O que fará uma pessoa admirada, invejada, idolatrada, achar-se inferior? Alguém que tem tudo sentir que nada do que tem é suficiente? Uma pessoa bela achar-se feia, imperfeita? Uma pessoa magra achar-se gorda? Quem é rico achar que precisa (sempre) de mais dinheiro? Que mecanismo perverso no nosso cérebro conseguirá distorcer tanto a verdade? Será fisiológico ou psicológico? Uma mistura dos dois? Não faltam exemplos. Mas faltam explicações.
A linha entre a sanidade e a loucura (seja lá o que isso for) sempre foi, é e será esticada, puxada, torcida por gente de todo o mundo. Os nossos olhos não vêem o que está à nossa frente, mas aquilo que o cérebro processou por eles. Por isso é que o que uma pessoa acha belo é feio aos olhos de outro. O mesmo com os restantes sentidos. Por isso existem diferentes gostos musicais. Diferentes paladares. Diferentes sensibilidades ao cheiro. Por isso devemos ser compreensivos com os outros e, principalmente, com nós próprios. Entre o preto e o branco há uma infinidade de cinzentos, todos ligeiramente diferentes uns dos outros. Porque será que algumas pessoas acham o seu tom o melhor do mundo e outras não se conformam com a tonalidade que lhes calhou em sorte? Todos temos a nossa tonalidade própria, única, que será agradável aos olhos de uns, indeferente para outros e intolerável para outros ainda. O nosso tom não é lindo nem feio, perfeito nem imperfeito. É, essencialmente, único. E, sendo o nosso, convém que saibamos conviver com ele.
Só nunca ninguém disse que era fácil.
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