quinta-feira, 30 de setembro de 2010

So long, farewell, auf wiedersehen, goodbye!

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Este deixou de ser o meu prédio, a minha porta, a minha casa. Fui feliz, aqui. Até à vista, Amesterdão.
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sábado, 25 de setembro de 2010

5 days to go

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Tem chovido, o trabalho tem sido uma seca, as mudanças são uma canseira nunca imaginada - as coisas multiplicaram-se por geração espontânea lá em casa, é a única explicação - e já me despedi dos meus cantinhos de Amesterdão. Agora, só faltam as pessoas. E, só em 5 meses de emprego, já há tantas de quem vou ter saudades. Goodbye season starts tomorrow.
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domingo, 19 de setembro de 2010

Blackout

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A partir de amanhã, não tenho internet em casa. Aliás, não tenho net, TV cabo nem telefone fixo (o que, tudo junto, acaba por ser assim para o chato). O primeiro sinal de que nos vamos embora, mesmo. A minha disposição? Tem dias. Há os dias "vou para casa, yupiii!", os "continuo sem emprego à vista, aargh!" e os "nova etapa, venha ela!". Há quem lhe chame esquizofrenia, eu prefiro achar que é só esforço de adaptação, felicidade natural, medo da mudança e noção da realidade, tudo muito bem misturado. Bem, o resultado é que vou desaparecer dos chats, nos próximos dias. Fica o aviso, a quem interessar.
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sábado, 18 de setembro de 2010

Cada um sabe de si

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Um dia destes vou lá ver se cumprem o horário à risca. É que se forem só 18h, por exemplo, eu quero ser atendida, afinal ainda tenho 60 segundos para escolher e pagar - o que não é difícil, só há uma coisa que compro nesta loja.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Luna em patins

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Lembrei-me de experimentar ir passear a Luna de patins. Já há uns bons meses que não os tirava da mala e, o que dizer?, deu-me para aí. Foi um sucesso. Não tem medo dos patins (ao contrário da bicicleta), não puxou, não tentou parar para (mais uma) mijinha e, o mais importante de tudo, não tentou suicidar-se para debaixo das rodas. Outra coisa boa é que é algo que também posso fazer com ela em Portugal, apesar de ter de me deslocar até aos locais onde posso pôr os patins de carro e de desconfiar que lá vamos chamar um bocadinho mais a atenção (aqui somos só mais duas).
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10:30 - 13:00

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Foi uma boa escolha, até apanhei um bocadinho de sol. Daqui a 10, 15 min. vai começar a desabar outra vez. Apanhei também um holandês que achou por bem meter-se comigo. Muito educado e com um sorriso nos lábios, rosnou-me em holandês que "Quem lhe dera ser o cão para eu o passear" (eu só sei porque 2 segundos depois e perante o meu sorriso amarelo de pura incompreensão repetiu-o em inglês). Senhores, não se metam comigo. Se forem "abusados" recebem uma resposta torta ou um olhar matador, mas se forem bem-educadinhos e/ou originais eu nunca sei o que responder e, naturalmente, só me saem asneiras. A este respondi-lhe "but the dog is much cutter...", novo sorriso amarelo-esverdeado conforme me apercebi do que disse, e ala que se faz tarde enquanto o holandês, que levou tudo na brincadeira, se ria a bom rir e me agradecia o elogio. O único holandês que se mete com raparigas no meio da rua tinha de se cruzar comigo.
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Agora digam-me lá

Exactamente a que horas é que acham que saia à rua com a Luna de modo a não voltarmos as duas encharcadas até aos ossos?
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É que o "few showers" deles é relativo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Há quem fale do fantástico Sol de Lisboa. E a Lua?

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Foto tirada do meio do Tejo num dia de Agosto. A lua, desta exacta cor, subia pelo céu, ligeiramente escondida atrás do tabuleiro da Ponte 25 de Abril. Lindo.
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Ananas- aardbei, podem não acreditar mas que los hay, hay

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Não é que eu não soubesse que isto não ia saber a nada, mas uma pessoa dá com morangos-ananás no supermercado e decide que não pode deixar este país sem os provar. É como não provar o croquetten, as batatas fritas com maionese ou stroopwaffels. E, tal como nos exemplos anteriores, mais valia ter poupado o dinheiro, que entre umas e outras coisas já dava para comprar umas bijuterias na Parfois*.
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* gostaram do toque "blogue de gaja"? Foi propositado, não se iludam.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Das coisas simples

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Eu tinha uma garrafa de água no emprego, de tampa cor-de-rosa, que era, para mim, igual a todas as outras garrafas. Esta garrafa desapareceu misteriosamente da minha secretária durante as férias em Portugal - quem sabe outra pessoa com baixo padrão de higiene apaixonou-se pela tampa cor-de-rosa e levou-a. Ontem, lembrei-me finalmente de levar outra garrafa para ter água na secretária e foi aí que me dei conta de quão especial era a minha garrafinha de tampa cor-de-rosa. E não, não é pela cor da tampa. Demoro quase um minuto a abrir a garrafa nova, de tanta volta que o raio da tampa azul-escura tem de dar, e não tenho tempo para dar um golinho entre chamadas. Quase morro de sede. É preciso uma tragédia acontecer para uma pessoa dar valor às coisas.
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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dinner, A'dam time

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Já não chegavam os almoços às 11h45, hoje inaugurei o jantar às 18h. Desconfio que mais logo há ceia.
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Irónico Ortográfico

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Começo a crer que nunca me vou entender com o Acordo Ortográfico. De tanto falar com o lado de lá do Oceano acabei por me aperceber que existe uma palavra que, ironia das ironias, se vai manter na escrita antiga em Português do Brasil e alterar na de Portugal: recepção. Sendo que o pessoal do lado de lá lê o "p", ele mantém-se. Como na nossa pronúncia o "p" é mudo, deixa de se escrever. Não posso deixar de considerar isto irónico!
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domingo, 12 de setembro de 2010

Gazzele vs Porsche

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E vinha eu lançada do emprego para casa na minha veloz Gazzele de 3 velocidades (que eu não tenho pachorra para usar e que por isso estão sempre na 2ª) quando me deparo com um belo Porsche a impedir-me o caminho. Bem educada nas lides de bicicletar em Amesterdão, enfiei-me pelo passeio e por lá continuei à espera de ver uma sombra negra vagamente parecida com um Porsche passar por mim. Não passou, e eu a olhar para trás. A Porscheta quase parava a cada lomba, para não arranhar os saiotes... Ou seja, fiz um quarteirão inteiro sem ela me apanhar. Oh, yeah!, ultrapassei uma Porscheta de Gazzele!
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Cara e coroa VI

Vou sentir a falta de levar a Luna para todo o lado.


E, por mais que me esforce, não me lembro de vantagem nenhuma de ter um cão em Portugal.

sábado, 11 de setembro de 2010

Bons conselhos

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Às vezes o que falta ao mundo é apenas bom-senso. E tudo seria tão mais fácil, tão mais simples, tão mais rico.
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bem apanhado

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Se fosse a Luna sairia dali com uma fatia pizza. Este coitado, não sai dali, mesmo. É de loiça!
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

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Ainda não me tinha recomposto de ter sabido que, ontem, devolveram ao meu avô o passe que ele tinha perdido há tempos. Puseram-no, sem se acusarem, em cima da secretária dele no centro de reformados onde é voluntário, sendo que a validade tinha expirado no dia anterior. É bonito, reformados andarem a roubar outros reformados que, ainda por cima, se voluntariam para tomar conta de um espaço que os serve. Hoje, a caminho de casa, um homem tenta roubar ao meu velhote a mala com que anda a tiracolo e, não satisfeito com o empurrão e puxão na mala que deu a um senhor de 90 anos, ainda lhe pregou duas estaladas quando ele se virou aos pontapés. É nestas alturas que percebo porque é que a justiça tem de estar em mãos imparciais; não sei o que faria a estes anormais se lhes pusesse as mãos em cima. O primeiro era expulso, sem apelo nem agravo. O segundo, é melhor nem dizer. Só aviso que não sou uma arvela de 90 anos, 1,60m e 60kgs mal contados.
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Já não chove

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Vou arriscar ir de bicla para o trabalho. Torçam por mim!
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P.S. - Não digam para partir uma perna, no entanto, que quando se anda de bicla por Amesterdão essas são coisas com que não se brincam!
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Há quem tenha múltiplas personalidades

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eu, aparentemente, tenho múltiplas pronúncias. Já há anos que me dizem que, ao falar o meu português, não tenho pronúncia lisboeta - coisa complicada, já que vivi toda a vida em Lisboa e a única avó cuja naturalidade não é lisboeta é... da Costa da Caparica (sítio longínquo e com uma pronúncia cerrada e distintíssima da lisboeta, como será fácil de perceber). Agora alastra-se às restantes línguas.
Ora ficaria satisfeitíssima que me achassem inglesa quando falo inglês, espanhola quando tento não falar portunhol e francesa quando gaguejo os esquecidos verbos dessa língua. Mas, aparentemente, tenho pronúncia polaca nessas 3 línguas, pelo menos segundo uma americana (disse-mo ontem) uma francesa (acho que foi há 2 dias) e uma espanhola (não me lembro quando). Mas se é curioso não ter pronúncia lisboeta em português, ter pronúncia polaca seja no que for é hilariante, pois não falo pêvas de polaco nem nunca pisei semelhante terra.
A cereja no topo do bolo veio ontem. Após uma conversa mais ou menos prolongada com uma brasileira vem como despedida "Então boa tardji, êstrangeira!" e eu, um pouco apardalada mas não o suficiente para fechar a matraca perguntei "Estrangeira?". Responde-me a brasileira do outro lado da linha: "Sim, você não é brasileira, poijs não? Mais fala um portuguêis quasi perfeito, viu?". Vá lá que tive presença de espírito para lhe responder um "É natural, dado que sou portuguesa...". Enfim, dava meio mês de salário para estar no Brasil (já agora com direito a tempo para umas férias) e ver a cara da senhora enquanto me gaguejava que não se tinha apercebido. Para o que uma pessoa está guardada, com franqueza.
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Srs. Drs. de Portugal e Brasil

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Quando escrevem emails, pedem cartões de crédito, reservam seja o que for - carros, hotéis, compras no continente online - não dêem como "nome" Dra. Maria do Céu Barros; e não assinem Francisco Jorge de Andrade Sanches Costa e Gomes, médico da Faculdade de Medicina de Coimbra; e, last but not least, não usem esses títulos numa tentativa de impressionar ou intimidar as pessoas com quem estão a lidar. Não funciona e nunca se sabe que doutores ou engenheiros estarão do outro lado...
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sábado, 4 de setembro de 2010

Consultas pessoais ou à distância*

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Vale a pena ir a Portugal nem que seja para dar com uma pérola como um panfleto do Professor Turé na caixa de correio**. Não é todos os dias que se encontra "no nosso país um grande mestre, professor de Astrologia, internacionalmente conhecido (...) que ajuda a resolver problemas dos mais difíceis ou graves".
Um dos "problemas" que o Professor resolve é o emprego. Ora aí está um problema difícil de resolver. Ainda bem que ele o resolve, assim ao governo só resta resolver o desemprego. É justo. A cada um segundo as suas capacidades. Outra curiosidade no panfleto do Professor é "saber o passado, presente e futuro". O presente é fácil saber - basta olhar à volta. O futuro qualquer mago de meia-tijela adivinha. Agora o passado?!? "Saber o passsado" alarga a clienta, apelando directamente ao coração de esquecidos e sofredores de Alzheimer***. É de um brilhantismo nunca visto. Agora, na minha opinião, o maior "problema" que o Professor resolve é a "amarração da mulher em 7 dias e do homem em 8". Resta-me apenas uma curiosidade: porquê a diferença de 24h?
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* é óptimo, pode ser que me ouça aqui da Holanda;
** tenho lá o autocolante "publicidade não endereçada aqui não, obrigada" mas por isto até desculpo os vizinhos anormais que enfiam o lixo deles na minha caixa;
*** não pretendo brincar com semelhante doença, apenas com o Professor Turé.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

E

confirmo que daqui a um mês regresso ao mesmo país de onde saí há quase 2 anos. E por mesmo quero dizer igual - o que pode nem ser mau dado que as expectativas eram de que estivesse pior. Após 6 meses de ausência e de 2 anos em que as estadias em Lisboa pouco foram além dos 5 dias de cada vez, posso confirmar que o alcatrão continua em falta nos mesmo sítios, pois ainda consigo evitar (quase) todos os buracos com eficácia. A TV continua na mesma, além das más telenovelas fictícias continua a da Casa Pia. Dizem que hoje foi o fim, mas eu não acredito. Com um sucesso destes há sempre uma nova época, novos episódios que, como nas más séries, são iguais aos anteriores e perdem interesse a cada minuto. Tudo o que havia a saber já foi dito ou é lixo ainda mais podre que o original.

Desejos conseguidos

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E até à chegada consegui 1 bocadinho de sol...
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