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Há uma semana e meia vi, perto do Estádio Pina Manique, um cão de porte médio a arrastar uma corrente presa à coleira. "Deve ter fugido", pensei. Dei a volta na rotunda seguinte e parei o carro numa tentativa de localizar o pobre bicho que, momentos antes, andava aterrorizado no meio do trânsito a pisar a corrente, fazendo-o tropeçar. Quando nos vimos, a largos metros de distância, e eu o comecei a chamar, fugiu a correr, com um medo que só quem já foi muito maltratado pode ter. Pensei que andasse perto de casa, e que em breve lá voltasse, ao mesmo tempo que percebi que não podia ir atrás dele, pois o mais certo era morrer atropelado à minha frente. Fui a chorar de impotência até aos Olivais. Ontem, vi-o novamente. Branco e castanho, com as pernas tortas (de anos preso por uma corrente demasiado curta?), a arrastar e tropeçar na dita corrente, a ruas da minha casa, na Ajuda. Realmente, somos um povo de mouros no que aos cães diz respeito.
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8 comentários:
Sabes, há coisas que me partem o coraçao em portugal e esta é uma delas... especialmente depois de viver num pais como a holanda onde não se vê um unico cão vadio ou maltratado no meio da rua, onde eles podem andar em transportes publicos ou entrar nas lojas e é uma coisa perfeitamente natural.
se antes já achava triste e uma falta de humanidade, acho que agora desenvolvi uma certa intolerancia a situaçoes destas por saber que as coisas podem ser muito diferentes e não é preciso muito para isso.
Pois Gandhi bem tinha razão: o progresso de uma sociedade vê-se pelo modo como tratam os seus animais!
Contaram-me, Dunya, que fizeram na Holanda há uns anos (décadas?) aquilo que precisava de ser feito aqui: recolher todos os animais abandonados, responsabilizar os donos e sensibilizar / educar a população para o cuidado com os bichos. Parece-me ter funcionado na perfeição!
Sem dúvida, zana!
:-(
Podes enviar esta descrição para alguma associação, conheço por exemplo a PRAVI, que actua em Lisboa:http://pravi-nucleo-lisboa.blogspot.com/
peralta.si@gmail.com
Nem vou começar a falar do nojo que é a forma como tratam os animais em PT...
Para que eles tentem apanhar o animal, é isso? Se calhar nem é má ideia, não sei é como o vão convencer que ele fugiu de mim como diabo da cruz.
Sim, estas associações podem sempre enviar um email aos contactos que tenham para ver se alguém, estando atento e passando por aquele lado, vê o cão. Não se perde nada.
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