Eu também sofro de peneiras várias. Tenho a mania que escrevo bem, que a minha capacidade de raciocínio estará (um pouco) acima da média, que tenho alguma cultura (não muita, que há cultura muito chata e eu não consigo ter paciência), que sou resiliente e que as agruras normais (e não tão normais) da vida não me consomem e sinto um desprezo (que tento calar ao máximo, acho-o horrível) pelos que sucumbem a vícios menores ou maiores nas suas vidas - como se eu não sucumbisse, se não a esses, a outros (é por isto que o acho horrível, apesar de não o conseguir evitar). Mas há pessoas que sofrem de uma quantidade tão exorbitante de peneiras que me deixam estupefacta - e os blogs são um dos melhores locais para arejar essas manias. Acabei de ler um texto tão pedante e cheio de desprezo que me subiu a bílis à boca. Num blog conhecido, de uma pessoa inteligente, que escreve bem. Não procurem na lista ao lado, não consta. Nem constará, vou apagá-lo também da minha lista privada. Gostava de saber quanto de tanta soberba é realmente dirigida aos outros e quanto será, quem sabe inconscientemente, dirigida a si.
Há 1 hora
8 comentários:
Provavelmente um nível baixo de auto estima, leva a que alguém escreva coisas desse género. Ou então uma paragem cerebral.
Incrível é que ainda há muita gente que nos surpreende pela negativa. Há quem não consiga aliar a inteligência ao bom senso. Thank God pelo botãozinho do delete ;)
humm... e eu que estava convencida, convencidinha, que te referias a um post que também eu li. Mas não pode ser o mesmo porque esse ainda vive aí na lista do lado (e na minha tb)
Sherlock Holmes ao ataque!
Não, na lista ao lado não está. Mas é muito, muito mau - ainda por cima é republish (uma pequena dica) em que o comentário actual consegue ser o pior de tudo.
oh páh.... partilha comigo... só comigo...
e comigo!!! (parto do princípio que não fui eu porque ainda estou na lista ao lado :-))))
ahahaha :)
Parece-me comum na natureza humana ambicionar-se o reconhecimento no contexto envolvente, como proporcionador de um conforto que alimenta o ego e se traduz normalmente em confiança. Quando essa necessidade descamba, começam a ouvir-se auto-elogios, algo que me faz tocar as campainhas de alarme. Convém ainda distinguir o auto-elogio da defesa do que se considera uma injustiça ou da “promoção” dos pontos fortes de um trabalho do próprio, pois a diferença existe. Não obstante, genericamente, os elogios devem ter uma proveniência externa.
Os blogues são realmente dos melhores lugares para a altivez se manifestar mas, mesmo assim, ainda sujeita à análise crítica de terceiros. Pior será quando não se manifesta e permanece nos enredos criados no cérebro de cada um, numa mistura egocêntrica.
Num acto de aparente contrição e humildade, só aparente, deixo aqui confessada a minha arrogância e a necessidade de a gerir e com ela conviver. No entanto, também não fui a ignição para o texto de repulsa, pois eu já estava ali ao lado.
Termino dizendo que este post está muito bem escrito. :)
Obrigada! O pior do texto em questão é aliar o auto-elogio à auto-crítica e ao desprezo pelos outros - desprezo generalizado e sem razão (pelo menos explicada). Eu até suportaria o auto-elogio (se inserido num texto com graça, por ex., que não é o caso) mas o desprezo virulento pelos outros faz-me urticária.
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