "B" é do clube da Mônica? Claro que é relevante, e pertinente, saber que Luís Montenegro, pessoa que investigou as fugas de informação das secretas para a Ongoing pertence (pertencia, parece que fechou) à loja Mozart49 que, por coincidência, era também poiso de Jorge Silva Carvalho, ex chefe das secretas e actual quadro da Ongoing e de mais meia dúzia de pessoas que pertencem à Ongoing, ao SIED, ao Governo ou à oposição. Mas não é relevante pela pertença à dita loja, mas sim pelo facto de "jantarem" todos juntos. Se se tivessem encontrado todos numa marisqueira em Matosinhos para trocar cromos também seria relevante. Ou se fossem todos correr juntos para o Parque da Cidade. O importante da notícia do Expresso desta semana não é, a meu ver, o facto de haver maçonaria e de haver deputados e empresários e tudo quanto mexe influências que lá acabam por parar. Parece-me que estamos a desviar a atenção do que realmente importa neste caso e não acho que seja inocente. O que é importante é que estas pessoas se encontraram e mantiveram relações (nada de porcalhices, presumo) durante um período de tempo e que o resultado dessas relações foi, sobretudo, o benefício do próprio bolso de forma desonesta, prejudicando o contribuinte que também sou eu, e é por isso que esta história também me diz respeito."

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1 comentário:

Gata2000 disse...

Eu não sou maçon, mas gostava de ser.
Não sou sócia do Porto, mas gostava de ser.
Tenho cartão Continente, isso conta?
Será que isso é relevante para as relações que tenho?
Se fosse maçon protegia mais os meus amigos? É porque sempre que puder os vou proteger, eu e qualquer pessoa.

A questão não é ser-se pertencente a um qualquer grupo, é a falta de honestidade que há no país e que tem a ver com a total perda de valores de uma sociedade, o que me deixa triste.
Mas por outro lado parece-me perigoso que o governo queira saber coisas que são do foro pessoal de cada um e que põem em causa o direito da livre associação.

É que um dia acordamos e os maçons estão numa sala, os gays noutra, os sócios do Porto na do fundo, e quem sabe os tipos que têm olhos azuis porque a malta no governo os acha perigosos.
E se lhes der na veneta ligar a câmara de gás?